31.5.08

DEZ ANOS DA BD GALEGA

Uma exposição dedicada à última década da banda desenhada galega abriu hoje as portas, na Bedeteca de Lisboa, e pode ver-se até ao dia 20 de Junho. A organização é do Festival "Viñetas desde o Atlántico", da Asociación Galega de Professionais da Ilustración e das Xornadas de BD de Ourense, com o apoio da Xunta da Galicia.



Mais informações no site da Bedeteca.

30.5.08

28.5.08

BLOCO DE NOTAS: O Mundo Num Segundo


O Mundo Num Segundo
Isabel Minhós Martins e Bernardo Carvalho
Planeta Tangerina

Já vamos sabendo que os livros ditos infantis podem ter tanto para oferecer como os outros. E já vamos sabendo, igualmente, que quebrar fronteiras (infantil, adulto, ilustração, banda desenhada, exercício gráfico, texto em prosa, reportagem, etc, etc...) pode ter resultados mais enriquecedores para a leitura do que a eternização de barreiras expressivas e de recepção que não nos permitem olhar para os livros e ver/ler o que lá está, sem ‘a prioris’. Os livros da Planeta Tangerina têm contribuído de modo decisivo para essa consciência, para além de oferecerem ao leitor resultados sempre pensados globalmente, desde a criação do conteúdo até à forma em que ele se apresenta. Com O Mundo Num Segundo, de Isabel Minhós Martins e Bernardo Carvalho, tudo isso se confirma e, mais ainda, tudo isso se sublima. Exagero? Não quando olhamos para as páginas do livro e percebemos a qualidade das ilustrações, o potencial de leituras da narrativa (texto e imagem, entenda-se), a possibilidade de outras descobertas, outras leituras e outros modos de ver que se oferecem ao leitor, independentemente da idade.
Aqui se define um percurso por diferentes partes do mundo, com os fusos horários por referência (apresentada nas guardas finais, sob a forma de um planisfério) e uma amostra da imensidão de acontecimentos que fazem da vida aquilo que ela é, indefinível, mas passível de aproximações – textuais, interpretativas, visuais, emocionais... – como a que este livro constitui.
A narrativa, sequência de momentos organizados num determinado tempo, é apresentada através da referência espacial. Espaço e tempo cruzam-se de um modo pouco habitual: o tempo da narrativa é apenas o de um segundo, tal como enunciado pelo próprio título do livro, e é no espaço que se sequencializam as imagens, definindo um percurso que se mantém temporal pela impossibilidade física de percorrer diferentes fusos horários em simultâneo, mas também pelo percurso da leitura, inevitavelmente superior a um segundo.
O acto de percorrer o planisfério, com o olhar ou a ponta dos dedos, associa-se à própria sequência narrativa, convocando uma leitura que, podendo fazer-se a diferentes níveis (os leitores mais novos poderão não ter adquirido ainda as noções físicas, geográficas e temporais para perceberem o jogo intrínseco desta narrativa, mas perceberão outros, e isso é sempre enriquecedor), permite várias respostas à indagação sobre o mundo e a infinitude de coisas que acontecem em simultâneo. Para uma criança, poderá ser uma descoberta avassaladora, fazendo deste um livro com potencial para marcar para sempre um leitor inexperiente, que começa a enfrentar as primeiras descobertas. Para leitores mais jovens ou adultos, a descoberta permanece, ainda que com diferentes contornos, porque O Mundo Num Segundo acaba por construir uma visão do mundo enriquecida por pormenores e pequenas histórias possíveis dentro da estrutura principal, abrindo a leitura a um potencial de visões, muito para lá da simplicidade com que por vezes ainda se encaram os livros ilustrados.

26.5.08

ILLUSTRATIVE 08

É um dos mais conceituados festivais contemporâneos de ilustração e artes gráficas. Para a edição deste ano, agendada para Outubro, em Berlim, e concretamente para o Young Illustrators Award, o Illustrative aceita candidaturas até ao próximo dia 15 de Junho (vejam o regulamento aqui).

