29.11.05

COLAGENS

Claudine Hellmuth
TIMTIMPORTIMTIM
Do Vilacondense recebemos a notícia de uma loja 'paradisíaca' para amantes de bd que abriu no Porto. Está tudo aqui.



(Obrigada, Dupont!)
O BECO NO JORNAL
Na caixa do correio, um mail anunciava que tínhamos vindo no DN. E como ficámos um bocadinho vaidosas, resolvemos partilhar com os leitores a notícia. O link é este (para o Blog do Dia).

28.11.05

LEITURAS DO DIA II
A edição de Novembro do The Comics Journal já está on line.

LEITURAS DO DIA
A autobiografia enquanto género? Matthew Surridge reflecte sobre o assunto aqui.

25.11.05

VISITA DO DIA

Brandon Steen
LEITURAS DO DIA
No site do Festival de Angoulême há uma bela entrevista com Mike Mignola para ler.

24.11.05

BEDETECA DE BEJA JÁ EMPRESTA LIVROS
A Bedeteca de Beja tem finalmente o seu acervo inventariado. Depois destes meses de trabalho podemos começar a emprestar livros (embora os leitores possam continuar a lê-los na Bedeteca, como têm feito até agora).
Em todo o caso, aqueles que preferem uma leitura mais solitária podem passar pela Bedeteca (1º andar da Casa da Cultura de Beja) e tirar o cartão que lhes permite o acesso a este serviço.
Para o efeito basta trazer uma fotografia tipo passe, um comprovativo da morada (recibo da água, da luz ou do telefone) e o Bilhete de Identidade.
Depois é escolher um dos 6 cartões que temos à disposição (cartões com desenhos diferentes para todos os gostos) e levar os livros para casa (3 livros pelo período de uma semana).
O acervo, como muitos já saberão, está dividido por temas (Aventura, BD Alternativa, BD Portuguesa, Biografias/Histórias do Quotidiano, Comics , Fantástico, Humor, Mangá, Western, etc).
Para os que gostam de se deixar estar entre as 4 paredes da Bedeteca, existem ainda várias revistas actualizadas ( Anime, BoDoi, Lanfeust, Pavillon Rouge, Wizard, etc.), jornais e publicações especializadas (BDjornal, Juve BêDê, Splaft!, etc.), e muitos fanzines (Barsowia, Crica, Gambuzine, TERTÚLIABDzine, Venham + 5, etc.).
Existem ainda os seguintes serviços à disposição: Núcleo de Documentação e Pesquisa, Núcleo de Internet e Núcleo de Trabalho. Os utilizadores podem também visitar a Galeria de Exposições Temporárias (todos os meses a Bedeteca realiza uma exposição com um autor de banda desenhada ou com um ilustrador), inscrever-se no Toupeira - Atelier de Banda Desenhada, ou fazer encomendas na nossa Loja (que permite o acesso a vários contactos para que se possa encomendar todo o tipo de BD que não se encontre à venda na cidade ou no país...).

Estamos à vossa espera...


Só boas notícias... E se a isto juntarmos a distância em relação ao caos de Lisboa, aos carros estacionados em segunda fila e aos transportes que nunca chegam a horas, dá vontade de ir viver para o Alentejo!

23.11.05

ANGOULÊME 2006
A festa é só em Janeiro, mas o cartaz já por aí anda:

LEITURAS DO DIA
As leituras mais recentes do La Carcel de Papel estão disponíveis aqui e recomendam-se.

22.11.05

ISOL

Nasceu em Buenos Aires, onde vive e trabalha. Dedica-se essencialmente à ilustração infantil (a maior parte das vezes, também como autora), à ilustração editorial e aos comics.
Para conhecer o seu trabalho basta ir aqui.
FAKTORÍA K DE LIBROS
Assim se chama a mais recente editora galega de banda desenhada, integrada no projecto da Kalandraka e coordenada por Kiko da Silva, actual responsável editorial da Bd Banda. A notícia está aqui; agora é esperar pelos livros.

21.11.05

LEITURAS PARA BREVE
Nos próximos dias haverá notícias sobre duas edições recentes que nos fazem acreditar na vida para além da Asa e da Devir (não é que não gostemos da Asa e da Devir, mas gostávamos mais que houvesse hipóteses de escolha entre mais diversidade):

Borda d'água - o tempo das papoilas
Miguel Rocha
Edições Polvo, 2005

Metamorfina
Miguel Mocho e João Sequeira
Bedeteca/ LX Comics, 2005
LEITURAS DO DIA (DE ONTEM)
Na Pública (o acesso é pago, por isso nem vale a pena procurar o endereço para fazer o link...) há um artigo com bastante informação sobre a edição deste ano da Ilustrarte.

