31.12.05

BOM 2006!
Aos nossos leitores e amigos desejamos um óptimo 2006!
Até para o ano...

Sara & Sílvia
EM TOM DE BALANÇO II
Os destaques do ano dividem-se entre edições, eventos e algumas descobertas.
Nos livros, Alain Corbel e A Máquina Infernal (edição da Caminho), Carla Pott em Pedro Pescador (com texto de José Viale Moutinho e edição da Gailivro), Carll Cneut com António no Outro Lado do Mundo (Gailivro) e Gémeo Luís com Palavra que Voa (texto de João Pedro Mésseder e edição da Caminho) foram alguns dos momentos que recordaremos depois de 2005 ficar para trás.



Nos eventos ficarão na memória a bienal Ilustrarte (que acaba hoje, no Barreiro) e a exposição dedicada a Marta Torrão no FIBDA 05.

À blogosfera chegaram alguns dos projectos que acompanhamos regularmente neste mundo virtual: Escrever para o Boneco (blog colectivo de vários ilustradores) e Underworld (blog de Alice Geirinhas).

Da Catalunha chegaram finalmente os livros da Media Vaca (encontram-nos, por exemplo, na livraria do King) e de Espanha propriamente dita as edições da Blur (com ilustração, mas também com fotografia, design e outras artes).
EM TOM DE BALANÇO
O ano não foi de grandes estremecimentos em termos de edição de banda desenhada ou de acontecimentos associados. Ainda assim, quero fazer alguns destaques, em tom de balanço para o ano que hoje finda:

- A edição de Malus, de Cristopher Webster, pela Chili Com Carne.



- A chegada às bancas do BD Jornal, da responsabilidade de J. Machado-Dias.

- O Salão Lisboa 2005, com a Finlândia como pais convidado e a entropia como tema central. Por cá passaram vários autores (descubram alguns aqui), bem como o colectivo Le Dernier Cri e a equipa da fabulosa Media Vaca, e isso foi um estremecimento a valer!

30.12.05

DESCOBERTAS DE 2005 III
O catálogo (versão papel, como eu gosto) da Fantagraphics, que chegou ontem à caixa de correio cá de casa.



Ainda me lembro da crise que a Fantagraphics atravessava na altura em que este Beco das Imagens chegou à blogoesfera, já lá vão dois anos e tal... Felizmente as coisas resolveram-se e o catálogo aqui está para o provar. Em 2006, em tom de comemoração (é só um pretexto...), esperamos organizar as coisas de maneira a fazermos um especial dedicado a esta editora. Não é todos os dias que uma das mais interessantes editoras do mundo recupera de uma crise devastadora e continua aí, teimosa, a fazer bons livros e a divulgá-los.

28.12.05

O ILUSTRADOR QUE VEIO DO FRIO
Bjorn Rune Lie nasceu na Noruega, em 1977. Em 2001 formou-se em Ilustração no Reino Unido - Falmouth College of Arts- e regressou a Oslo, onde trabalhou durante algum tempo. Contudo regressou ao Reino Unido, desta vez para Bristol, onde vive e continua a trabalhar na área da ilustração . Além de ver as suas ilustrações em diversos jornais e revistas, como é o caso de The Independent on Sunday, também escreve e ilustra livros infantis.


Aqui fica o seu site.
DESCOBERTAS DE 2005 II



Pascin (4), de Joan Sfar, a 2.99 euros nos saldos de Agosto da Fnac.
(L'Association, 2000)

27.12.05

DESCOBERTAS DE 2005
O livro The Cow's Dream, de Terry Ekebom, autora finlandesa presente no Salão Lisboa deste ano.


Napa Books, 2001

23.12.05

HO, HO, HO!
A equipa do Beco das Imagens deseja a tod@s @s leitores e amig@s que por aqui passam um feliz natal!

Sara & Sílvia



(Richard Câmara, adorámos a vaca natalícia...)
CITEN INTEGRA O CIEAM NA FACULDADE DE BELAS ARTES

Comunicado do CITEN:

O Centro de Investigação e de Estudos Arte e Multimédia (CIEAM), é uma unidade de investigação da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL), recentemente criada, e que desenvolve a sua actividade no ramo da investigação e de estudos Arte e Multimédia.

