27.7.07

VER BD

Dia 29 de Julho, Domingo, às 13h30 e repetindo à 1h30 da madrugada seguinte, na RTP2, estreia o primeiro episódio (de 5) de uma série televisiva sobre a banda desenhada contemporânea portuguesa: VERBD.

Um panorama sobre a "cena" da banda desenhada contemporânea no nosso país, partindo de uma apresentação histórica para mergulhar na produção dos nossos dias.

Um foco especial sobre 11 dos autores da actualidade com os trabalhos mais sustentados e adultos nesta área de criação.

Autoria de Pedro Moura
Realização de Paulo Seabra
Produção de João Figueiras (Black Maria)

Para mais informações ou comentários:

BLOG VERBD
(http://programaverbd.blogspot.com/)


Para quem não conhece (shame on you...) o trabalho que o Pedro Moura tem vindo a realizar, é favor passar por aqui.

26.7.07

VISITA DO DIA

Cartoon Brew.
BOOK'N'SHOP

Inaugura no próximo sábado, pelas 18 horas, uma livraria que promete ser espaço de referência para quem procura publicações que dificilmente se encontrarão pelas livrarias padronizadas da cidade.



O projecto Book'n'Shop surge de urgência pois vivemos tempos em que as livrarias estão mais preocupadas com livros Pop ou de Elfos - aliás, as livrarias de "livros normais" nos dias que correm conseguem ser ainda mais folclóricas que as lojas especializadas em bd sobre as quais se ridicularizava por serem lojas de "nerds", vulgo, consumidores de super-heróis e estatuetas de super-gajas com super-mamas e super-armas.
Dada a decadência e falta de incentivo quer das livrarias normais quer das lojas especializadas, há muito que a CCC desejava partilhar um espaço onde as suas publicações e as dos seus associados pudessem ter o destaque merecido. Aliados à editora de música electrónica Thisco e à galeria de arte Work'n'Shop, onde aliás se situa a Book'n'Shop, é com gosto que convidamos à inauguração da livraria onde poderá encontrar a cultura obscura e vanguardista que necessita e que não encontra noutros sítios.
Para que fosse ainda uma capital europeia, Lisboa precisa de um sítio onde se encontre temas como Art Brut, bd alternativa, Culture Jam, Street-art, Shamanismo High-Tech, Ocultura, Zines, livros de autor, e editoras de referência como Re/Search / V-Search / Juno, Le Dernier Cri, Media Vaca, Desinformation, Feral House, Canicola,... e a MMMNNNRRRG, Imprensa Canalha, El Pep, Opuntia Books,... e claro, a Chili Com Carne.


A Book'n'Shop mora na Rua das Pedras Negras, nº17, no espaço da Work'n'Shop.

25.7.07

LEITURAS DO DIA



Já está disponível a edição de Julho do The Comics Journal. Na página on-line pode ler-se um excerto da entrevista com Robert Langridge, bem como mais alguns excertos de outros artigos que a edição em papel publica na íntegra.

