30.9.08

LEITURAS DO DIA

No Guardian, Ned Beauman reflecte sobre o encerramento da Minx, chancela da DC Comics que pretendia concorrer com a enchente quotidiana de mangá vinda do Japão, analisando questões de mercado, os nichos por explorar e a importância da qualidade, mesmo em projectos marcadamente comerciais e para o grande público. Para ler aqui.

26.9.08

VÁRIAS ESTANTES À DISPOSIÇÃO

Para descobrir livros novos, ler autores que ainda não se leram, reler os que não há em casa ou estudar, as estantes da Bedeteca são do melhor que por cá temos. E o cartão de leitor é mesmo de borla.



Da visita de ontem, vieram cinco livros. O terceiro volume de Le Photographe, de Guibert, Lefèvre e Lemercier, para me redimir de ainda não o ter lido (e ao tempo que estava à espera dele...); os outros todos por motivos de trabalho. E bastou uma viagem de metro.
LEITURAS

No New York Times escreve-se sobre American Widows, a memória e as reflexões de Alissa Torres sobre o 11 de Setembro (com argumento de Alissa Torres e desenho de Sungyoon Choi. Para ler aqui enquanto se espera para ver se o livro chega a este lado do Atlântico).

23.9.08

VISITA DO DIA



O site de Marc Rosenthal.

22.9.08

RECORTES



VVAA
Cabeça de Ferro
Imprensa Canalha, 2008
64 págs., 15 Euros

*****

Desde o início da sua actividade, em 2006, a Imprensa Canalha tem sido responsável por edições que congregam a minúcia no ofício de fazer livros e a vontade de atribuir visibilidade a um conjunto de autores que, circulando entre a banda desenhada e a ilustração, começam a configurar um caso raro de coerência artística e programática, sem com isso perderem a afirmação das suas vozes individuais.
Com a participação de dezasseis autores, Cabeça de Ferro é uma antologia gráfica sobre a Revolução Industrial. O prefácio do arqueólogo Luís Luís é elucidativo do programa que orienta o volume: não se trata de reunir versões historiográficas através da banda desenhada ou da ilustração, mas antes de reflectir sobre um dos momentos de viragem da História a partir do seu carácter fundacional. Nesta antologia, as marcas da mudança introduzida a partir do século XVIII não se associam ao simples deslumbre pela inovação tecnológica, mas antes incorporam nessa enorme mutação da sociedade a marca intemporal de todos os vícios e virtudes que configuram a natureza humana. É dessa perspectiva comum que os artistas partem para a construção de imagens ou sequências, ainda que cada um o faça de modo individual.
Por entre as várias colaborações, que incluem nomes como Filipe Abranches, Pedro Burgos, José Feitor ou Richard Câmara, a de Dr. Orango constitui um ponto de vista revelador da abordagem que todo o livro configura. São dez pranchas em sequência alternada: de um lado, num registo composto por silhuetas, encena-se o advento do automóvel no quotidiano, primeiro como raridade de luxo por entre carroças puxadas a cavalo e senhoras de sombrinha passeando a pé, mais tarde como elemento essencial e omnipresente, sufocando todo o espaço imagético disponível ao mesmo tempo que os desastres se multiplicam numa inevitável violência; do outro lado, com traço e pormenores definidos, a evolução da indústria automóvel e de tudo o que se lhe associa, das linhas de montagem à aglomeração de carcaças metálicas em lixeiras. Entre o quotidiano de seres humanos concretos e as implicações sociais, económicas e políticas de uma mudança fundadora, o embate deixa marcas sobre as quais importa reflectir.

Sara Figueiredo Costa
(Texto publicado no suplemento Actual do jornal Expresso, 30 Agosto 08)

18.9.08

THE NIGHT BOOKMOBILE NO GUARDIAN

O mais recente capítulo de The Night Bookmobile, a novela gráfica da artista norte-americana Audrey Niffenegger, pode ser lido aqui.

16.9.08

RICHARD CÂMARA EM XANGAI

A propósito do Workshop de Diários Gráficos que anunciámos há uns dias, podem acompanhar aqui o diário de Richard Câmara, um dos orientadores do workshop (o outro é João Catarino), em Xangai, neste Verão.
XX XORNADAS BD OURENSE



O programa será anunciado brevemente.

15.9.08

VISITA DO DIA



Super 8 - portfolio de Andrew N Cross.

