31.10.05

FIBDA 05 - COM A MÃO NA MASSA
Apesar do calor, o espaço de autógrafos do FIBDA estava, ontem à tarde, muito animado. Nós aproveitámos a espera numa das filas para apanhar alguns autores em flagrante...


Ricardo Ferrand e Miguel Rocha


Marina Palácio e Cameron Stewart/Ed Brubaker

30.10.05

FIBDA 05 - BREVEMENTE...
Nos próximos dias vamos disponibilizar as duas entrevistas que fizémos este fim-de-semana, com Jo-El Azara e com Max.
Teremos também mais imagens do festival e alguns comentários sobre as exposições que vimos.
FIBDA 05 - OS VENCEDORES
A internet resolveu calar-se por umas horas, pelo que não pudémos anunciar ontem os vencedores dos prémios nacionais de bd do FIBDA. Aqui ficam:

Melhor Álbum Português
Super-Heróis da História de Portugal, de Artur Correia e António Gomes de Almeida (Bertrand)

Melhor Argumento de Autor Português
A Última Obra-Prima de Aaron Slobodj, de José Carlos Fernandes (Devir)

Melhor Desenho de Autor Português
As Aventuras Formativas de Fortunata, Maria e Garção, Filipe Abranches (Instituto do Emprego e Formação Profissional)

Melhor Álbum Estrangeiro
Sin City: Aquele Sacana Amarelo, de Frank Miller (Devir)

Melhor Álbum de Tiras Humorísticas
Quinoterapia, de Quino (Teorema)

Melhor Ilustração para Literatura Infantil
O Pai Natal Preguiçoso e a Rena Rodolfa, Alain Corbel (Caminho)

Prémio Clássicos da 9ªArte
Príncipe Vlente: 1943-1944, de Farold R. Foster (Livros de Papel)

Melhor Fanzine
Venham Mais Cinco, Toupeira Atelier de Bd (Bedeteca de Beja)

Prémio Juventude
A Última Obra-Prima de Aaron Slobodj, de José Carlos Fernandes (Devir)

28.10.05

FIBDA 05 - E OS VENCEDORES SÃO...
...ainda não sabemos, mas saberemos amanhã, pelas 18h30, na sessão de entrega dos prémios nacionais de bd, a decorrer nos Recreios da Amadora.
Os álbuns nomeados pelo jurí (Nélson Dona, director do FIBDA; Miguel Rocha, vencedor da categoria de Melhor Album Nacional na passada edição; Pedro Mota, comissário da exposição central do FIBDA deste ano; José Menezes, coleccionador e bedéfilo; e eu, que participei na qualidade de jornalista e estudiosa de bd e ilustração infantil - desculpem lá o 'título pomposo', que também me faz corar a mim, mas era o que vinha lá escrito...) são os seguintes:

Melhor Álbum Português
A Ilha do Futuro, de José Ruy, Meribérica-liber
A Última Obra-prima de Aaron Slobodj, de José Carlos Fernandes, Edições Devir
A Verdadeira História de Portugal 2, de Ricardo Ferrand, Witloof Edições
Os Super-heróis da História de Portugal, de Artur Correia e António Gomes de Almeida, Bertrand Editora
Superfuzz 1 - Vai Sonhando Paiva... Vai Sonhando, de Esgar Acelerado e Rui Ricardo, Edições Devir

Melhor Argumento para Álbum Português
José Ruy em A Ilha do Futuro, Meribérica-liber
José Carlos Fernandes em A Última Obra-prima de Aaron Slobodj, Edições Devir
Ricardo Ferrand em A Verdadeira História de Portugal 2, Witloof Edições
António Gomes de Almeida em Os Super-heróis da História de Portugal, Bertrand Editora
Esgar Acelerado em Superfuzz 1 - Vai Sonhando Paiva... Vai Sonhando, Edições Devir

Melhor Desenho para Álbum Português
José Ruy em A Ilha do Futuro, Meribérica-liber
Filipe Abranches em As Aventuras Formativas da Fortunata, Maria e Garção Instituto do Emprego e Formação Profissional
Ricardo Ferrand em A Verdadeira História de Portugal 2, Witloof Edições
Artur Correia em Os Super-heróis da História de Portugal, Bertrand Editora
Rui Ricardo em Superfuzz 1 - Vai Sonhando Paiva... Vai Sonhando, Edições Devir

Melhor Álbum Estrangeiro
A Odisseia de Giuseppe Bergman, de Milo Manara, Edições Asa
Hellboy: O Caixão Acorrentado e Outros Contos, de Mike Mignola, Edições Devir
Liga de Cavalheiros Extraordinários (2 vols.), de Alan Moore e Kevin O?Neill, Edições Devir
O Decálogo IX - O Papiro de Kôm-Ombo, de Giroud e Faure, Edições Asa
O Voo do Corvo 2, de Gibrat, Edições Asa
Sin City: Aquele Sacana Amarelo, de Frank Miller, Edições Devir

Clássicos da 9ª Arte
Batman: Ano Um, de Frank Miller e David Mazzucchelli, Edições Devir
Buscavidas, de Trillo e Breccia, Edições Asa
Modesto e Pompom, de Franquin, Edições Asa
Mort Cinder: Os Olhos de Chumbo, de Breccia e Oesterheld, Edições Asa
Príncipe Valente 1943-44, de Hal Foster, Livros de Papel