23.7.07

SEMANA NEGRA – NOTAS DO DIÁRIO II

Banda Desenhada Portuguesa em Gijón


Pediram-me para participar numa conversa sobre banda desenhada portuguesa contemporânea. Sentar-me-ia com Angel de La Calle no sofá da ‘Carpa A Quemaropa’, conversaríamos sobre o tema e eu apresentaria autores, edições e projectos aos presentes. O único problema poderia ser o facto de ninguém conhecer mais nada sobre o que se faz por cá em termos de banda desenhada com excepção de alguns trabalhos de José Carlos Fernandes.
Socorri-me dos livros e publicações que levei para distribuir por autores e críticos de bd espanhola (e que levei até Gijón com o prejuízo das minhas vértebras mas com a prontíssima contribuição da Bedeteca de Lisboa, da Bedeteca de Beja, do CNBDI e do Bd Jornal) e de um powerpoint manhoso cheio de imagens referentes à produção dos últimos anos e a coisa lá começou. A sala estava cheia, o que não é tanto mérito do tema ou da apresentadora, mas antes uma constatação comum a todas as actividades da Semana Negra. Houve exclamações de espanto pelo facto de termos duas Bedetecas em Portugal, para além de um centro de bd. Mais exclamações pela existência de um jornal dedicado ao tema. Até ali, quem ouvisse falar da cena portuguesa convencia-se dos maiores idílios bedéfilos... E eu, desmancha prazeres, lá tive de explicar que o mercado editorial é fraco, que se edita muita coisa com pouco interesse, que o Salão Lisboa foi à vida graças à incúria da Câmara Municipal de Lisboa e que esta mesma Câmara não tem tratado a Bedeteca com a atenção que mereceria um projecto tão bem arquitectado e com um trabalho tão meritório (houve apupos à CML, sim senhor!). E afinal, onde estavam a acontecer as coisas interessantes neste panorama, perguntaram-me? De onde vinham as imagens de um tal André Lemos, de uma tal Imprensa Canalha, de uma tal Susa Monteiro? Pois bem, vinham quase todas daquilo a que poderíamos chamar um mercado paralelo, onde se incluem fanzines, auto-edições e publicações que, embora enquadradas num âmbito institucional (é o caso da Bedeteca de Beja), viviam do trabalho de autores e editores que se moveriam naquele sentido com instituição ou sem ela (mas que, obviamente, com o enquadramento institucional podem fazer um trabalho mais reconhecido e divulgado, o que é de saudar). E as outras imagens, das capas de livros e de algumas pranchas? Vinham de dois ou três autores que vão publicando (caso de Miguel Rocha, muito apreciado pela assistência, para minha satisfação pessoal) e de uma série de livros que saíram na altura em que se publicavam com frequência autores portugueses (autores que desenvolviam – e continuam a desenvolver, embora agora não tenham onde publicar num plano mais ‘profissional’ – um trabalho próprio, explorando as suas ideias e conceitos ao mesmo tempo que criavam a sua própria voz e que não estavam a tentar fazer umas pranchas para serem o próximo sucesso instantâneo à imagem dos franco-belgas ou dos norte-americanos). Ou seja, a produtividade criativa a que creio assistir-se na banda desenhada portuguesa contemporânea, com todas as suas áreas e intervenções artísticas afins, não se reflecte na boa saúde do mercado editorial ou num acompanhamento muito atento por parte das instituições relativamente ao que se vai fazendo. Mas nem tudo são espinhos: se o mercado editorial continua, em termos gerais, a afundar-se por entre a falta de leitores e o esgotamento de séries e modelos que talvez já não tenham por onde continuar (ou que, muitas vezes, os leitores preferem comprar no original), os ‘subterrâneos’ estão em plena efervescência, editando, organizando exposições, juntando-se em cooperativas artísticas e editoriais, trocando experiências também com autores e criadores estrangeiros e publicando, dentro e fora de fronteiras, alheios às fracas vendas ou aos dramas da distribuição. Dir-me-ão que isso não chega para revitalizar o mercado... talvez não, mas que é daí que vêm as propostas com mais conteúdo, disso não tenho muitas dúvidas. E o entusiasmo de uma sala cheia a várias centenas de quilómetros de casa confirma-o, assim como as conversas mais pequenas que se seguiram, o interesse demonstrado por autores e editores (sim, editores!) relativamente a alguns trabalhos e a troca de contactos para projectos futuros. Se desta viagem resultar de facto o interesse de várias pessoas, algumas com responsabilidades editoriais, pelo que de melhor se vai fazendo por cá, tratarei de esquecer as dores nas costas e as horas infindáveis no comboio e pensarei em repetir a empreitada (mas talvez de avião...).