A partir de Janeiro de 2006, e em virtude do protocolo estabelecido entre a Fundação Calouste Gulbenkian e a FBAUL, o CITEN , Centro de Imagem e Técnicas Narrativas do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão/Fundação Calouste Gulbenkian, passará a integrar o CIEAM.

O CIEAM realizará durante o ano um conjunto de cursos não conferentes de grau dirigidos a jovens e adultos (estudantes de arte, profissionais das áreas de cinema de animação, ilustração, banda desenhada e argumento), com base nos cursos já existentes anteriormente no CITEN (Animação de Volumes, Animação em Desenho, Argumento, Banda Desenhada, Formas Animadas e Ilustração).
Apesar de inseridos numa instituição universitária estes cursos continuam a ser de acesso livre, oscilando a sua duração entre as 96 e as 144 horas e as propinas entre os 450 e os 650 Euros, ao longo de todo um semestre.
Estão neste momento prestes a ser iniciadas as inscrições para os cursos de Animação de Volumes, Banda Desenhada e Ilustração.

Contactos :
CIEAM - Centro de Investigação e de Estudos Arte e Multimédia
Largo da Academia Nacional de Belas Artes 1249-058 Lisboa
Director - Professora Doutora Sílvia Chicó;
Coordenador dos Cursos - Assistente Convidado José Pedro Cavalheiro;
Apoio logístico - Ricardo Geraldes
TEL : 21 325 21 35 / E-MAIL : cieam@fba.ul.pt

22.12.05

BD NA CAMPANHA DAS PRESIDENCIAIS
Chegou-nos às mãos uma brochura da campanha de Francisco Louçã que é, na realidade, um pequeno livrinho de bd com desenho de Nuno Saraiva e argumento de Jorge Costa e Miguel Reis. A história não é a oitava maravilha do mundo, até porque teve de seguir os propósitos políticos da mensagem que se queria transmitir, mas ainda assim tem bons momentos de humor e é beneficiada pelo traço bem conhecido de Nuno Saraiva, que recorre às montagens fotográficas e ao trabalho das expressões de cada personagem, conseguindo um resultado muito bom. A brochura chama-se 'Regresso ao Passado - Uma BD Presidencial" e talvez ainda se encontre pela campanha de rua. Procurem-na que vale a pena!



Já agora, se descobrirem mais exemplos de banda desenhada pelas acções de campanha dos diferentes candidatos à PresidÊncia da República, não se acanhem e usem o mail para nos avisar.

21.12.05

BD NO CALENDÁRIO
Para começar bem o novo ano que se aproxima, o CNBDI editou um calendário com pranchas de vários autores portugueses (argumentistas incluídos) de banda desenhada. Aqui fica uma amostra do resultado:

20.12.05

O REGRESSO DA mmmnnnrrrg



A MMMNNNRRRG voltou!
A MMMNNNRRRG voltou à serigrafia!
A MMMNNNRRRG voltou com André Lemos!
A MMMNNNRRRG voltou à serigrafia com André Lemos!
A MMMNNNRRRG editou um graphzine de André Lemos!
A MMMNNNRRRG editou TRIBUNE BRUTE!
A MMMNNNRRRG editou apenas 100 exemplares assinados,numerados e carimbados por André Lemos!
A MMMNNNRRRG imprimiu o livro no Mike Goes West!
A MMMNNNRRRG imprimiu o livro em papel murillo 190g (miolo 32p.) a 2 cores e Vídia 300g vermelho impresso a dourado (capa)!
A MMMNNNRRRG recomenda o trabalho de André Lemos!
A MMMNNNRRRG recomenda o trabalho do Mike Goes West!
A MMMNNNRRRG recomenda o TRIBUNE BRUTE!
A MMMNNNRRRG oferece cada exemplar de TRIBUNE BRUTE em troca de 15 euros!
A MMMNNNRRRG não oferece cópias promocionais do TRIBUTE BRUTE!
A MMMNNNRRRG oferece 20% de desconto aos sócios da Chili Com Carne!
A MMMNNNRRRG é distribuída pela Associação Chili Com Carne!
A MMMNNNRRRG só já tem 60 exemplares de SUPERFIGHT II!