17.11.05

VISITA DO DIA

Christian Northeast
UM SITE PARA GUARDAR
A sugestão é de Thierry Smolderen que, durante o FIBDA, nos deu um postal com um belo grafismo e com a morada do Coconino World. A visita vale mesmo a pena.

16.11.05

EDWARD GOREY
Nos últimos dias, Edward Gorey tem estado em grande destaque no Last Tapes. Não deixem de passar por lá!
LEITURAS DO DIA
Neste link há um texto de Miguel Porto (Galiza) sobre banda desenhada de autor pelo mundo. E o texto tem continuação anunciada...

15.11.05

O FIM DO PAIVA?
Há uns dias, o Divulgando BD deu o alarme: a bd do Paiva, que acompanha as páginas do Blitz há quatro anos, tinha o encerramento de portas anunciado. Ficou por esclarecer o motivo de tal decisão: vontade superior na redacção do jornal, desistência dos autores...? Sem saber a resposta, hoje lá fui comprar o Blitz, esperando encontrar a última prancha das aventuras do Paiva bem assinalada. Mas não. A prancha lá vem, e a habitual coluna crítica vem preenchida com uma galeria, mas não há uma palavrinha sobre o assunto do fim da página, nem sequer no editorial do jornal. Acabou mesmo? E porquê? E, já agora, porque raio não se disse que acabou?

14.11.05

CINANIMA 2005 - OS PRÉMIOS

O Cinanima 2005 decorreu de 7 a 13 de Novembro, em Espinho, como acontece dede 1977. O Beco não deu destaque ao evento em devido tempo, mas aqui ficam os premiados.
FIBDA 05 - CONVERSANDO COM AZARA
No segundo fim de semana do FIBDA, conversámos com Jo-El Azara, um dos nomes consagrados da bd Franco-belga, autor das aventuras de Taka-Takata. E apesar de a entrevista estar combinada apenas com Azara, tivemos a sorte de o autor se fazer acompanhar por Josette Baujot, sua companheira e colorista chefe dos estúdios de Hergé durante mais de 25 anos, que ajudou a transformar uma simples entrevista numa agradável conversa em torno da banda desenhada.


Josette Baujot e Jo-El Azara apanhados pela objectiva da Sílvia

Como é que começou a fazer banda desenhada?

Bom, comecei graças a esta senhora [aponta para Josette Baujot].

Mas, antes disso, comecei quando era muito pequeno; sempre tive vontade de desenhar e de contar histórias através da banda desenhada. O meu pai, que era flamengo, assinava um jornal diário que tinha uma banda desenhada de meia página, "Suske en Wiske", da autoria de Willy Vandersteen (em francês chamava-se "Bop et Bopette"). Eu lia essa meia página todos os dias, e tinha cada vez mais vontade de desenhar. E como não fazia grande coisa na escola [risos], os meus pais deixaram-me fazer um curso de desenho. Ao fim de dois anos, bati à porta do autor daquela página de bd e perguntei-lhe se não tinha trabalho para mim, durante as férias grandes. Ele disse que sim e esse foi o meu primeiro contacto com o 'ofício' e com a arte da banda desenhada. Depois das férias voltei à escola de desenho e, quando acabei o terceiro ano, bati à porta dos estúdios de Hergé e...foi ela quem me abriu a porta! [aponta para a sua companheira].

E Hergé aceitou a sua colaboração?
Sim, fiquei lá a trabalhar durante as férias grandes e, depois, durante mais sete anos.

Como é que foi essa experiência de trabalhar com alguém com o 'peso' e a importância de Hergé?
Foi fulcral para mim. Foi nos estúdios de Hergé que aprendi tudo, mesmo já tendo uma experiência anterior...

Josette Baujot - Aí aprendeu a fazer tudo desde o início: definir áreas na prancha, marcar as vinhetas, definir os enquadramentos, desenhar, passar a tinta, apagar os traços do lápis, aplicar as cores... Tudo!

Importa dizer que foi ali que aprendi também o francês...

Josette Baujot - ...que ele falava muito mal!

A sua língua materna é o flamengo?
Sim, e o francês, no início, era muito difícil para mim.

