O ÚLTIMO FIM-DE-SEMANA DO FIBDA 2003
No próximo Domingo chegará ao fim o Festival Internacional de BD da Amadora deste ano, por isso apressem-se os que ainda não passaram por lá. Para este fim-de-semana final estão previstas as seguintes sessões de autógrafos:
Sábado (dia 1 de Novembro)
15h – Béatrice Tillier; Michel Plessix; Alvarez Rabo; Xavier Dorison; Tehem; Sandrine Revel; Cinzia Ghigliano; Rui Pimentel; Ricardo Ferrand
16h - Béatrice Tillier; Michel Plessix; Alvarez Rabo; Xavier Dorison; Tehem; Sandrine Revel; Cinzia Ghigliano; Florence Cestac; Rui Lacas; Ciça; André Carrilho; David Soares
17h - Béatrice Tillier; Michel Plessix; Alvarez Rabo; Florence Cestac; Adão Iturrusgarai; Tehem; Ciça; António Jorge Gonçalves; Nuno Artur Silva; David Soares
18h - Béatrice Tillier; Michel Plessix; Alvarez Rabo; Florence Cestac; Adão Iturrusgarai; Tehem; António Jorge Gonçalves; Nuno Artur Silva
Domingo (dia 2 de Novembro)
15h – Béatrice Tillier; Sandrine Revel; Florence Cestac; Alvarez Rabo; Xavier Dorison; Adão Iturrusgarai; Danielle Dubos; Ciça; Bandeira; José Garcês; José Ruy; Derradé; Ricardo Ferrand
16h – Béatrice Tillier; Sandrine Revel; Alvarez Rabo; Florence Cestac; Adão Iturrusgarai; Ciça; Miguel Rocha; José Ruy; José Garcês; José Carlos Fernandes; Alain Corbel; Diniz Conefrey
17h – Béatrice Tillier; Michel Plessix; Sandrine Revel; Adão Iturrusgarai; Bandeira; Derradé; José Carlos Fernandes; André Letria; Luis Louro; Eugénio Silva; Pedro Brito
18h – Michel Plessix; Adão Iturrusgarai; Luis Louro; Bandeira; Ricardo Ferrand; Eugénio Silva; Luis Differ
Para além dos autógrafos, os últimos dias do FIBDA contarão com alguns debates imperdíveis. Para a tarde de sábado (dia 1 de Novembro), entre as 15.30 e as 19 horas, estão agendados diversos debates com representantes das editoras ASA, Devir, Polvo, Witloof, BookTree, Meribérica e VitaminaBD e alguns autores, enquanto que para a tarde de domingo estão previstos debates com Michel Plessix (16 horas), Sonia Luyten e Ciça (17 horas) e com diversas autoras francesas (18 horas).
31.10.03
TINTIM À SEXTA-FEIRA
Hoje é dia de Tintim com o Público e o volume de hoje é O Segredo do Licorne. Como vem sendo hábito, recomenda-se o texto que está aqui.
Hoje é dia de Tintim com o Público e o volume de hoje é O Segredo do Licorne. Como vem sendo hábito, recomenda-se o texto que está aqui.
30.10.03
ENTREVISTA COM JOSÉ CARLOS FERNANDES
José Carlos Fernandes conversou com o Beco das Imagens durante o Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora. Com enorme simpatia e disponibilidade para falar do seu trabalho e do seu universo criativo, José Carlos Fernandes respondeu às perguntas sobre a obra que tem desenvolvido, reafirmou a vontade de continuar a explorar o universo da Pior Banda do Mundo e falou-nos de outros projectos, que incluem um conjunto de argumentos para histórias curtas que serão desenhadas por Miguel Rocha e Jorge Gonzalez.
Até ao próximo fim-de-semana, pode ver-se a exposição individual do autor no segundo andar da Escola Intercultural.
Esta entrevista foi também publicada no Canal de Livros, aqui.