19.7.07

O MISTÉRIO DA CULTURA

No próximo sábado, inaugura-se a exposição colectiva 'O Mistério da Cultura', na galeria Work & Shop (Rua das Pedras Negra, nº17, em Lisboa). A exposição conta com trabalhos de ilustração de André Lemos, André Letria, Bruno Borges, Edgar Raposo, Joana Figueiredo, João Fazenda, João Paulo, Marcos Farrajota, Nuno Saraiva, Pedro Brito, Pedro Zamith, Richard Câmara, Teresa Amaral e Vanessa Teodoro
Sete ilustradores estarão representados nesta primeira parte até dia 16 de Agosto. A segunda parte está prevista entre 18 de Agosto e 13 de Setembro.


(cartaz a partir de ilustração de Richard Câmara)

«Evolução, tradição, especulação, trabalho de equipa, narcisismos, modas, dons perdidos, meios infinitos, simplicidade nativa... Com a imaginação como único limite, 14 artistas aceitaram o desafio de apresentar 9 trabalhos para desvendar "O Mistério da Cultura". O resultado: uma exposição de 126 obras»

18.7.07

SEMANA NEGRA - NOTAS DO DIÁRIO

Primeiras impressões
A primeira impressão da Semana Negra é uma espécie de embate inesperado. O espaço é enorme e parece repartir-se entre a venda ambulante (artesanato ‘peruano’ e afins, sempre Made In China, evidentemente), bares de todas as espécies e uma zona que poderia ser a Feira Popular na Feira de Carcavelos. Depois há comes e bebes a perder de vista, 'pulperías' galegas, 'parrilladas', tapas asturianas, os inevitáveis 'kebabs', lulas fritas... Pode beber-se cerveja, sidra, caipirinha, 'calimocho', rum, granizados vários, chocolate quente ou frio... E depois há o espaço central, o coração do evento, onde estão as exposições e as tendas para os debates e onde há dezenas de livrarias, várias organizações não governamentais, muitas organizações de esquerda (as Astúrias mantêm o estatuto de região com tradições nessa vertente), e áreas temáticas que podem ter a ver com o ambiente, com o povo sarahui ou com a promoção da leitura. Há de tudo, para quase todos os gostos.
Não esperava nada de parecido com isto, mas depois de um passeio atento, tenho de dizer que isto é mesmo a Semana Negra, uma mistura consciente e propositada de cultura, divertimento e venda ambulante. Tal e qual como anunciou Paço Ignacio Taibo II, o director da SN, na apresentação do festival: “realizar un festival no culterano, no académico, donde las estrellas anduvieran a pie de calle al alcance del público en general, un festival que mezcla cultura y diversión, entretenimiento y conocimiento identificándolos como parte de una misma experiencia humana, resultaba totalmente novedosa, rompedora y peculiar hace veinte años, pero hoy es la norma en los grandes festivales españoles y europeos.” E foi exactamente isso que encontrei.
Importa registar que todos, repito, todos os eventos onde estive ou por onde passei estavam cheios de gente a assistir. Na sexta à noite, nem a concorrência das dezenas de bares, muitos com música ao vivo, ali mesmo ao lado, impediu que a sala principal da SN estivesse cheia de gente para ouvir Ángel Gonzalez (um dos poucos sobreviventes da geração poética de 50 em Espanha) e Luís García Montero numa sessão de leitura de poemas, muito depois da meia-noite. E não se pense que a grande afluência de gente aos eventos culturais se deve a alguma concentração inusitada de intelectuais e artistas na SN. A assistência tinha tanto de artistas, críticos e jornalistas como de gente de todas as espécies, desde a família que saiu para passear e comer um gelado e aproveitou para conhecer as últimas do romance policial à velhinha solitária que nem lê muito, mas que se predispõe a ouvir poesia lida por poetas e que até segue depois para o espaço onde passam filmes de um realizador obscuro e ainda passa uma boa meia hora vendo Edmund Baudoin a desenhar ao vivo. Se me dissessem que isto era possível, eu desconfiaria; depois destes dias, tornei-me crente.