Taka-Takata, a personagem que o traz à Amadora, já tem quarenta anos... Acha que continua a ser uma personagem actual?
Sim, muito. O Taka-Takata não tem idade; eu tenho, mas ele não!

A imagem do soldado japonês, míope, pacifista...
Como eu, que também vejo muito mal e não gosto de guerra [risos].

Em que é que se inspirou para essa personagem?
Bom, Taka-Takata é um pacifista como eu, que fui obrigado a fazer o serviço militar e não gostei! E é japonês porque, na altura em que frequentava a escola de desenho, o nosso professor de História da Arte sugeriu-nos que víssemos uma série de pinturas e figuras japonesas clássicas e isso influenciou-me muito, mesmo sem nunca ter estado no Japão.

Essa imagem nasceu como uma forma de contrariar a ideia da guerra?
Sim, sem dúvida. O Taka-Takata começou a ser publicado exactamente vinte anos depois da bomba de Hiroshima, no jornal Tintim, e essa data foi, de algum modo, muito intencional...

Este ano saiu um álbum de homenagem a Taka-Takata (Óperation Boomerang, editado pela Azeko). Como é que nasceu a ideia?
Bom, uma série de amigos do mundo da bd quiseram comemorar os quarenta anos de Taka-Takata comigo e decidimos que fazer um volume colectivo era uma boa forma de comemoração.


Cenografia da exposição dedicada ao autor, no FIBDA 2005

O Azara participou em revistas e periódicos de bd tão clássicos e fundamentais como Tintim. Hoje a bd circula de outros modos, por vezes muito diferentes...
Sim, e é pena.

Sim? Porquê?
Bom, porque as revistas permitiam que um jovem desenhador, por exemplo, experimentasse o seu talento, e também que tivesse espaço e tempo para aprender mais e desenvolver as suas capacidades. Hoje em dia, um autor começa directamente em livro, e tem quarenta e quatro páginas para desenvolver uma ideia. Se as coisas correm mal...
E depois há a questão do mercado e do ofício. Nas revistas como Tintim, Pilote, e outras, os autores eram pagos à página; se depois de algum tempo surgia um álbum, havia também os direitos de autor, mas se não acontecesse nada, continuavam a ser pagos à pagina pelo seu trabalho. Sem esse espaço de garantia, como acontece hoje, é muito mais difícil que um jovem autor possa ganhar a sua vida trabalhando em banda desenhada.

Mas hoje há muitos fanzines que permitem uma circulação de autores e de projectos fora do circuito dos livros.
Sim, é verdade, e há projectos de fanzines verdadeiramente interessantes. Mas é um outro modo de trabalhar. As revistas e os jornais de banda desenhada funcionavam como uma autêntica escola de banda desenhada.

Josette Baujot - A transmissão do conhecimento entre autores mais velhos e mais novos funcionava muito bem quando as revistas eram o meio de publicação da bd por excelência. Se não há contacto entre as várias gerações, como às vezes acontece, é mais difícil...

Que projectos tem em preparação neste momento?
O próximo álbum de Taka-Takata, que sairá na nossa editora, a Azeko, e que será a novidade para Angoulême, que já se aproxima.

Esboços de Azara, expostos no FIBDA 2005
BLACK BOX STORIES
No Kuentro podem ler a notícia da apresentação de Black Box Stories, o projecto de José Carlos Fernandes (argumento) que contará com vários desenhadores (Miguel Rocha, Luís Rodrigues, Susa Monteiro e Roberto Gomes).
NOVAS DA SÉRVIA
Depois de alguns mails trocados após a entrevista que nos concedeu no FIBDA, Aleksander Zograf escreve-nos agora para dar conta de uma das suas colaborações no Osservatorio Sui Balcani, desta vez a partir da visita que fez a Lisboa e à Amadora. Espreitem aqui, no segundo link.

11.11.05

S. MARTINHO E BD DE BOLSO
Não tivesse um artigo para acabar de escrever e o que fazia era encher os bolsos com meia dúzia de livros e sair para a rua, a tempo de ainda aproveitar alguns raios de sol...

A BÍBLIA EM BEJA
Já inaugurou a nova exposição da Bedeteca de Beja, desta vez dedicada aos trabalhos de banda desenhada, ilustração e fotografia da revista Bíblia.