Fanzines
Bíblia
Blastmagazine
Hum, hum! Estou a Ver...
Jazzbanda
Venham mais 5

Melhor Álbum de Tiras Humorísticas
Cauda e Efeito, de Brian Basset, Gradiva
Cravo e Ferradura, de José Bandeira, Gradiva
Mutts III: Mais Coijas, de Patrick McDonnel, Edições Devir
Querido Pequeno Sepuku, de Ken Cursoe, Gradiva
Quinoterapia, de Quino, Teorema

Melhor ilustração para Livro Infantil
Alain Corbel, em O Pai Natal Preguiçoso e a Rena Rudolfa, Caminho
Carla Pott, em Pedro Pescador, Gailivro
Danuta Wojciechowska, em Uma Tarde no Circo, Gailivro
Gémeo Luís, em Palavra Que Voa, Caminho
José Saraiva, em Um Dragão na Banheira, Gailivro

Além destes, o FIBDA irá entregar também os prémios referentes aos concursos que, anualmente, organiza: BD, Cartoon e Ilustração.

27.10.05

FESTA MUNDIAL DA ANIMAÇÃO
De há 4 anos para cá que se comemora o Dia Mundial da Animação. Assim sendo, amanhã ( dia 28) e depois (dia 29) vai haver muito para ver um pouco por todo o país. São várias as instituições a organizarem sessões de animação, entre elas a Bedeteca, em Lisboa, o Cinanima, em Espinho e a Casa de Animação, no Porto, a grande organizadora deste evento.



Aqui fica o programa.
FIBDA 05 - PROGRAMAÇÃO PARA O FIM DE SEMANA

Autógrafos
Sábado:
15 horas: JP Bramanti, Jim Woodring, Max, Smolderen, António Gomes de Almeida, Artur Correia, José Abrantes, Rui Pimentel, Eugénio Silva e Carlos Pessoa
16 horas: JP Bramanti, Jim Woodring, Max, Smolderen, Ed Brubaker, Cameron Stewart, António Gomes de Almeida, Artur Correia, José Carlos Fernandes, Paulo Monteiro, Susana Monteiro e Eugénio Silva
17 horas: JP Bramanti, Jim Woodring, Jo-El Azara, Max, José Carlos Fernandes e Ricardo Ferrand

Domingo
15 horas: JP Bramanti, Max, Smolderen, José Abrantes, José Carlos Fernandes, Luís Pinto Coelho, Pedro Leitão e Ricardo Ferrand
16 horas: Cameron Stewart, Ed Brubaker, Smolderen, JP Bramanti, Jo-El Azara, Max, José Abrantes, Pedro Leitão, Miguel Rocha e Marina Palácio
17 horas: Cameron Stewart, Ed Brubaker, JP Bramanti, Jo-El Azara, Jim Woodring, Alain Corbel, Derradé, José Abrantes, José Garcês, Marina Palácio, Ricardo Cabrita, Ricardo Ferrand e Miguel Rocha
18 horas: Cameron Stewart, Ed Brubaker, Jim Woodring, Jo-El Azara, Nicolai Nekh, João Martins, Daniel Henriques, Daniel Maia e Henrique Valadas

Cinema
Sábado
19 horas:
Imortal, de Enki Bilal
Domingo
19 horas:
Thunderbirds, de Jonathan Frakes

Ateliers
Sábado
10 às 13 horas: Oficina de Banda Desenhada, com Richard Câmara
15 horas: Workshop com Cameron Stewart
Domingo
10 às 12 horas: Oficina de Iniciação ao Cinema de Animação, com Eduardo Silveira
15 horas: Workshop com Cameron Stewart

Animação infantil
11 horas: Hora do Conto,
As sete vidas de um gato, de Dário Melo e Carla Pott

Lançamentos editoriais
Sábado:
Borda d'Água - O Tempo das Papoilas, de Miguel Rocha e As Trevas Fantásticas, de David Soares, pelas Edições Polvo
BD Jornal nº7, pela Pedra no Charco
Domingo
19 horas: Fanzine
Efeméride, de Geraldes Lino, com espectáculo musical do Trio Pedro Moreno

Conferências
Sábado
16 horas: 40 anos de
Taka Takata, com Jo-El Azara
17 horas: A colaboração conjunta e o processo criativo, com Cameron Stewart e Ed Brubaker
domingo
16 horas: DreamComics II, com Jim Woodring
17 horas: McCay, com JP Bramanti e Smolderen
18 horas: O Sonho Prolongado do Sr T, com Max


Mais informações sobre o Festival aqui.

26.10.05

CURSO DE ANIMAÇÃO 3D NO CITEN
As candidaturas decorrem até ao dia 11 de Novembro.



Curso de formação profissional em cinema de animação 3D, orientado pela equipa da escola SUPINFOCOM - Ecole Supérieure d'Informatique et de Communication.

Decorrerá de 17 de Abril a 18 de Agosto de 2006 (19 semanas), no seguinte horário: de Segunda a Sexta das 09:30 -12:30 e das 14:00 -17:00.

Mais informações: Tel. (+351) 217 823 066
tmeira@gulbenkian.pt


Vejam o site aqui.
BOAS NOVAS: A LX COMICS VOLTOU!
Metamorfina, de Miguel Mocho e João Sequeira, é o próximo número da colecção:



Esta semana chega às livrarias mais um número da colecção Lx Comics, "Metamorfina", por Miguel Mocho (argumento) e João Sequeira (desenhos). De realçar o "face-lifting" ao design da colecção elaborado pelo Atelier Silva!.
Trata-se do 17º número da Lx Comics, uma colecção da Bedeteca de Lisboa iniciada em 1998 com o propósito de se constituir como um laboratório de novos autores e tendências. O modelo é simples, entre 16 e 32 páginas, a preto e branco, uma ou várias histórias desde que assinadas pelo mesmo autor/autores ou subordinada a um mesmo tema. A inquietação de procurar novos autores e histórias não cessa e as propostas são bem vindas, em qualquer tema ou estilo.