17.7.07

DE REGRESSO

As Astúrias são lindas e verdes, Gijón é uma cidade hospitaleira e com mar e a Semana Negra é uma mistura colossal e muito bem sucedida daquilo a que os críticos que passam a vida a reler Proust no Verão chamariam alta e baixa cultura. Nos próximos dias darei conta do que vi e da recepção que a banda desenhada portuguesa teve na Semana Negra, mas antes tenho de recuperar o sono perdido e a compostura física (doze horas seguidas num comboio, depois de dias agitados e de mais quatro horas noutro comboio não passaram por mim impunemente...). Ficam prometidos alguns textos e fotos para aqui, assim como uma crónica para o BD Jornal. Até já.

12.7.07

HOJE NO ESTAMINÉ...

...a visita do dia é:

O site da Irana Douer's.

11.7.07

DE PARTIDA

Por aqui, ultimam-se os preparativos para a viagem. Nos próximos dias, estarei pela Semana Negra de Gijón, apresentando uma 'charla' (assim como uma espécie de conferência-debate, mas sem os salamaleques todos) sobre banda desenhada portuguesa contemporânea a quantos me quiserem ouvir. Na mochila irão alguns exemplares do Bd Jornal, catálogos do CNBDI e livros e fanzines da Bedeteca de Lisboa e da Bedeteca de Beja, para distribuir por autores e outros críticos presentes (ajudando a espalhar a boa nova...). Não sei se há fornecimento de ciber-cafés em Gijón, por isso não garanto os directos das Astúrias, mas no regresso haverá, com certeza, notícias sobre o evento. Até lá, deixo o estaminé por conta da Sílvia (que deve estar mais preocupada com a relação directa do seu trabalho com o prazo do Ilustrarte, e faz ela bem) e preparo-me para umas horas valentes no comboio. Hasta la vista!

10.7.07

DA DIVINA PROVIDÊNCIA

Afinal, a exposição do Pedro Vieira foi adiada para melhores dias. Não fosse a divina providência e nós teríamos rumado ao Trem Azul à hora marcada, porque não demos pelo cancelamento a tempo... mas o próprio Irmão Lúcia, qual aparição pastoril, surgiu-nos no metro, na exacta carruagem onde entrámos, envolto numa aura brilhante e de sons celestiais (bom, esta parte talvez não tenha sido bem assim) e avisou-nos a tempo de evitar a banhada (ou, para usar uma expressão que muito prezo e ouço pouco, para evitar que déssemos 'com os burrinhos na água').

8.7.07

VIEIRA JAM SESSION



Quem é cliente habitual deste Beco, conhecerá certamente as andanças do Irmão Lúcia. E só quem não conhece ficará surpreendido com o universo de referências, capaz de albergar com igual dedicação as mais recentes citações da crítica especializada e os comentários da bola em ambiente de tasca com bifanas gordurentas e piropos que fariam corar a minha mãe.
Como se não bastasse, o homem ainda desenha! E, digo eu, acompanhar os seus trabalhos mais recentes só pode fazer bem à vista... Assim sendo, fica o convite:

5.7.07

VISITA DO DIA

David Rankin
THE GLOWING RECTIFIER

Uma nova exposição de André Lemos, intitulada The Glowing Rectifier, inaugurará amanhã, pelas 22 horas, no espaço 'Pêssego Para a Semana', no Porto.

EXPOSIÇÂO '007'



A sala de exposições do CNBDI acolhe, a partir do dia 7 de Julho, a mostra “007 Ordem para Humorar”. Caricatura, desenho de humor, cartoon, tira cómica e prancha de BD, são os diversos géneros gráficos incluídos nesta exposição dedicada a James Bond e ao seu universo fantástico.

3.7.07

LEITURAS DO DIA

No Soportal da BD Galega, um texto sobre a presença da banda desenhada nas bibliotecas, com referência ao eterno problema de muita gente pensar que o local certo para a arrumar é a secção infantil.