A exposição conta com trabalhos de Alice Geirinhas, Ana Cortesão, Céu Guarda, Dani Roxo, Filipe Abranches, João Chambel, João Fontesanta, Luís Lázaro, Pedro Amaral, Pedro Zamith e Susana Paiva, entre outros, e está patente até ao dia 9 de Dezembro, na Galeria de Exposições Temporárias.

A revista Bíblia viu a luz pela primeira vez em 1996. De então para cá foram publicados 22 números, pontuados pela experimentação e pelo arrojo em áreas tão distintas como o desenho, a fotografia, a banda desenhada, o design, a ilustração, a prosa, o conto ou a poesia.
Pelas suas páginas já passaram mais de 300 colaboradores nacionais e internacionais, o que dá uma ideia do projecto conduzido por Tiago Gomes. A exposição, que mostra ilustrações, bandas desenhadas e fotografias referentes a vários períodos da revista, permite uma visão abrangente acerca de algumas das tendências que se vão fazendo sentir nestas áreas.


GALERIA DE EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS
1º andar - Casa da Cultura (junto à entrada da Bedeteca)
2ªs das 18h00 às 24h00, de 3ª a 6ª das 14.00h às 20.00h, e aos Sábados das 14h00 às 20h00

Bedeteca de Beja
Casa da Cultura
Rua Luís de Camões
7800 - 508 BEJA

10.11.05

FANTAGRAPHICS
As últimas novidades estão aqui.

9.11.05

UM JOGO
Escrever a partir de imagens, desenhar a partir de palavras. E tudo numa caixa de fósforos.
ÀS VOLTAS COM A HISTÓRIA


Das Conferências do Casino à Filosofia de Ponta : percurso histórico da banda desenhada portuguesa
João Paulo Paiva Boléo e Carlos Bandeira Pinheiro
Bedeteca de Lisboa, 2000

8.11.05

VISITA DO DIA

Philippe de Kemmeter
LEITURAS DO DIA
Henrique Torreiro escreve, aqui, sobre o trabalho de Scott McLoud.

7.11.05

FIBDA 05 - PARA O ANO HÁ MAIS!
O último fim-de-semana do FIBDA foi o mais agitado, pelo menos a avaliar pelos engarrafamentos na sala de autógrafos... Gibrat, Stassen e Boucq foram os 'responsáveis' pelo caos e não pararam de desenhar a tarde toda (bem, o Stassen parou várias vezes para beber muitos cafés e para dar uma entrevista ao Beco, que será transcrita assim que eu conseguir parar de correr de um lado para o outro, ou seja, nos próximos dias).



Antes do encerramento ainda houve tempo para uma nova volta pelas exposições e para mais um olhar atento sobre as pranchas de Winsor McCay e o seu Little Nemo, nunca antes expostas, bem como sobre a selecção de pranchas de Sandman, uma das mais interessantes séries de bd de sempre:

BD JORNAL Nº7
Aqui fica o press-release, enviado pelo J. Machado-Dias:

O BDjornal nº 7 já saiu!
Como prometido, desta vez correu tudo bem, aí está o BDJ7 (nome de código dado pelo Daniel Maia e que me parece fixe).
Com uma designação genérica FESTIVAL INTERNACIONAL DE BD DA AMADORA E OUTROS SALÕES, FESTIVAIS E? QUE MAIS, o jornal tenta abranger uma verdadeira ronda por tudo quanto é evento sobre BD. Com a primeira reportagem sobre o FIBDA 2005, essencialmente fotográfica; a reportagem do Salão de Viseu; o programa do Salão de Moura BD 2005 (a realizar de 12 a 27 de Novembro); o anúncio do Salão de BD do Porto, a comemorar os 20 anos da 1º Edição e editado virtualmente em www.sibdp.com; muitas outras notícias sobre muitos outros festivais, com Clara Botelho em Volta ao mundo em Festivais.
Depois, um texto de José Carlos Francisco sobre A Longa Cavalgada de Tex; a conversa de Pedro Cleto com Étienne Davodeau, João Miguel Lameiras no Festival de Cinema Fantástico de Sitges 2005; as considerações de Sara Figueiredo Costa sobre a obra de Aleksandar Zograf; a tentativa de interpretação de Nuno Franco dos Estranhos Sonhos de Max, a crítica de Pedro Cleto ao novo Asterix, etc?
Ainda uma BD de Andreia Rechena e o caderno destacável central com o Xatoman de Álvaro.
O BDjornal nº 7 só está ainda à venda no FIBDA (neste fim-de-semana), no stand Pedranocharco-Ulmeiro, com a Promoção de Assinaturas em grande destaque e a ter grande afluência e aceitação do público.
Está ainda na Kingpin of Comics e na Casa da BD, no Mercado de Santa Bárbara (Feira da Ladra.).
Na próxima semana haverá a distribuição VASP e a colocação nos habituais postos de venda.