De kafkiano, METAMORFINA tem quase tudo. Começa com o típico 'esta manhã acordei e,' depois é o mundo de um indivíduo que se desmorona num conto de escatologia quase gore, onde, por pouco, poderiam caber cenas do 'cidadão Tetsuo'. As páginas constituídas por uma imagem são uma galeria de horrores e que acentuam um texto que não nos dá descanso em termos de detalhe horripilante e denunciam o incómodo do quotidiano e da vida burguesa. Com um final que ainda tem direito a um 'punch-line', uma história só para quem tem estômagos fortes!

Sobre os autores: MIGUEL MOCHO (Lisboa, 1971) desde cedo dedicou-se à música - alguém se lembra de Jack & os Estripadores? - com a consequente acumulação de dívidas e mal-estar físico. Compôs bandas sonoras e foi actor em produções que ninguém conhece. Estudou cinema, desenho e pintura. Licenciou-se em Arquitectura mas passa os dias a escrever histórias à espera que alguém as compre. Viajou pelo mundo e residiu em vários pontos da Europa, e morrerá um dia de forma despercebida e, certamente, na miséria. Uma biografia menos optimista que a de JOÃO SEQUEIRA (Portalegre, 1971) que estudou, em Lisboa, Arquitectura por obrigação, e desenho na SNBA, por prazer. Sempre quis fazer bd no entanto só em 1994 realiza o seu primeiro trabalho "Big Joe and the phantom 309" com o André Lemos. Em 1999, refugia-se numa aldeia do norte alentejano regressando a Lisboa de forma regular apenas para frequentar o curso de BD do CITEN (2002/2003). Editou cerca de meia dúzia de fanzines em 2003.

25.10.05

VISITA DO DIA

Nate Williams
FIBDA 05 - ENTREVISTA COM ALEKSANDAR ZOGRAF

No primeiro Sábado do FIBDA, o Beco das Imagens conversou com Aleksandar Zograf sobre bd e sonhos, mas principalmente sobre Regards From Serbia. As histórias foram sendo enviadas para amigos, quase todos autores de bd, e acabaram por percorrer enormes correntes via internet, chegando mesmo a ser publicadas em diferentes locais durante a guerra nos Balcãs. Enquanto isso, Zograf não tinha noção do alcance que as suas histórias estavam a ter e continuava a enviá-las, como cartas, para os amigos. No jornal Il Manifesto, por exemplo, as histórias sem imagem (uma espécie de diário que acompanhou a elaboração da banda desenhada) e as pranchas de Regards From Serbia já estavam a ser publicadas diariamente e Pancevo, localidade sem importância estratégica ou alvos militares, percorria jornais e revistas de todo o mundo enquanto era destruída pelas 'bombas inteligentes' da NATO. De entre as coisas partilháveis, sobraram as histórias e os sonhos a que Zograf dedica toda a atenção possível e uma parte importante do seu trabalho, integrado nos Dream Comics, um movimento sem muitas regras, mas com participantes de muitos sítios.



Em Portugal conhecemos muito pouco do que se faz nos Balcãs em termos de banda desenhada. Podíamos começar por aí...

A produção de bd na ex-Jugoslávia começou no século XIX, com o que podemos chamar de proto-bd, e em meados da década de trinta do século XX houve uma grande 'explosão' quando o diário Politika começou a publicar banda desenhada. Primeiro publicou pranchas directamente importadas dos Estados Unidos da América e depois começou a incluir trabalhos de artistas jugoslavos, alargando o meio e permitindo que os artistas criassem espaços para publicarem as suas histórias em várias outras revistas e jornais. Quando o meio já estava estabelecido, com a banda desenhada a ser considerada um meio artístico relevante, a segunda guerra mundial veio devastar tudo. Muitos autores começaram a publicar no estrangeiro e outros dividiram-se entre ocupantes e resistentes, usando a banda desenhada ao serviço das suas ideias. Ou seja, toda a 'cena' que se desenvolve de modo grandioso na década de trinta, desapareceu na década de quarenta. Depois da guerra, as coisas começaram a voltar ao normal, ainda que lentamente e com o problema de as novas gerações não terem contacto com eventuais pontos de referência. Era como se houvesse um hiato entre a anterior geração e a nova. E depois havia todos os problemas inerentes à passagem de uma guerra...
Ainda assim, não deixa de ser maravilhoso descobrir que uma parte do mundo com tantos conflitos foi conseguindo sobreviver sem nunca deixar de criar e mantendo sempre a banda desenhada como uma linguagem artística activa e com vários autores.

E o Zograf, quando (e porquê) começou a fazer bd?

Desde que me lembro... Para mim sempre foi uma espécie de obsessão e de processo natural. Comecei a publicar em meados da década de oitenta, em várias revistas da então Jugoslávia, e quando a guerra começou, comecei a publicar no estrangeiro, primeiro nos EUA, depois também na Europa.

Nós descobrimos o seu trabalho há dois anos, no Salão Lisboa, com as pranchas de Regards From Serbia (feitas enquanto uma guerra acontecia para lá da janela da sua casa, em Pancevo). Como é que se consegue criar alguma coisa, neste caso histórias em banda desenhada, quando há uma guerra a acontecer mesmo ali?