19.12.05

EM ATRASO
Ontem, na Pequeno Herói, foi apresentado o livro Máquina Infernal, de Alain Corbel (edição da Caminho).

15.12.05

BD JORNAL 8
Já por aí anda o BD Jornal nº8, com a ficção científica e o Slão de bd do Porto como temas de capa e com várias colaborações e temas, de Jules Verne à Metal Hurlant, passando por José Abrantes e os seus trinta anos de carreira ou sobre a banda desenhada nas bibliotecas portuguesas. Desta vez, tocou-me escrever sobre o aparecimento da banda desenhada em galego e sobre o impressionante 2 Viaxes, de Xaquín Marin e Reimundo Patiño (de que já aqui falei há algum tempo).
Procurem nas bancas!

14.12.05

TIM POLFLIET



Aqui fica o site

13.12.05

VISITA DO DIA

Ryan Snook
QUASE EM STAND BY
Já terão reparado que o Beco das Imagens tem estado um bocado menos animado do que é costume... Por qualquer motivo inexplicável (mas que deve ter a ver com alguma conspiração), vários trabalhos com prazos apertados coincidiram nas últimas duas semanas e só estarão concluidos, com a consequente volta à normalidade possível, a meio desta. Depois disso, prometemos voltar ao ritmo. Entretanto, passem pelo site da Bedeteca, pelo Kuentro ou pelo Blog da Utopia e fiquem a par dos livros novos do José Abrantes, da apresentação do projecto Black Box Stories (com argumento de José Carlos Fernandes e desenho de vários autores) ou pela exposição do Max que inaugurou recentemente em Madrid. Nós voltaremos ao ritmo normal assim que pudermos...

12.12.05

NOTÍCIA DE UM DESAPARECIMENTO?
Sou eu que ando distraída ou a crítica quinzenal de banda desenhada do Diário de Notícias anda desaparecida? É que não a encontro na edição de hoje, nem na da semana passada, nem na de há quinze dias...

9.12.05

FIM DE SEMANA NA PEQUENO HERÓI

Sábado, dia 10, 17.30 : Apresentação do livro CHAMO-ME FRIK E JÁ TENHO DONO de/por Margarida Fonseca Santos e Carla Nazareth;

Domingo, dia 11, 16:00: Lançamento do livro A DANÇA DOS ANJOS, de/por Maria de Lurdes Soares.
SUGESTÃO DE NATAL
Assinaturas anuais do Bd Jornal a preço especial. Aqui.

7.12.05

LEITURAS DO DIA
Underground? Independente? Alternativo? Xastriño disserta sobre o tema aqui.

5.12.05

VISITA DO DIA

Michael Slack
RESISTENTES

Não é segredo para ninguém que o mercado editorial português de banda desenhada se resume, com algumas excepções que desejávamos mais frequentes, à Asa e à Devir. Mas de vez em quando aparecem novidades a lembrarem-nos de que há mais mundo e a afirmarem a sua resistência com uma teimosia de saudar. Recentemente, duas edições chegaram às livrarias: Metamorfina, de Miguel Mocho e João Sequeira (colecção Lx Comics, da Bedeteca de Lisboa) e Borda d'Água - O tempo das Papoilas, de Miguel Rocha (da Polvo).

Metamorfina, com um desenho pleno de volumetrias e profundidade, ataca uma história kafkiana com contornos de verdadeira paranóia, resultando num belíssimo ensaio sobre a violência e o modo como nos relacionamos com ela. A brutalidade das cenas é narrada com toda a naturalidade, mostrando-se como apenas mais um dos muitos elementos que compõem o quotidiano e provocando as reflexões que se impõem. A meticulosidade com que se vai descrevendo o horror do processo que nos é dado a ler (uma narrativa simples, com princípio e fim bem delimitados, ainda que circulares) não apresenta qualquer juízo de valor, conduzindo-nos ao confronto com a ideia central de que só há horror se o sujeito, neste caso o leitor, assim o decidir; pela parte do narrador, nada a declarar.