É só procurá-lo por aí! Mais informações no Kuentro.

4.11.05

FIBDA 05 - O SONHO NA BD PORTUGUESA



Num dos muitos recantos da estação de metro da Amadora-Este pode ver-se a exposição 'O Sonho na BD Portuguesa'. Num cenário algo psicotrópico, com um jogo de luzes muito interessante (mas que aumenta ainda mais a sensação de calor...) podem ver-se pranchas originais de António Jorge Gonçalves/ Nuno Artur Silva, José Carlos Fernandes, Rui Pimentel, Diniz Conefrey, Rui Lacas, David Soares, José Ruy, Miguel Rocha, Luís Louro, Filipe Abranches (do belíssmo O Diário de K), Miguel Rocha e João Fazenda. A amostra é representativa dos últimos anos de edição e, mesmo com a entrada/ saída a desembocar junto à porta que dá acesso ao maravilhoso mundo de Winsor McCay, 'O Sonho na Bd Portuguesa' merece o destaque do Beco, não por acharmos que o que é nacional é bom, mas porque a selecção das pranchas e dos autores nos parece um bom ponto de partida para uma reflexão temática dentro da produção recente da bd que se faz por cá. Juntando-lhe uma pesquisa sobre o que se passa no meio da edição 'não oficial' e procurando perceber se há material relevante para o tema nas publicações dos últimos dez/quinze anos, temos pano para mangas...

FIBDA 05 - O ÚLTIMO FIM DE SEMANA
Amanhã e depois estarão presentes no FIBDA os seguintes autores:

Sábado
15h
Bruno Marchand; Bryan Talbot; Diniz Conefrey; Esad Ribic; Gibrat; José Abrantes; José Carlos Fernandes; Leandro Fernandez; Ricardo FErrand; Stassen.
16h
Bruno Marchand; Bryan Talbot; Ed Brubaker; Esad Ribic; François Boucq; Gary S. Millidge; Gibrat; Leandro Fernandez; Liam Sharp; Pedro Leitão; Ricardo Ferrand; Stassen.
17h
Bruno Marchand; Ed Brubaker; Esad Ribic; François Boucq; Gary S. Millidge; José Carlos FErnandes; Leandro FErnandez; Liam Sharp; Pedro Leitão; Ricardo FErrand; Sean Phillips; Stassen
18h
Bryan Talbot; Ed Brubaker; François Boucq; Gary S. Millidge; José Carlos Fernandes; Liam Sharp; Pedro Leitão; Sean Phillips.

Domingo
15h
Bruno Marchand; Diniz Conefrey; Ed Brubaker; Esad Ribic; François Boucq; Gibrat; José Carlos Fernandes; Leandro Fernandez; Ricardo FErrand; Stassen.
16h
Brun Marchand; David Soares; Derradé; Ed Brubaker; Esad Ribic; François Boucq; Gibrat; José Abrantes; Leandro Fernandez; Pedro Leitão; Ricardo Ferrand; Sean Phillips.
17h
Bryan Talbot; David Soares; Derradé; Ed Brubaker; Esad Ribic; François Boucq; Gary S. Millidge; Gibrat; Liam Sharp; Ricardo Ferrand; Sean Phillips; Stassen.
18h
Bryan Talbot; Gary S. Millidge; Leandro Fernandez; Liam Sharp; Stassen

3.11.05

ILUSTRARTE - INAUGURAÇÃO
É já no próximo sábado, dia 5 de Novembro, pelas 17 horas, que inaugura a exposição da 2ª edição da ILUSTRARTE - Bienal Internacional de Ilustração para a Infância.



A exposição estará patente ao público até dia 31 de dezembro de 2005, no Auditório Municipal Augusto Cabrita - Parque da Cidade, Barreiro.
De Terça a Domingo das 15H00 às 20H00.