Mesmo para mim, parece um sonho. É difícil explicar... De repente, encontras-te numa situação muito estranha, muito diferente da normalidade, em que não sabes dizer o que vai acontecer a seguir. Mas de repente tu próprio começas a reagir de forma normal, quotidiana, porque não sabes de que outro modo podes reagir.
Quando estava em casa podia ver os bombardeamentos em todas as direcções, porque Pancevo é num a zona plana, e a sensação que tinha era a de estar a assistir ao bombardeamento constante de um pais inteiro. E era tudo tão estranho que eu não sabia o que podia fazer, até começar a perceber que estava a comportar-me como se tudo aquilo fosse o cenário habitual da minha vida, como se tivesse nascido com as bombas a acontecerem todos os dias e todas as noites.

Como se a guerra fosse normal...
Sim, como se fizesse parte do dia a dia. Hoje, quando falo com algumas pessoas que passaram pela mesma situação, há quem me diga que não tem a certeza se tudo aquilo aconteceu mesmo, como um sonho... Primeiro, quando tudo começa, tu pensas que é o fim e não sabes o que hás-de fazer; mas depois, quando as coisas começam a acontecer todos os dias, começas a querer agir, a querer fazer alguma coisa que saibas e possas fazer num panorama em que não podes agir do modo habitual (as escolas fecham, as fábricas param...). E como a única coisa que eu sabia fazer era escrever e desenhar, foi o que fiz.

Como uma forma de não perder a esperança nem a comunicação com o resto do mundo?
Sim, isso mesmo. E foi também a maneira de encontrar um objectivo diário, um modo de sobreviver num contexto em que ninguém podia prever como acabariam os bombardeamentos, ou quando. Pancevo foi bombardeada todos os dias durante dois meses e meio, sem qualquer espécie de critério nos alvos, e isso criou uma instabilidade brutal... Não saber onde pode cair a próxima bomba é uma sensação que acaba por nos manter num estado difícil de descrever, uma espécie de estado mental alterado. E fazer alguma coisa criativa foi como uma espécie de cura, de objectivo de vida, mas também de intervenção no mundo.

Então podemos considerar Regards From Serbia como uma espécie de manifesto, um modo de assumir uma posição perante o conflito político e militar que se vivia?
Sim, sem dúvida. E foi um processo complexo também a esse nível. Eu fazia parte de um enorme grupo de pessoas que estavam contra Milosevic, mas também contra os bombardeamentos. E ninguém pode realmente concordar com o facto de se bombardearem pessoas! O problema é que quando dizíamos alguma coisa contra as bombas, algumas pessoas interpretavam-no como sendo a favor de Milosevic, e isso era mentira, e deixava-me muitas vezes sem saber o que dizer às pessoas, ou como dizê-lo de maneira a que percebessem a minha opinião. Por isso, Regards From Serbia foi também uma boa maneira de esclarecer a minha posição sobre a guerra e sobre Milosevic.



Falemos de sonhos. Como começou o projecto da Dream Comics?
Bom, começou um pouco como as bombas, sem aviso prévio (risos). Nos anos oitenta eu tive um sonho com uma banda desenhada que, quando acordei, conseguia visualizar e reproduzir tal como estava no sonho. E foi a partir dessa altura que comecei a reflectir sobre a melhor maneira de transformar 'material onírico' em banda desenhada. Depois, nos anos noventa, quando comecei a publicar no estrangeiro, fui ouvindo falar de alguns autores que faziam o mesmo nos seus próprios países, sem que o tivesse combinado previamente. Era como uma rede de pessoas que não sabiam que pertenciam a essa rede... E então começámos a trocar correspondência, ideias, métodos de trabalho. Mas tudo começou de modo acidental, sem organização prévia. E é preciso lembrar que a ideia não foi original; já Winsor McCay desenhava e escrevia a partir do mundo dos sonhos...

Quando se dedica aos Dream Comics, desenha e escreve exactamente aquilo que sonhou ou usa ideias e imagens do sonho como ponto de partida para outra coisa?
Normalmente, tento representar exactamente aquilo que vi e experienciei no sonho. E por isso as histórias são, quase sempre, autobiográficas. Para alem disso, tenho feito algumas experiências a partir do chamado estado de semi-sono, uma espécie de estado hipnagógico em que aquilo que vemos são essencialmente flashes com imagens diversas. O que eu tento fazer é acordar e transpor tudo para um bloco de notas que tenho junto à almofada, de maneira a não me esquecer de nada. Isto requer alguma prática, até começar a funcionar, mas depois é muito compensador.

Acha que o sonho pode ajudar a mudar o mundo, ou alguma coisa no mundo?
Sim, estou absolutamente convencido disso! Os sonhos fazem parte da natureza humana e quando as pessoas estão próximas dessa natureza, não precisam de destruir ou de fazer a guerra. Os sonhos são pedras basilares da nossa existência e do nosso sistema biológico. Um dos problemas da nossa civilização ocidental é o facto de se ter afastado disso, apelando para a razão acima de todas as coisas e usando-a como ponto de partida único para o desenvolvimento (tecnológico, principalmente). Isso faz com que certas áreas da natureza humana sejam frustradas e com que vários medos se espalhem. Se conhecermos os nossos sonhos, podemos conhecer melhor aquilo de que somos feitos e aprender a lidar com as coisas que desconhecemos e que tememos.