Com Borda d'Água - O tempo das Papoilas assistimos a um duplo acontecimento: a reedição de uma obra antiga (e penso que já esgotada) de Miguel Rocha e o regresso do autor à edição. Originalmente editado pela Bedeteca, em 1999, Borda d'Água é a narrativa de todas as descobertas, a do sexo a querer mais do que a fantasia sem corpo de todos os sonhos, e a da crueldade, sabendo confrontar os restos da infância com a imagem brutal da morte. Paisagens e temas que são recuperados em O Tempo das Papoilas, nova variação sobre a melodia incandescente de cada prancha do autor. E o preto e branco em nada atrapalha, provocando antes, sabendo obrigar a leitura ao registo incolor mas cheio de referências plásticas e sensoriais.
A Polvo soube escolher bem o seu regresso; só se lamenta o pouco cuidado na edição: a qualidade da impressão deixa muito a desejar, prejudicando profundamente a leitura e a apreensão do registo de um dos autores mais interessantes da bd contemporânea (e dispenso o 'portuguesa').

2.12.05

FANTAGRAPHICS
As novidades editoriais mais recentes estão aqui.

1.12.05

ZURZIR O GIGANTE
A Exposição Independente de Artes Gráficas 'Zurzir o Gigante' inaugura hoje, às 19h, e prossegue amanhã e depois no espaço Interpress (Rua Luz Soriano, 67 - Bairro Alto). Mais informações aqui.

29.11.05

COLAGENS

Claudine Hellmuth
TIMTIMPORTIMTIM
Do Vilacondense recebemos a notícia de uma loja 'paradisíaca' para amantes de bd que abriu no Porto. Está tudo aqui.



(Obrigada, Dupont!)
O BECO NO JORNAL
Na caixa do correio, um mail anunciava que tínhamos vindo no DN. E como ficámos um bocadinho vaidosas, resolvemos partilhar com os leitores a notícia. O link é este (para o Blog do Dia).

28.11.05

LEITURAS DO DIA II
A edição de Novembro do The Comics Journal já está on line.

LEITURAS DO DIA
A autobiografia enquanto género? Matthew Surridge reflecte sobre o assunto aqui.

25.11.05

VISITA DO DIA

Brandon Steen
LEITURAS DO DIA
No site do Festival de Angoulême há uma bela entrevista com Mike Mignola para ler.

24.11.05

BEDETECA DE BEJA JÁ EMPRESTA LIVROS
A Bedeteca de Beja tem finalmente o seu acervo inventariado. Depois destes meses de trabalho podemos começar a emprestar livros (embora os leitores possam continuar a lê-los na Bedeteca, como têm feito até agora).
Em todo o caso, aqueles que preferem uma leitura mais solitária podem passar pela Bedeteca (1º andar da Casa da Cultura de Beja) e tirar o cartão que lhes permite o acesso a este serviço.
Para o efeito basta trazer uma fotografia tipo passe, um comprovativo da morada (recibo da água, da luz ou do telefone) e o Bilhete de Identidade.
Depois é escolher um dos 6 cartões que temos à disposição (cartões com desenhos diferentes para todos os gostos) e levar os livros para casa (3 livros pelo período de uma semana).
O acervo, como muitos já saberão, está dividido por temas (Aventura, BD Alternativa, BD Portuguesa, Biografias/Histórias do Quotidiano, Comics , Fantástico, Humor, Mangá, Western, etc).
Para os que gostam de se deixar estar entre as 4 paredes da Bedeteca, existem ainda várias revistas actualizadas ( Anime, BoDoi, Lanfeust, Pavillon Rouge, Wizard, etc.), jornais e publicações especializadas (BDjornal, Juve BêDê, Splaft!, etc.), e muitos fanzines (Barsowia, Crica, Gambuzine, TERTÚLIABDzine, Venham + 5, etc.).
Existem ainda os seguintes serviços à disposição: Núcleo de Documentação e Pesquisa, Núcleo de Internet e Núcleo de Trabalho. Os utilizadores podem também visitar a Galeria de Exposições Temporárias (todos os meses a Bedeteca realiza uma exposição com um autor de banda desenhada ou com um ilustrador), inscrever-se no Toupeira - Atelier de Banda Desenhada, ou fazer encomendas na nossa Loja (que permite o acesso a vários contactos para que se possa encomendar todo o tipo de BD que não se encontre à venda na cidade ou no país...).