O Beco recebeu o convite, contudo não pode estar presente na inauguração, nem na entrega de prémios (que decorre no mesmo dia), mas vai dar notícias da exposição, assim que conseguir lá ir.
FIBDA 05 - À CONVERSA COM MAX
No sábado passado conversámos com Max, um dos autores presentes no último fim-de-semana do FIBDA. Max revelou-se um conversador nato...sempre que o gravador estava desligado! A partir do momento em que a entrevista começou a sério, alguma timidez tomou conta do autor de Gustavo que nem sequer se apercebeu que a Sílvia já tinha tirado meia dúzia de fotografias. Ainda assim, a conversa foi muito interessante. Aqui fica:



A inevitável pergunta clássica... Como começaste a fazer bd?
Comecei com 17 anos, porque conhecia um grupo de gente que já fazia... Sempre li banda desenhada, principalmente espanhola e europeia (Tintim, Astérix, etc) e gostava muito, mas quando descobri o trabalho do Robert Crumb percebi que a bd também podia servir para falar da realidade. E assim começou tudo.

Foi aí que nasceu o Gustavo?
Um bocadinho depois. Nessa altura estive uns quatro ou cinco anos a trabalhar para fanzines e revistas de pouca circulação, a experimentar coisas novas. O Gustavo aparece no fim deste período, na mesma altura em que começou a ser publicado na revista El Víbora (em 1979).

Que ideia tinhas em mente quando criaste o Gustavo?
Queria um personagem que reflectisse a realidade do mundo que me rodeava naquele momento: hippies, anarquistas, gente politizada que queria fazer coisas...

O mundo, o teu mundo, mudou muito, desde essa altura?
Sim, e acho que para pior. Não é que nessa altura fosse maravilhoso, mas com o fim recente da ditadura espanhola havia muita esperança, muitas ilusões... Hoje não.

Como era o movimento underground da banda desenhada catalã?
Primeiro que tudo, era muito divertido, e com muita vontade de comunicar, de fazer coisas. Muitos de nós vínhamos de Belas Artes e queríamos pintar, mas percebemos que o potencial da banda desenhada era muito maior que o da pintura. Nós queríamos contar histórias, e a bd era o meio perfeito para isso. De resto, foi uma época muito boa...

E as outras pessoas que participavam nesse movimento, continuam a fazer bd?
Quase ninguém continua. De facto, parece-me que eu sou o único sobrevivente (risos), pelo menos o único que faz bd com regularidade.

A revista Nosotros Somos Los Muertos, já dos anos noventa, é uma espécie de regresso ao sonho do undergroud dessa altura?
Sim, mas um regresso muito mais inteligente, sem tanta espontaneidade, mas com muito mais reflexão. Nosotros Somos Los Muertos é uma tentativa de criar um espaço autónomo para a banda desenhada de autor numa altura em que, em Espanha, esse espaço não existia. Inspirámo-nos um pouco em L?Association, de França, e a ideia era criar uma espécie de cooperativa de desenhadores... Inicialmente o processo foi um bocado acidentado, principalmente porque Pere Joan e eu estávamos em Maiorca, longe dos desenhadores de pontos tão produtivos como Madrid, e às vezes era complicado juntarmo-nos para discutirmos as edições. Mas agora as coisas estão a correr bem, melhor do que nunca!

Fala-nos um pouco de El Prolongado Sueño del Señor T, de que podemos ver uma pequena amostra aqui no FIBDA.
Nessa altura interessou-me reflectir sobre o interior do ser humano; tinha lido coisas de Jung e estava muito influenciado por isso... Eu sempre fiz banda desenhada sobre assuntos e situações que têm alguma coisa a ver comigo e nessa altura esava quase, quase na crise dos quarenta anos (risos) e fazia muitas perguntas sobre mim mesmo. A ideia de El Prolongado Sueño del Señor T. É mesmo essa, tentarmos entender-nos a nós próprios. A ideia da cama de hospital é apenas um pretexto para o argumento que queria desenvolver...


(uma das pranchas expostas no Festival)

Os sonhos são um material importante para o teu trabalho?
Sim, muito. Embora eu sonhe como toda a gente e nem sequer me costume lembrar do que sonhei... Mas há alguns sonhos especiais que ficaram gravados. Nesse livro há sonhos que são, de facto, sonhos reais, que eu tive; outros não.