Sonhar mais e fazer menos guerras...
Isso!



(Entrevista partilhada com o Canal de Livros)

24.10.05

LEITURAS DO DIA
No DN de hoje, o João Miguel Tavares escreve sobre a derradeira obra de Will Eisner. Para ler aqui.
FIBDA 05 - RICARDO FERRAND
Ricardo Ferrand assina o cartaz do Festival Internacional de BD da Amadora deste ano e ocupa, com o seu trabalho, a primeira área de exposições do espaço central do evento.



Aqui podem ver-se várias pranchas originais de livros como O Homem que Não Parava de Urinar ou a sequela A Criança de Cem Anos, mas o destaque do Beco vai para outros dois conjuntos. Em primeiro lugar, as pranchas de Que Grande Trabalheira (editado pelo Mercado das Letras) juntamente com as recentes aventuras do coelhinho branco (ainda inéditas, mas esperemos que não por muito tempo); em segundo, o também inédito A Carta de Nathan Parkes (que constitui o trabalho de final de curso do autor na ARCA-ETAC de Coimbra) e as pranchas, belíssimas, de A Cidade dos Destinos, trabalho que não conseguimos descobrir se está concluído mas que concluímos facilmente que gostávamos de ver editado.

Ricardo Ferrand passará pelo Festival nos próximos fins de semana e no feriado para assinar (o que, num festival de bd, é sinonimo de 'desenhar') os seus livros. Se por acaso não derem com ele, a fotografia que tirámos hoje pode explicar o desaparecimento... mas o mais certo é que não tenham procurado bem.



(As fotografias são da Sílvia).

23.10.05

FIBDA 05 - SÁBADO
Ontem foi dia de reconhecimento do terreno. Quer dizer que não vimos nenhuma exposição ao pormenor (com excepção para a exposição dedicada a Ricardo Ferrand, de que falaremos em breve) e que ocupámos o tempo a tirar fotografias para ilustrar os próximos posts e a tirar notas sobre a organização do espaço e as exposições para os podermos escrever.
E porque o espaço e o grau de conforto dentro dele têm sido tema recorrente no que respeita ao FIBDA e à sua nova localização, começo por aí mesmo. A sensação que tivémos na apresentação do Festival, há uma semana e tal atrás, manteve-se e melhorou: o espaço das galerias do metro está dividido e organizado de tal maneira que parece que estamos num outro local, que não o que acolheu o festival no ano passado. O calor de estufa mantém-se, é certo, mas as melhorias em termos de racionalização das áreas de exposição e dos outros espaços são mais do que visíveis e sentem-se a cada passo. O espaço parece maior, cada espaço entre si beneficia de áreas de transição que se sentem e as exposições parecem mais arejadas e sem estarem umas em cima das outras. Em resumo, voltou a acontecer aquilo que se pretende num evento como este: sempre que estamos numa exposição, conseguimos sentir-nos num espaço próprio e bem definido, sem a pressão do anterior e a insinuação do seguinte, apreciando a cenografia (também aqui as melhoras foram bem visíveis) e o material exposto com a calma que se exige.

O dia de ontem foi também de encontros e reencontros, e o tempo ainda chegou para espreitarmos os stands das editoras e para um dos debates da tarde, com Aleksander Zograf, Rick Veitch e Al Davidson a propósito do movimento da Dream Comics. Mas de tudo isto falaremos mais logo e amanhã, que agora é hora de rumarmos à Amadora.
Para os 'caçadores de bonecos', fica a lista dos autores presentes em sessões de autógrafos ao longo do dia de hoje.

15h: Jorge Coelho/ José Abrantes/ José Carlos Fernandes/ José Ruy/ Miguel Brás/ Miguel Rocha/ Moliterni/ Pedro Saavedra/ Pepe del Rey/ Rui Lacas/ Vittorio Giardino

16h: A. Zograf/ Al Davidson/ Cameron Stewart/ Derradé/ José Abrantes/ José Ruy/ Marina Palácio/ Miguel Rocha/ Moliterni/ Ricardo Ferrand/ Rick Veitch/ Vittorio Giardino

17h: A. Zograf/ Al Davidson/ Cameron Stewart/ Derradé/ José Abrantes/ Marina Palácio/ Miguel Brás/ Moliterni/ Pedro Saavedra/ Ricardo Ferrand/ Rick Veitch

18h: A. Zograf/ Al Davidson/ Cameron Stewart/ Ricardo Ferrand/ Rick Veitch

21.10.05

AMANHÃ, NA PEQUENO HERÓI

17 horas
Contadores de Histórias - A MENINA DO MEDO de Maria Monteiro / Inês do Carmo, por Maria Monteiro.
FIBDA 05 - PRIMEIRO FIM DE SEMANA
Logo à noite, depois da inauguração oficial, abrem-se as portas para as várias exposições que compõem o FIBDA deste ano e, a partir de amanhã, começa a programação do primeiro fim de semana. Aqui fica uma lista dos autores estrangeiros que estarão pelo espaço central do Festival e disponíveis para autógrafos nos próximos dois dias:
Vittorio Giardino (Itália)
Rick Veitch (EUA)
Alexander Zograf (Sérvia-Montenegro)
Claude Moliterni (França)
Al Davison (Reino Unido)
Cameron Stewart (Canadá)
Assim que tivermos o horário pormenorizado das sessões de autógrafos destes autores, bem coo dos autores portugueses que, certamente, estarão por lá, divulgaremos. Entretanto, fica o que já sabemos e a promessa de iniciarmos amanhã a ronda pelas exposições.