Estamos à vossa espera...


Só boas notícias... E se a isto juntarmos a distância em relação ao caos de Lisboa, aos carros estacionados em segunda fila e aos transportes que nunca chegam a horas, dá vontade de ir viver para o Alentejo!

23.11.05

ANGOULÊME 2006
A festa é só em Janeiro, mas o cartaz já por aí anda:

LEITURAS DO DIA
As leituras mais recentes do La Carcel de Papel estão disponíveis aqui e recomendam-se.

22.11.05

ISOL

Nasceu em Buenos Aires, onde vive e trabalha. Dedica-se essencialmente à ilustração infantil (a maior parte das vezes, também como autora), à ilustração editorial e aos comics.
Para conhecer o seu trabalho basta ir aqui.
FAKTORÍA K DE LIBROS
Assim se chama a mais recente editora galega de banda desenhada, integrada no projecto da Kalandraka e coordenada por Kiko da Silva, actual responsável editorial da Bd Banda. A notícia está aqui; agora é esperar pelos livros.

21.11.05

LEITURAS PARA BREVE
Nos próximos dias haverá notícias sobre duas edições recentes que nos fazem acreditar na vida para além da Asa e da Devir (não é que não gostemos da Asa e da Devir, mas gostávamos mais que houvesse hipóteses de escolha entre mais diversidade):

Borda d'água - o tempo das papoilas
Miguel Rocha
Edições Polvo, 2005

Metamorfina
Miguel Mocho e João Sequeira
Bedeteca/ LX Comics, 2005
LEITURAS DO DIA (DE ONTEM)
Na Pública (o acesso é pago, por isso nem vale a pena procurar o endereço para fazer o link...) há um artigo com bastante informação sobre a edição deste ano da Ilustrarte.

17.11.05

VISITA DO DIA

Christian Northeast
UM SITE PARA GUARDAR
A sugestão é de Thierry Smolderen que, durante o FIBDA, nos deu um postal com um belo grafismo e com a morada do Coconino World. A visita vale mesmo a pena.

16.11.05

EDWARD GOREY
Nos últimos dias, Edward Gorey tem estado em grande destaque no Last Tapes. Não deixem de passar por lá!
LEITURAS DO DIA
Neste link há um texto de Miguel Porto (Galiza) sobre banda desenhada de autor pelo mundo. E o texto tem continuação anunciada...

15.11.05

O FIM DO PAIVA?
Há uns dias, o Divulgando BD deu o alarme: a bd do Paiva, que acompanha as páginas do Blitz há quatro anos, tinha o encerramento de portas anunciado. Ficou por esclarecer o motivo de tal decisão: vontade superior na redacção do jornal, desistência dos autores...? Sem saber a resposta, hoje lá fui comprar o Blitz, esperando encontrar a última prancha das aventuras do Paiva bem assinalada. Mas não. A prancha lá vem, e a habitual coluna crítica vem preenchida com uma galeria, mas não há uma palavrinha sobre o assunto do fim da página, nem sequer no editorial do jornal. Acabou mesmo? E porquê? E, já agora, porque raio não se disse que acabou?

14.11.05

CINANIMA 2005 - OS PRÉMIOS

O Cinanima 2005 decorreu de 7 a 13 de Novembro, em Espinho, como acontece dede 1977. O Beco não deu destaque ao evento em devido tempo, mas aqui ficam os premiados.
FIBDA 05 - CONVERSANDO COM AZARA
No segundo fim de semana do FIBDA, conversámos com Jo-El Azara, um dos nomes consagrados da bd Franco-belga, autor das aventuras de Taka-Takata. E apesar de a entrevista estar combinada apenas com Azara, tivemos a sorte de o autor se fazer acompanhar por Josette Baujot, sua companheira e colorista chefe dos estúdios de Hergé durante mais de 25 anos, que ajudou a transformar uma simples entrevista numa agradável conversa em torno da banda desenhada.


Josette Baujot e Jo-El Azara apanhados pela objectiva da Sílvia

Como é que começou a fazer banda desenhada?