E Peter Pank, que também já esteve exposto aqui na Amadora, há uns anos... Peter Punk é uma visão actualizada, adaptada a novos tempos, de Gustavo?
Sim, pode dizer-se que sim. Eu deixei de desenhar o Gustavo porque me sentia incómodo. O Gustavo converteu-se num ícone do movimento ecológico e libertário da Catalunha, aparecia em cartazes de manifestações, em pixagens pelas paredes, e isso fazia-me sentir desconfortável, pelo que decidi acabar com o Gustavo. Depois disso estive dois anos a fazer histórias curtas no âmbito do fantástico e depois decidi encontrar outra personagem, não necessariamente tão identificado comigo como o era Gustavo. E se o Gustavo ia buscar todas as características a mim mesmo, Peter Punk já só tem uma pequena parte de mim; o resto é muito mais distante.



Para além da banda desenhada, também fazes ilustração editorial e infantil. Como lidas com esse trabalho?
Bem, é como um trabalho paralelo, mas igualmente importante, que permite variar as abordagens e os desafios.

É um desafio desenhar para crianças?
Sim, sim! E ao princípio era pior, porque não sabia como fazer... Mas eu gosto de desafios, para não ter de estar sempre a fazer a mesma coisa. E o trabalho da ilustração infantil é um desafio muito bom.

Voltemos ao underground, para acabar... Nos anos oitenta havia alguma espécie de contacto entre os colectivos de bd catalães e os portugueses? E agora, com a facilidade da internet e dos e-mails?
Não, nenhum. E agora também não. Eu conheço algumas coisas que se fazem por cá, alguns autores, mas poucos. Parece que sempre foi assim, de costas voltadas... E é estranho e absurdo que assim seja, mas acabamos sempre por não fazer muita coisa para mudar isso. E devíamos.

2.11.05

FIBDA 05 - NÃO ESQUECER...
...a exposição de ilustração da Marta Torrão, na Casa Roque Gameiro.
SALÃO INTERNACIONAL DE BD DO PORTO - O REGRESSO, VIRTUAL



Quatro anos após a sua última realização, o Salão Internacional de Banda Desenhada do Porto (SIBDP) promove - no âmbito das comemorações do seu 20º aniversário - a sua 12ª edição.
Não se tratará do habitual regresso ao Porto e ao seu Mercado Ferreira Borges, mas antes de uma evocação da história desta iniciativa, servida de uma forma diferente.
Com efeito, entre 5 e 26 de Novembro decorrerá a edição 'virtual' deste salão de Banda Desenhada.
Habitualmente reconhecido em termos nacionais como uma das mais importantes realizações no âmbito da BD, esta 12ª edição conta com a participação de diversos autores nacionais que homenageiam o evento (e a cidade) através de uma série de projectos de cartazes para a sua 12ª edição. José Carlos Fernandes; João Fazenda; Rui Ricardo; Fernando Relvas; Arlindo Fagundes; Pedro Morais; Miguel Rocha; Pedro Brito são alguns dos autores que participam.
Inúmeros e conhecidos autores internacionais (presentes ao longo das onze edições do SIBDP) voltarão também a marcar presença - ao longo dos 22 dias - com exposições digitais dos seus últimos trabalhos.
Destaque desde já para Miguel Angel Prado; Schuiten e Peeters; Peter Kuper; Don Rosa; Baru; Charles Berberian; Étienne Davodeau; Lewis Trondhein; James Kochalka e Max; entre outros, do universo de 44 autores que passaram e expuseram a sua obra na cidade do Porto em vinte anos de actividade do Salão.
Ao público bastará aceder a www.sibdp.com para poder recordar as onze edições do Salão do Porto e as suas diversas iniciativas, realizadas ao longo de 20 anos de trabalho em prol da divulgação, defesa e desenvolvimento da Banda Desenhada.
O visitantante poderá ainda consultar o rol de edições que o Salão produziu e/ou apoiou ao longo da sua existência num trabalho pioneiro de apoio a autores portugueses e de divulgação de obras menos conhecidas da BD mundial.

O programa comemorativo prosseguirá no próximo ano com a edição de um livro sobre o historial do SIBDP e sobre 20 anos de Banda Desenhada em Portugal.

Imagem gráfica Rui Duarte (cartaz anexo)
Web Design - Alfaiataria Visual com Ponto.Pr
Apoios - Porto Digital; Culturporto e Câmara Municipal do Porto; Instituto Português da Juventude; Edições Devir; Ponto.Pr; Alfaiataria Visual e FNAC
LEITURAS DO DIA
Via Neorama dos Quadrinhos, aqui ficam dois textos sobre as mulheres na banda desenhada (ou, muitas vezes, sobre a sua ausência).