20.10.05

É AMANHÃ!


(cartaz de Ricardo Ferrand)

O Festival Internacional de BD da Amadora 2005 inaugura amanhã, pelas 21h30, na estação de Metro da Amadora-Este (linha azul).

A partir de sábado, eu e a Sílvia estaremos por lá a dar notícias do que se vai passando, do que há para ver, de como está a correr. Mas não se fiquem pelas notícias... Apareçam!
ÀS VOLTAS COM A HISTÓRIA


Os Comics em Portugal
António Dias de Deus
Edições Cotovia / Bedeteca de Lisboa, 1997

19.10.05

A CHILI COM CARNE DE REGRESSO À DISTRIBUIÇÃO
Boas novas:

Depois da desistência da Witloof, o ano passado, na distribuição dos livros da CCC (e da própria Witloof e outras editoras que representava), finalmente a CCC arranjou um parceiro para a distribuição das suas edições no mercado livreiro.
A partir deste mês de Outubro, Cardo & Fernandes, Lda são os distribuidores oficiais para as livrarias do centro e norte de Portugal, representando a quase maioria do catálogo da CCC bem como da MMMNNNRRRG e El Pep.
Edições limitadas ou quase esgotadas continuarão a ser distribuídas por nós, bem como alguns lojas continuarão a receber material directamente por nós - pela nossa responsável pela distribuição, Andreia Páscoa (chilicomcarne@writeme.com).

Destacamos esses pontos de venda:

Almodôvar Cosmic Soul Aveiro O Navio de Espelhos Braga 100ª página Coimbra Círculo de Artes Plásticas, Dr.Kartoon Ermesinde Division House Faro Ghoul Gear Leiria Arquivo Lisboa Abril em Maio, Assírio & Alvim Rua Passos Manuel e Cinema King Triplex, BdMania, Goma, Kingpin-of-Comics, Mongorhead, Tema Restauradores e CC Colombo Porto Assírio & Alvim Miguel Bombarda, Mundo Fantasma, Utopia Rua da Regeneração, Serpa Vemos Ouvimos & Lemos.

A totalidade do nosso catálogo - e de outras edições independentes nacionais e internacionais - estão disponíveis no site, na secção de catálogo.

18.10.05

LEITURAS DO DIA II
No site do Centro Nacional de Cultura, Guilherme d'Oliveira Martins escreve sobre Little Nemo. Para ler aqui, antecipando o FIBDA que, este ano, dedica a exposição central a Winsor McCay.
LEITURAS DO DIA
A edição de Outubro do The Comics Journal já está disponível, aqui.

17.10.05

BD JORNAL 6
Já está nas bancas o nº6! E eu, que até assino um dos textos, ainda não consegui ir buscar o meu à caixa de correio onde aterrou...
Fica o press-release e o link para o Kuentro, onde há mais informações:

BDjornal nº 6 - Outubro - NAS BANCAS

Encontra-se já nas bancas (VASP) e nas Lojas Rede BDjornal, o nº 6 do único jornal de banda desenhada.
Com uma produção algo atribulada, desta vez foi uma avaria nas máquinas da Satelicor/Coraze, que imprime o jornal, que nos impediu de sair mais cedo. Até parece que deuses e demónios se juntam para nos impedir de sair no início do mês.
O jornal deste mês, para além da divulação do programa do 16º FESTIVAL INTERNACIONAL DE BANDA DESENHADA DA AMADORA 2005 (FIBDA), abre com a conclusão do dossier Pratt, em três andamentos: O Sonho em Pratt, Bibliografia de Hugo Pratt (por J.Machado-Dias) e Pratt e o Cinema (por Nuno Franco). Ainda os Sonhos, tema do FIBDA deste ano e evocando os CEM ANOS DE LITTLE NEMO IN SLUMBERLAND, de Winsor McCay: Little Nemo in Slumberland, a terra em que os sonhos eram realidade (por Pedro Cleto); Little Nemo e os seus rivais (por Nuno Franco) e Celebrando os Sonhos com Neil Gaiman e Sandman (por João Miguel Lameiras).
Depois segue-se uma evocação de Pedro Cleto sobre o Salão Internacional de BD do Porto (em Um Sonho chamado Salão do Porto). João Miguel Lameiras escreve sobre Alberto Breccia, a propósito de Mort Cinder (em Recordando Breccia). Sara Figueiredo Costa, analisa o livro MALUS de Christopher Webster (em MALUS pela Mmmnnnrrrggg). Algumas Breves, como (de novo) a BD e Cinema (por Clara Botelho) e Os Super-Heróis do Médio Oriente Afirmam valores pacifistas (por Clara Botelho). Nuno Pereira de Sousa escreve sobre os livros do Cavalo Preto (que ganharam Eisners) e faz uma pequena entrevista a Sean McKeever (vencedor do Eisner para Talent Deserving of Wider Recognition, por The Waiting Place, Mary Jane, Inhumans e Sentinel).
De seguida, José de Freitas escreve sobre o que vai fazer a Devir no FIBDA 2005 e Mário Freitas, sobre a Kingpin of Comics no FIBDA 2005.
Ainda destaque para Daniel Maia, que escreve sobre o Mercado de BD em Portugal e a estreia como escriba de João Pedro Rosa, numa nota crítica ao Quarteto Fantastico 1234, de Grant Morrison e Jae Lee e na notícia de nova loja de BD, em Setúbal e também Derradé numa tira de humor nas páginas do BDjornal.
Temos notícias, temos a tira de Pedro Alves na última página e a caricatura de Nelson.
AGORA, LANÇAMOS AQUI UM PEQUENO CONCURSO (válido até 20 de Outubro de 2005, inclusive): quem escrever para o email do BDjornal a dizer quantas vezes o nome de Winsor McCay foi mal escrito neste número 6 do jornal, acertar no número de vezes e nas variantes do nome, ganha uma assinatura grátis do jornal por 12 números!!!
VISITA DO DIA

Site da ilustradora Catia Chien.