Bom, comecei graças a esta senhora [aponta para Josette Baujot].

Mas, antes disso, comecei quando era muito pequeno; sempre tive vontade de desenhar e de contar histórias através da banda desenhada. O meu pai, que era flamengo, assinava um jornal diário que tinha uma banda desenhada de meia página, "Suske en Wiske", da autoria de Willy Vandersteen (em francês chamava-se "Bop et Bopette"). Eu lia essa meia página todos os dias, e tinha cada vez mais vontade de desenhar. E como não fazia grande coisa na escola [risos], os meus pais deixaram-me fazer um curso de desenho. Ao fim de dois anos, bati à porta do autor daquela página de bd e perguntei-lhe se não tinha trabalho para mim, durante as férias grandes. Ele disse que sim e esse foi o meu primeiro contacto com o 'ofício' e com a arte da banda desenhada. Depois das férias voltei à escola de desenho e, quando acabei o terceiro ano, bati à porta dos estúdios de Hergé e...foi ela quem me abriu a porta! [aponta para a sua companheira].

E Hergé aceitou a sua colaboração?
Sim, fiquei lá a trabalhar durante as férias grandes e, depois, durante mais sete anos.

Como é que foi essa experiência de trabalhar com alguém com o 'peso' e a importância de Hergé?
Foi fulcral para mim. Foi nos estúdios de Hergé que aprendi tudo, mesmo já tendo uma experiência anterior...

Josette Baujot - Aí aprendeu a fazer tudo desde o início: definir áreas na prancha, marcar as vinhetas, definir os enquadramentos, desenhar, passar a tinta, apagar os traços do lápis, aplicar as cores... Tudo!

Importa dizer que foi ali que aprendi também o francês...

Josette Baujot - ...que ele falava muito mal!

A sua língua materna é o flamengo?
Sim, e o francês, no início, era muito difícil para mim.

Taka-Takata, a personagem que o traz à Amadora, já tem quarenta anos... Acha que continua a ser uma personagem actual?
Sim, muito. O Taka-Takata não tem idade; eu tenho, mas ele não!

A imagem do soldado japonês, míope, pacifista...
Como eu, que também vejo muito mal e não gosto de guerra [risos].

Em que é que se inspirou para essa personagem?
Bom, Taka-Takata é um pacifista como eu, que fui obrigado a fazer o serviço militar e não gostei! E é japonês porque, na altura em que frequentava a escola de desenho, o nosso professor de História da Arte sugeriu-nos que víssemos uma série de pinturas e figuras japonesas clássicas e isso influenciou-me muito, mesmo sem nunca ter estado no Japão.

Essa imagem nasceu como uma forma de contrariar a ideia da guerra?
Sim, sem dúvida. O Taka-Takata começou a ser publicado exactamente vinte anos depois da bomba de Hiroshima, no jornal Tintim, e essa data foi, de algum modo, muito intencional...

Este ano saiu um álbum de homenagem a Taka-Takata (Óperation Boomerang, editado pela Azeko). Como é que nasceu a ideia?
Bom, uma série de amigos do mundo da bd quiseram comemorar os quarenta anos de Taka-Takata comigo e decidimos que fazer um volume colectivo era uma boa forma de comemoração.


Cenografia da exposição dedicada ao autor, no FIBDA 2005

O Azara participou em revistas e periódicos de bd tão clássicos e fundamentais como Tintim. Hoje a bd circula de outros modos, por vezes muito diferentes...
Sim, e é pena.

Sim? Porquê?
Bom, porque as revistas permitiam que um jovem desenhador, por exemplo, experimentasse o seu talento, e também que tivesse espaço e tempo para aprender mais e desenvolver as suas capacidades. Hoje em dia, um autor começa directamente em livro, e tem quarenta e quatro páginas para desenvolver uma ideia. Se as coisas correm mal...
E depois há a questão do mercado e do ofício. Nas revistas como Tintim, Pilote, e outras, os autores eram pagos à página; se depois de algum tempo surgia um álbum, havia também os direitos de autor, mas se não acontecesse nada, continuavam a ser pagos à pagina pelo seu trabalho. Sem esse espaço de garantia, como acontece hoje, é muito mais difícil que um jovem autor possa ganhar a sua vida trabalhando em banda desenhada.