Até Outubro, todas as informações relativas ao festival deste ano irão sendo disponibilizadas aqui.
CAPPUCCETTO ROSSO

A última edição do Salone Internazionale del Fumetto, em Nápoles, contou, como já tínhamos noticiado, com uma exposição de Richard Câmara e do seu Capuchinho Vermelho. Para o catálogo, tive o prazer de assinar um pequeno texto sobre O Capuchinho Vermelho, e a alucinação visual de o receber na volta do correio... em italiano!
Deixo disponível a versão portuguesa, claro, e aproveito para agradecer ao Richard o convite.



UM CAPUCHINHO PARA O FUTURO

O consenso é vasto: psicólogos, pedagogos ou parentes dedicados sabem, de há dois ou três séculos para cá, que os contos de fadas ajudam a potenciar novas dimensões no universo imaginativo das crianças, contribuindo de modo inegável para o seu crescimento. Não sendo a capacidade de crescer (no sentido de desenvolver-se e criar novas interpretações do mundo) um exclusivo da infância, será lícito incluir a matéria primordial dos contos de fadas no universo de elementos que, em função do tipo de leituras e da qualidade das digressões a que forem sujeitos, podem bem constituir objecto de reflexão e experimentação – e logo, de crescimento.

Da leitura de O Capuchinho Vermelho, de Richard Câmara, apreende-se desde logo essa característica. A narrativa que conhecemos, com maior ou maior variação, das histórias das avós é aqui duplamente transformada, sem que com isso se percam as suas linhas e significados essenciais: por um lado, com a fragmentação do enredo, através da simultaneidade com que se apresentam os diferentes pontos de vista (cada momento da história é ‘mostrado’ a partir do ‘olhar’ sobre cada uma das personagens: capuchinho, avó, lobo e caçador); por outro lado, com o desvio da linearidade da narrativa tradicional em direcção a uma interpretação alternativa, mas que ainda assim mantém os pontos essenciais do conto ‘original’, nunca arrasando com a sua estrutura.

Como todos os contos tradicionais, O Capuchinho Vermelho tem-se prestado a muitas adaptações, nem sempre ricas no que de novo acrescentam. No caso do trabalho de Richard Câmara, seria preferível falar em transformação – o traço espesso e de leitura forte, o vermelho como única cor para além do preto, sublinhando os elementos centrais da significação, a releitura de uma história universal a partir dos seus núcleos narrativos essenciais, criando uma outra história, onde a primeira se reconhece, mas à qual o humor e a inteligência da interpretação acrescentam um novo valor.

25.5.08

UMA BIBLIOTECA IMAGINÁRIA

Inaugura amanhã, pelas 11H00, no Auditório Augusto Cabrita, a exposição de ilustração Uma Biblioteca Imaginária - Livros infantis que (ainda) não existem.



Esta mostra parte do desafio proposto aos ilustradores (72 de 30 países) de criarem a capa de um livro, existente, ou não, que gostassem de ilustrar.

Estará patente até ao dia 31 de Julho,no seguinte horário:
Terça-Feira a Domingo das 17H00 às 22H00.

Mais informações em www.ilustrarte.net.
FESTIVAL INTERNACIONAL DE BD DE BEJA

Fecha hoje as portas, mas até à meia-noite ainda há programa.

20.5.08

VISITA DO DIA




O trabalho da ilustradora Carole Hénaff, que descobri aqui.

15.5.08

A NÃO PERDER

Hoje, às 22h45m, no cinema King, uma retrospectiva dos irmãos Quay no âmbito da Monstra 2008.


The Epic of Gilgamesh (1985)


Rehearsals for Extinct Anatomies (1987)


The Comb (From the Museums of Sleep) (1991)
PRÉMIO NACIONAL DE ILUSTRAÇÃO 2007

Com vários dias de atraso, aqui ficam os premiados:

Depois de analisadas as 130 candidaturas, O júri, constituído por Dora Batalim, Sara Reis Silva e Maria Carlos Loureiro decidiu, por unanimidade, atribuir o Prémio Nacional de Ilustração a Cristina Valadas, pelas ilustrações da obra O rapaz que sabia acordar a Primavera com texto de Luísa Dacosta , das Edições Asa.



