Começo por pedir desculpa aos leitores que esperaram ontem à noite pelos posts sobre a nossa ida à Amadora. Chegámos ao FIBDA mais tarde do que tínhamos previsto e acabámos por ficar por lá mais tempo, o que atrasou tudo o resto, nomeadamente a chegada a casa e a disposição para escrever sem sono... Apresentadas as desculpas, aqui ficam algumas notas sobre as exposições que vimos ontem.
A mostra de banda desenhada flamenga foi a primeira a ser visitada e, mesmo sendo constituída por painéis impressos (é uma exposição itinerante concebia pelo Flemish Literature Fund - Vlaams Fonds Voor de Letteren), revelou-se como uma das mais interessantes entre as que vimos até agora. Os autores representados, todos considerados no âmbito da "nova bd" flamenga, são na generalidade pouco conhecidos além fronteiras, apesar de nomes como Virginie Van Der Gucht, Johan De Moor e Marvano não serem estranhos aos leitores portugueses. Entre os autores presentes, o destaque do Beco vai para Stijn Gisquiere, que fez furor pelos lados do Rain Song, e Luc Vandewalle. O primeiro porque tem um traço que nos agrada muito, pela aparente simplicidade e pelo modo como conjuga as poucas cores, criando ambientes com um certo ar de desilusão mas onde as personagens procuram sempre alguma coisa capaz de lhes dar vida; o segundo pela experimentação plástica, partindo da ilustração e construindo narrativas fascinantes do ponto de vista visual.
Stijn Gisquiere
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