Mas hoje há muitos fanzines que permitem uma circulação de autores e de projectos fora do circuito dos livros.
Sim, é verdade, e há projectos de fanzines verdadeiramente interessantes. Mas é um outro modo de trabalhar. As revistas e os jornais de banda desenhada funcionavam como uma autêntica escola de banda desenhada.

Josette Baujot - A transmissão do conhecimento entre autores mais velhos e mais novos funcionava muito bem quando as revistas eram o meio de publicação da bd por excelência. Se não há contacto entre as várias gerações, como às vezes acontece, é mais difícil...

Que projectos tem em preparação neste momento?
O próximo álbum de Taka-Takata, que sairá na nossa editora, a Azeko, e que será a novidade para Angoulême, que já se aproxima.

Esboços de Azara, expostos no FIBDA 2005
BLACK BOX STORIES
No Kuentro podem ler a notícia da apresentação de Black Box Stories, o projecto de José Carlos Fernandes (argumento) que contará com vários desenhadores (Miguel Rocha, Luís Rodrigues, Susa Monteiro e Roberto Gomes).
NOVAS DA SÉRVIA
Depois de alguns mails trocados após a entrevista que nos concedeu no FIBDA, Aleksander Zograf escreve-nos agora para dar conta de uma das suas colaborações no Osservatorio Sui Balcani, desta vez a partir da visita que fez a Lisboa e à Amadora. Espreitem aqui, no segundo link.

11.11.05

S. MARTINHO E BD DE BOLSO
Não tivesse um artigo para acabar de escrever e o que fazia era encher os bolsos com meia dúzia de livros e sair para a rua, a tempo de ainda aproveitar alguns raios de sol...

A BÍBLIA EM BEJA
Já inaugurou a nova exposição da Bedeteca de Beja, desta vez dedicada aos trabalhos de banda desenhada, ilustração e fotografia da revista Bíblia.

A exposição conta com trabalhos de Alice Geirinhas, Ana Cortesão, Céu Guarda, Dani Roxo, Filipe Abranches, João Chambel, João Fontesanta, Luís Lázaro, Pedro Amaral, Pedro Zamith e Susana Paiva, entre outros, e está patente até ao dia 9 de Dezembro, na Galeria de Exposições Temporárias.

A revista Bíblia viu a luz pela primeira vez em 1996. De então para cá foram publicados 22 números, pontuados pela experimentação e pelo arrojo em áreas tão distintas como o desenho, a fotografia, a banda desenhada, o design, a ilustração, a prosa, o conto ou a poesia.
Pelas suas páginas já passaram mais de 300 colaboradores nacionais e internacionais, o que dá uma ideia do projecto conduzido por Tiago Gomes. A exposição, que mostra ilustrações, bandas desenhadas e fotografias referentes a vários períodos da revista, permite uma visão abrangente acerca de algumas das tendências que se vão fazendo sentir nestas áreas.


GALERIA DE EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS
1º andar - Casa da Cultura (junto à entrada da Bedeteca)
2ªs das 18h00 às 24h00, de 3ª a 6ª das 14.00h às 20.00h, e aos Sábados das 14h00 às 20h00

Bedeteca de Beja
Casa da Cultura
Rua Luís de Camões
7800 - 508 BEJA

10.11.05

FANTAGRAPHICS
As últimas novidades estão aqui.

9.11.05

UM JOGO
Escrever a partir de imagens, desenhar a partir de palavras. E tudo numa caixa de fósforos.
ÀS VOLTAS COM A HISTÓRIA


Das Conferências do Casino à Filosofia de Ponta : percurso histórico da banda desenhada portuguesa
João Paulo Paiva Boléo e Carlos Bandeira Pinheiro
Bedeteca de Lisboa, 2000

8.11.05

VISITA DO DIA

Philippe de Kemmeter
LEITURAS DO DIA
Henrique Torreiro escreve, aqui, sobre o trabalho de Scott McLoud.