14.10.05

UMA BOA NOTÍCIA
Retirada do site da Bedeteca:
Pedro Burgos já tem a sua página-web!
O caso não será de desprezar uma vez que Pedro Burgos é o alter-ego de Pedro Cabrita, arquitecto que nos tem desenhado a maior parte das exposições da Bedeteca, das bienais "Ilustração Portuguesa" e "Salão Lisboa de Ilustração e Banda Desenhada" - onde esteve representado na edição de 2003 com uma retrospectiva do seu trabalho de bd.
Sítio constituído com uma galeria de ilustrações e esboços, inclui também dados biográficos e bibliográficos.
Eis o endereço: www.pedroburgos.com
1602 PREMIADO
O livro Marvel 1602, com argumento de Neil Gaiman e desenho de Andy Kubert (edição portuguesa da Devir) venceu o prémio Quills para melhor novela gráfica (obrigada, Pedro!). O link está aqui.

13.10.05

FIBDA 05: UM FESTIVAL EM CONSTRUÇÃO
A espreitadela de ontem às instalações do espaço central do Festival Internacional de BD da Amadora revelou a azáfama esperada e algumas mudanças relativamente ao ano passado. Reorganizado de um modo totalmente diferente, o espaço parece menos confuso e mais agradável, com as áreas de cada exposição bem delimitadas e sem estarem umas em cima das outras. Claro que isto é uma opinião formada a partir da visão de um espaço ainda em construção, com alguns painéis por montar e com zonas abertas que serão, mais tarde, fechadas. Ainda assim, pareceu-me mais arejado e espaçoso (mesmo que a desagradável sensação de estarmos debaixo da terra se mantenha; mas aí não há nada a fazer, porque estamos mesmo debaixo da terra!). A novidade, no que ao arejamento diz respeito, passará também por um sistema de extracção de ar que impedirá, esperamos, o calor infernal que se sentia na edição anterior, principalmente em dias de maior movimento.

De resto, a passagem pelo FIBDA em construção deu direito a visita guiada, com o director do Festival (Nelson Dona) como cicerone, e a explicações pormenorizadas sobre cada espaço, a cenografia (alguns dos artistas plásticos responsáveis por este sector estavam presentes e participaram nas explicações) e os problemas que é preciso ir resolvendo. A impressão que ficou foi boa e agora resta contar os dias que faltam: no dia 21, pelas 21h30, as portas abrem.
LONDON MAIL
O Francisco Sousa Lobo enviou-nos a sugestão de conhecermos o trabalho de David Shrigley e ainda nos deixou algumas impressões sobre ele:

David Shrigley é um artista britânico 'satírico', interessante porque indefinível. Faz muitas pontes inverosímeis entre ilustração, banda desenhada, belas artes, literatura. Desenha muito mal, mas com uma autenticidade e energia que nao só anulam a carga do 'desenhar mal', como o afirmam na sua originalidade. Tem um efeito às vezes parecido com o Magritte, na surpresa e na primazia do conceito.

O site de David Shrigley mora aqui; descubram-no.

12.10.05

LEITURAS DO DIA
Na New Yorker há um artigo para ler sobre novelas gráficas. Mora aqui. (Obrigada, João!)

11.10.05

ANIMAÇÃO NAS SALAS
No mês da estreia, em Portugal, de Wallace and Gromit: A Maldição do Coelhomem, o edifício da sua produtora, Aardman Animations, ardeu ontem, perdendo-se assim vários cenários e adereços de alguns dos filmes, como é o caso d' A Fuga das galinhas. Ler mais aqui.


Falando em estreias, é já na quinta-feira que chega às salas O Castelo Andante, de Hayao Miyazaki, o realizador de A Viagem de Chihiro (Óscar de Melhor Filme Animado).

A não perder.
DISNEY IN BED
A primeira constipação do ano está a querer instalar-se e o que me apetecia era enroscar-me num cobertor e passar o dia a ler 'patinhas'. Não sei se há alguma relação directa entre a Disney e as minhas constipações, mas a vontade é sempre igual, desde que me lembro. Não tivesse que acabar um texto sobre o último livro de Will Eisner e era o que fazia...

10.10.05

A 'POLVO' REGRESSA?
O panorama editorial da banda desenhada portuguesa está mau, com a quase totalidade do mercado nas mãos da Devir e da Asa.
Não que estas duas editoras façam um mau trabalho, pelo contrário, mas os monopólios fazem-me alguma confusão, principalmente porque significam quase sempre escolhas uniformizadas, ao gosto do mercado e longe dos riscos de editar determinados autores ou certos projectos que, provavelmente, não vão vender astronomicamente. Por tudo isto, é de saudar o regresso das Edições Polvo ao mercado (ainda que sem bd à vista), por agora com um livro de contos de David Soares, As Trevas Fantásticas, sobre o qual podem descobrir mais aqui. Agora falta a bd... Vai voltar?
DOMINGO NA ALDEIA DOS GAULESES
O El País Semanal e a Pública deste Domingo traziam artigos sobre o novo volume de Astérix. O primeiro pode ser lido aqui; o segundo não tem link (a não ser que tenham assinatura).