Foram atribuídas duas menções honrosas, uma às ilustrações da obra Quando eu nasci, da autoria de Madalena Matoso, com texto de Isabel Minhós Martins, da Planeta Tangerina, e outra às ilustrações da obra O rapaz que aprendeu a voar, da autoria de José Miguel Ribeiro, com texto de Alexandre Honrado, da Dom Quixote.



O júri decidiu, ainda, distinguir as seguintes obras e respectivos ilustradores:

José Saraiva, Vermelho-Cereja, texto de François David (trad.), Ambar.
Alex Gozblau, Romance do 25 de Abril, texto de João Pedro Mésseder, Caminho.
Bernardo Carvalho, A Grande Invasão, texto de Isabel Minhós Martins, Planeta Tangerina.
Gémeo Luís, A Boneca Palmira, texto de Matilde Rosa Araújo, Edições Eterogémeas.
Teresa Lima, Ovos Cozidos, texto de Marisa Núñez (trad.), OQO Editora.
Margarida Botelho, A Colecção, texto de Margarida Botelho, Edição de autor.

12.5.08

UMA EDITORA CANALHA

Com a agitação de Beja, acabei por esquecer-me: no último número da Time Out, assino um artigo sobre a Imprensa Canalha. Podem lê-lo aqui.
BEJA I

Como sempre, os elogios não são demais para o Festival de BD de Beja. Nesta quarta edição, as exposições voltam a revelar uma sábia programação, com a preocupação de interessar diferentes públicos, mas sem nunca ceder ao desleixo ou ao desinteresse.

No espaço central, na Casa da Cultura - Bedeteca, as exposições de Martin Tom Dieck, Dave McKean, Frantz Duchazeau foram as mais apreciadas aqui pelo Beco, e isto sem menosprezar nenhuma das outras. No espaço do Museu Regional, o mais recente trabalho de Susa Monteiro (editado durante o Festival) confirmou aquele que é um dos valores seguros da banda desenhada contemporânea. Infelizmente, escapou-nos a exposição do Diniz Conefrey, no conservatório (pensávamos vê-la no domingo de manhã, mas estava encerrada...).







Para além do livro A Carga, de Susa Monteiro, a Bedeteca de Beja editou também um novo número do Venham + 5, desta vez em formato de revista, com lombada e dezenas de colaborações. A comentar por aqui nos próximos dias.

9.5.08

A CAMINHO DE BEJA



O IV Festival Internacional de BD de Beja já tem site e abre as portas amanhã, pelas 15 horas. O Beco muda-se para o sul duarante o fim de semana e promete contar tudo no regresso. Até lá!

8.5.08

O PEDRO E O LOBO



Inaugurou hoje, no Auditório Municipal Augusto Cabrita (AMAC), a exposição das ilustrações originais do livro A história secreta de PEDRO E O LOBO, uma adaptação do clássico de Sergei Prokofiev, escrita por João Paulo Cotrim e ilustrada por de João Fazenda (editado pela Assírio e Alvim).



A exposição estará patente ao público até 31 de Julho, de Terça-feira a Domingo das 17H00 às 22H00.

Mais informações em www.ilustrarte.net

7.5.08

A MONSTRA ESTÁ DE VOLTA



Amanhã, dia 8, arranca a 7ª edição do Festival de Animação de Lisboa - Monstra.

O país convidado desta edição é o Reino Unido. Para além de uma retrospectiva do seu cinema de animação, de projecção filmes de nomes como Nick Park, Joanna Quinn ou Mark Baker, há também uma homenagem ao clássico Yellow Submarine, de Georges Dunning, estreado há 40 anos).

Este ano, para a competição oficial de curtas-metragens, foram seleccionadas 55 obras provenientes de vários pontos do mundo (10 das quais portuguesas).

Há ainda workshops, master-classes, concertos, exposições e a Monstrinha, dedicada aos mais novos.

As sessões terão lugar no Teatro Maria Matos, cinemas King, cinema São Jorge e Museu do Oriente (onde terá lugar uma retrospectiva do trabalho de animação do japonês Osamu Tezuka)

A Monstra fica em Lisboa até dia 18 de Maio.