7.11.05

FIBDA 05 - PARA O ANO HÁ MAIS!
O último fim-de-semana do FIBDA foi o mais agitado, pelo menos a avaliar pelos engarrafamentos na sala de autógrafos... Gibrat, Stassen e Boucq foram os 'responsáveis' pelo caos e não pararam de desenhar a tarde toda (bem, o Stassen parou várias vezes para beber muitos cafés e para dar uma entrevista ao Beco, que será transcrita assim que eu conseguir parar de correr de um lado para o outro, ou seja, nos próximos dias).



Antes do encerramento ainda houve tempo para uma nova volta pelas exposições e para mais um olhar atento sobre as pranchas de Winsor McCay e o seu Little Nemo, nunca antes expostas, bem como sobre a selecção de pranchas de Sandman, uma das mais interessantes séries de bd de sempre:

BD JORNAL Nº7
Aqui fica o press-release, enviado pelo J. Machado-Dias:

O BDjornal nº 7 já saiu!
Como prometido, desta vez correu tudo bem, aí está o BDJ7 (nome de código dado pelo Daniel Maia e que me parece fixe).
Com uma designação genérica FESTIVAL INTERNACIONAL DE BD DA AMADORA E OUTROS SALÕES, FESTIVAIS E? QUE MAIS, o jornal tenta abranger uma verdadeira ronda por tudo quanto é evento sobre BD. Com a primeira reportagem sobre o FIBDA 2005, essencialmente fotográfica; a reportagem do Salão de Viseu; o programa do Salão de Moura BD 2005 (a realizar de 12 a 27 de Novembro); o anúncio do Salão de BD do Porto, a comemorar os 20 anos da 1º Edição e editado virtualmente em www.sibdp.com; muitas outras notícias sobre muitos outros festivais, com Clara Botelho em Volta ao mundo em Festivais.
Depois, um texto de José Carlos Francisco sobre A Longa Cavalgada de Tex; a conversa de Pedro Cleto com Étienne Davodeau, João Miguel Lameiras no Festival de Cinema Fantástico de Sitges 2005; as considerações de Sara Figueiredo Costa sobre a obra de Aleksandar Zograf; a tentativa de interpretação de Nuno Franco dos Estranhos Sonhos de Max, a crítica de Pedro Cleto ao novo Asterix, etc?
Ainda uma BD de Andreia Rechena e o caderno destacável central com o Xatoman de Álvaro.
O BDjornal nº 7 só está ainda à venda no FIBDA (neste fim-de-semana), no stand Pedranocharco-Ulmeiro, com a Promoção de Assinaturas em grande destaque e a ter grande afluência e aceitação do público.
Está ainda na Kingpin of Comics e na Casa da BD, no Mercado de Santa Bárbara (Feira da Ladra.).
Na próxima semana haverá a distribuição VASP e a colocação nos habituais postos de venda.




É só procurá-lo por aí! Mais informações no Kuentro.

4.11.05

FIBDA 05 - O SONHO NA BD PORTUGUESA



Num dos muitos recantos da estação de metro da Amadora-Este pode ver-se a exposição 'O Sonho na BD Portuguesa'. Num cenário algo psicotrópico, com um jogo de luzes muito interessante (mas que aumenta ainda mais a sensação de calor...) podem ver-se pranchas originais de António Jorge Gonçalves/ Nuno Artur Silva, José Carlos Fernandes, Rui Pimentel, Diniz Conefrey, Rui Lacas, David Soares, José Ruy, Miguel Rocha, Luís Louro, Filipe Abranches (do belíssmo O Diário de K), Miguel Rocha e João Fazenda. A amostra é representativa dos últimos anos de edição e, mesmo com a entrada/ saída a desembocar junto à porta que dá acesso ao maravilhoso mundo de Winsor McCay, 'O Sonho na Bd Portuguesa' merece o destaque do Beco, não por acharmos que o que é nacional é bom, mas porque a selecção das pranchas e dos autores nos parece um bom ponto de partida para uma reflexão temática dentro da produção recente da bd que se faz por cá. Juntando-lhe uma pesquisa sobre o que se passa no meio da edição 'não oficial' e procurando perceber se há material relevante para o tema nas publicações dos últimos dez/quinze anos, temos pano para mangas...