7.10.05

LEITURAS DO DIA III
Na Actual do Expresso desta semana (que saiu hoje por causa das Autárquicas e do dia de reflexão que se impõe amanhã) há um trabalho de João Paulo Cotrim sobre Hugo Pratt, a propósito do livro Périples Imaginaires, da Casterman, de que já aqui falámos.



Não há link, porque é 'a pagantes'.
LEITURAS DO DIA II
Neste site há um texto sobre a banda desenhada na Costa Rica e a sua História.
LEITURAS DO DIA
Na secção de BD do site de A Voz de Ermesinde há um artigo novo para ler, aqui (sobre Channel Zero, de Brian Wood).

6.10.05

A SUPREMA FELICIDADE MATINAL:
ligar o computador e descobrir que a dupla Schuiten/ Peeters tem um novo trabalho. Les Portes du Possible é o título e há mais informações aqui.

EM BEJA, COM VÉTE
A Bedeteca de Beja inaugura hoje uma exposição de Véte que estará patente até ao próximo dia 4 de Novembro na Galeria de Exposições Temporárias da Casa da Cultura. Aqui fica o press release:

'Véte - Tudo a preto e branco' é, essencialmente, uma retrospectiva da obra deste jovem autor, sem dúvida um dos mais produtivos no contexto nacional, como o demostram as mais de 450 pranchas que realizou até hoje. Oscilando entre as influências dos comics americanos, no início, e a banda desenhada europeia, mais tarde, Véte tem vindo a aperfeiçoar o seu desenho, definindo, a pouco e pouco, um estilo muito pessoal.

Integrado na colectiva 'Há Movimento Debaixo da Terra', por ocasião do I Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, o autor inaugurou a 'Colecção Toupeira' com o livro Bófias, uma piscadela de olhos ao policial, temperada com humor. Neste momento, como já é costume, tem em mão uma série de projectos, alguns dos quais mostra pela primeira vez ao público nesta exposição.

O autor: Véte nasceu em 1979, em Beja. Em 1996 integrou o 'Toupeira - Atelier de Banda Desenhada', da Câmara Municipal de Beja, sendo, portanto, um dos fundadores. Publicou a sua primeira história no
Pax-Fanzine 3000 n.º1 (1998), o primeiro fanzine do Atelier, mantendo uma presença assídua em todas as publicações entretanto editadas: Pax-Fanzine 3000, n.º2 (1999), Lua de Prata n.º1 (2000), Lua de Prata n.º2 (2001), Lua de Prata n.º3 (2002) e Venham + 5 (2005). Como autor e editor é dono de uma obra vasta e diversificada, com registos que vão do policial ao humor, passando pela ficção científica, pela fantasia heróica, etc.. A quantidade de fanzines que editou acentuam esta ideia: 9ª Arte Fanzine n.0 (1998), Só-du-mias, E.T.'s, Um Deus na Terra, Welcome to Something Completely Different, X-Pe - A colectânea (1999), 9ª Arte Fanzine n.º1, 9ª Arte Especial Humor e Pesadelos Mortais (todos em 2000), 9º Arte Fanzine n.º2 , X-Tórias N.A.P. n.º1 e Ferrão & Maia (em 2001) e o fanzine X-Tórias N.A.P. n.º2 (em 2003). 13 fanzines onde é notória a evolução entretanto efectuada.

Tem ainda participado em várias exposições colectivas com outros autores do Toupeira, das quais se destacam várias participações no Moura BD (2000, 2001, 2002 e 2003), no Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja (2005), e nas Xornadas de Banda Deseñada de Ourense (2005).
Além de colaborar com textos seus para vários sites, mantém uma página sua no site vetebd.deviantart.com, e colabora com o Splaft! . Faz também a acessoria de projecto do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja.

4.10.05

NÚMEROS REDONDOS
A Tertúlia BD chega hoje à sua 250ªedição. A homenageada especial será Manuela Bacelar e podem saber mais pormenores do evento no blog de Geraldes Lino.
PESADELO E INSÓNIA
O gato aprendeu a abrir o frigorífico (mas é claro que não aprendeu a fechá-lo depois de se 'servir'). E isto não é sonho, é mesmo verdade.
Eu, para compensar a insónia e decidir que tipo de fecho de segurança vou instalar nos próximos dias, vou consultar um especialista agora mesmo:



MUTTS
Patrick McDonnell
Edições Devir

3.10.05

GERALDO VALÉRIO

Ilustrador brasileiro, com passagem pelo escrever para o boneco, Geraldo Valério tem livro pubicados no Brasil, em Portugal e nos EUA e um belo site aqui.
NA OUTRA BANDA DO MINHO II
Miguelanxo Prado participou num chat com leitores de La Voz de Galicia e anunciou o seu regresso à banda desenhada em 2008 (três anos...).
NA OUTRA BANDA DO MINHO
As XVII Jornadas de Bd de Ourense já começaram e decorrem até ao dia 15. O programa está aqui; se passarem por lá dêem-nos notícias.
AS AGUARELAS DE PRATT
Em ano de efeméride, as edições luxuosas não espantam ninguém. Ainda assim, boas notícias na Casterman: os trabalhos de aguarela de Hugo Pratt estão todos reunidos num belo volume. Confiram aqui.