12.9.08

RECORTES



Isabel Minhós Martins e Bernardo Carvalho
O Mundo Num Segundo
Planeta Tangerina, 2008
48 págs., 9.80 Euros

*****

A arrumação dos livros em categorias etárias de recepção poderá garantir algumas vantagens didácticas e de mercado, mas tende igualmente a eliminar as particularidades que fazem de cada livro um objecto único e de cada conteúdo, verbal ou pictórico, um universo, aberto a outros universos. Um álbum ilustrado é um álbum ilustrado; nem é mais fácil de ler porque tem imagens, nem se destina exclusivamente às crianças que ainda não conhecem as letras, e sobretudo não recorre à ilustração como mero acrescento visual ao texto. O Mundo Num Segundo, de Isabel Minhós Martins e Bernardo Carvalho, é um bom exemplo de um trabalho autoral em torno do objecto livro que procura acentuar a harmonia entre texto e imagem (de tal modo que a dependência se torna mútua e equivalente), criando um livro que se desenvolve a partir de um conceito narrativo e visual ancorado numa certa deriva filosófica. O livro apresenta um percurso por diferentes partes do mundo, com os fusos horários por referência (apresentada nas guardas finais, sob a forma de um planisfério) e uma amostra da imensidão de acontecimentos que fazem da vida uma narrativa indefinível, mas passível de aproximações – textuais, interpretativas, visuais... –, como esta. No centro, a subversão de duas categorias essenciais: o tempo, suspenso, e o espaço, sequencializado, estruturam esta narrativa, com as cenas a remeterem para o momento exacto da suspensão temporal (a bola que voa em direcção a uma janela, na Grécia, mostra-se estacada em pleno voo, um pouco antes de partir, ou não, o vidro) e a sua sucessão a marcar o ritmo compassado de um percurso pelo globo.
O acto de percorrer o planisfério associa-se à sequência, convocando uma leitura que, podendo fazer-se a diferentes níveis, permite várias respostas à indagação sobre o mundo e a infinitude de coisas que acontecem em simultâneo. Independentemente do leitor e da sua idade, a inquietação prevalece e O Mundo Num Segundo constrói uma visão do mundo enriquecida por pormenores e pequenas histórias possíveis dentro da estrutura principal, abrindo a leitura a um potencial de visões, muito para lá da simplicidade com que, por vezes, se encaram os livros ilustrados.

Sara Figueiredo Costa
(Texto publicado no suplemento Actual do jornal Expresso, 9 Agosto 08)
VISITA DO DIA



O site da ilustradora Sophia Martineck.

9.9.08

WORKSHOP DE DIÁRIOS GRÁFICOS



Estão abertas as inscrições para o Workshop de Diários Gráficos 2008, a realizar no Centro de Investigação e de Estudos Arte e Multimédia (CIEAM), da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
As entrevistas de selecção estão agendadas para o dia 12 de Setembro e o curso tem lugar de dia 15 a 19 do mesmo mês.
Para se inscreverem os candidatos deverão enviar a ficha de pré-inscrição (em anexo) através de e-mail (cieam@fba.ul.pt) ou entregá-la pessoalmente no CIEAM.

5.9.08

LOUCURAS

Apesar do convívio pontual com algumas pessoas que fazem de certas séries de bd uma religião, ou pior, que acreditam que as personagens do Quarteto Fantástico andam mesmo por aí, ou que ainda aguardam que Tintim lhes bata à porta pedindo uma entrevista, nunca conheci ninguém que entrasse numa livraria acreditando ser o Lucky Luke... Mas pelos vistos, há quem o faça.

3.9.08

VISITA DO DIA





O site da ilustradora Gabriela Rubio.

2.9.08

LEITURAS

A mais recente edição do The Comics Journal pode ser conhecida aqui.

1.9.08

MYUUHAILURUSU STUDIO NA BEDETECA DE BEJA



O Myuuhailurusu Studio é um grupo informal de artistas que têm como referência o imaginário mangá. São artistas muito jovens e com uma margem de progressão muito grande, como se pode observar pelos trabalhos agora expostos.
Além de actuar na área da criação artística, o Myuuhailurusu Studio tem ainda como objectivos a divulgação de algumas vertentes da cultura japonesa contemporânea através da promoção de eventos (sem esquecer vários aspectos culturais e humanistas, como a luta pelos direitos humanos e o ambiente).
A exposição agora patente ao público reforça esta ideia, já que integra o I Natsuyoka Meet (dias 23 e 24 de Agosto), evento organizado pelo Myuuhailurusu Studio com a colaboração da Bedeteca de Beja e de outras instituições.
O Myuuhailurusu Studio é composto pelas artistas Myuuhailurusu (Inês Freitas), a fundadora do grupo, Michiyo (Joana), Mizuky (Maria Inês) e Viblue (Mariana).


Para ver na Bedeteca de Beja, até ao dia 12. De 2ª a 6ª, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.
DE REGRESSO

Ainda em modo lento, o Beco está de regresso. Nos próximos dias o ritmo aumentará, com textos, notícias e outras partilhas. Até já.