Para mais informações: www.monstrafestival.com

5.5.08

HOMENAGEN A JOSÉ RUY

Imaugura na próxima quinta-feira, pelas 19 horas, no CNBDI (Amadora), a exposição Como se Desenham os Sonhos - Homenagem a José Ruy.



Nesta exposição damos a conhecer, através da criatividade do Mestre José Ruy, os maiores feitos e factos históricos da Amadora, além de parte do seu património. A mostra revela-nos, igualmente, todo o processo criativo do autor, nomeadamente para a criação dos álbuns “Levem-me nesse sonho” e “Levem-me nesse sonho… acordado” (versão mais actualizada), dedicados à História da Amadora em banda desenhada: ideia, guião, planificação, esboços e textos, a passagem à cor e o acompanhamento da impressão.

Nas duas salas da galeria de exposições, podem ser vistas as pranchas originais da "História da Amadora em Banda Desenhada", fotografias da época e actuais de alguns dos elementos patrimoniais mais significativos da Cidade e objectos pessoais do autor José Ruy.

A exposição tem o propósito, igualmente, de homenagear José Ruy, autor que, com mais de sessenta anos de trabalho em prol da BD, doou a obra de toda uma vida à Amadora. São mais de cinco mil trabalhos originais, peças que constituíram a primeira pedra na construção de uma colecção única no País.

3.5.08

IV FESTIVAL INTERNACIONAL DE BD DE BEJA

Começa no próximo dia 10 de Maio (e não no dia 5, como divulgou o Diário Digital e, por arrasto, vários blogs e órgãos de comunicação 'profissionais', como televisões e jornais, que bem podiam ter-se dado ao trabalho de confirmar a informação) e prolonga-se até ao dia 25 deste mês.



Exposições na Bedeteca/ Casa da Cultura:
Dave McKean, Filipe Andrade & Filipe Pina, Frantz Duchazeau, Gipi, João Lemos, Martin Tom Dieck, Nuno Saraiva, PEdro Leitão, 10 anos de bd Galega, Jovens Autores da América.

Na Biblioteca Municipal de Beja - José Saramago:
Do Pax-Fanzine ao Venham +5 (Doze anos de Viagem)

No Conservatório Regional do Baixo Alentejo:
Diniz Conefrey

No Museu Jorge Vieira – Casa das Artes:
Osvaldo Medina & Pepedelrey e Teresa Câmara Pestana

No Museu Regional de Beja:
Susa Monteiro

Na Pousada de S. Francisco:
Toupeira: Exposição Colectiva com Carlos Apolo Martins, Carlos Páscoa, Inês Freitas, Lam, Lobato, Luís Guerreiro, Maria João Careto, Paulo Monteiro, Pedro Ganchinho, Susa Monteiro, Véte, Vítor Cabral, Zé Francisco e Zé Pedro.

Mais informações brevemente.

2.5.08

NO QUE UMA PESSOA SE VÊ ENVOLVIDA...

O título é só para o charme. Na verdade, o convite do Marcos para participar no Invisual foi recebido com agrado e a experiência radiofónica correu bem, apesar do pouco tempo que tivémos para conversar. Deixo a nota de divulgação e a imagem que a acompanha (cortesia do Angel de la Calle e dos seus Diarios del Festival 2):

Sexta-Feira, às 20h: vai para o "ar-virtual", cortesia da famosa Rádio Zero, mais uma emissão do Invisual, um programa que pretende divulgar as promíscuas relações entre a banda desenhada e a música.
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Produzido por Marcos Farrajota, o 28º programa continua o ciclo de entrevistas a sócios da Associação Chili Com Carne desta vez com Sara Figueiredo Costa, divulgadora de bd e ilustração, mais conhecida pelo seminal blogue Beco das Imagens.
Playlist: Nerve, Woody Guthrie, Johnny Cash - estas duas últimas, escolhas da convidada.
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É repetido à Segunda-Feira pelas 11h30.



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Imagem de Angel de la Calle retirada do segundo volume de Diarios del Festival, diários onde o autor espanhol regista apontamentos sobre os festivais por onde vai passando.