Vou começar pela pergunta mais ou menos clássica… Como é que começaste a desenhar?
Eu tenho uma história muito pouco característica…Em miúdo tinha algum jeito para o desenho, mas nunca fiz nada por isso, nunca trabalhei sistematicamente, nunca pratiquei. Deixei praticamente de desenhar no momento em que fui para a Faculdade mas ficou sempre um ‘bichinho’ cá dentro. E depois, assim um pouco excepcionalmente decidi que ia começar a desenhar e cerca de dois ou três meses depois surgiu a oportunidade de fazer uma banda desenhada e fiz. E foi muito menos complicado do que eu pensava, ou seja, ficou uma porcaria porque foi a primeira tentativa (risos), mas os problemas que eu julgava que eram os piores, afinal pareceram-me simples de resolver. E depois fui sistematicamente tentando resolver os problemas que tinha e que eram óbvios… E foi assim.
Mas continuaste a trabalhar na área da Engenharia Ambiental?
Ah, sim. A banda desenhada era feita nos tempos livres, nos feriados, nas férias, à noite. E isso praticamente durante dez anos. Só quando recebi a bolsa de criação literária é que resolvi fazer banda desenhada a tempo inteiro.
Sempre publicaste com uma regularidade assinalável. As histórias surgem-te com facilidade?
Sim, nunca tive problemas em criar histórias As únicas vezes em que tive alguma coisa parecida com um bloqueio foi quando achei que o que tinha feito até aí já estava arrumado e que queria subir para o ‘patamar’ acima. Mas como essas coisas não se decidem assim, tive alguns momentos em que fiquei bloqueado. Eu podia fazer o mesmo que já tinha feito antes, mas queria fazer melhor. De resto, nunca tive dificuldade em criar histórias. Aliás, levo muito mais tempo a executá-las em termos de arte final do que a definir a ideia base.
Olhando para a tua obra de um modo transversal parece haver algumas linhas comuns desde os primeiros trabalhos, sendo a mais consistente a dimensão onírica de muitos personagens. Concordas?
Sim. Há coisas que estão algures entre o surreal…mas também o surreal decorre, no fundo, da suspensão, pelo menos parcial, da racionalidade…portanto isso acaba por ir dar um pouco ao onirismo. No limite, toda a ficção é onirismo (tirando aquela que é neo-realista ou hiper realista até ao último detalhe). Mas é verdade que as minhas histórias estão muito vinculadas a coisas materiais. O meu quotidiano é um quotidiano sempre visto através de um espelho deformado. As vezes que tentei trabalhar com a linguagem do cinema não tive bons resultados, porque estou muito pouco à vontade com essa linguagem, que é muito realista. Há pessoas concretas, em lugares concretos, definidos, muito terra a terra. E as minhas bandas desenhadas vivem mais num mundo de ideias, de conceitos, de ambientes, e eu tenho a preocupação de não lhes dar um lugar e um tempo definidos. Percebe-se vagamente que as coisas se podem passar no início do século XX, mas ao mesmo tempo introduzo alguns anacronismos propositadamente para baralhar os dados, para que tudo seja válido, qualquer lugar, qualquer tempo…
E a lógica quase labiríntica da conspiração… Parece que as tuas personagens têm todas uma paranóia qualquer que as faz agir de determinada maneira, quase como se não fossem elas a controlar as suas atitudes. De onde vem essa ideia?
Todas essas obsessões acabam por ser metáforas do nosso próprio comportamento. Por exemplo, no caso da Pior Banda do Mundo, o anacronismo que eu introduzo é um bocado malicioso porque tem como objectivo apanhar as pessoas desprevenidas. As pessoas olham para aquilo e pensam ‘Bom, isto é outro lugar, outro tempo’. Mas a minha intenção é que se perceba que tudo aquilo nos diz respeito a nós, agora. Há paranóias ali que são perfeitamente contemporâneas e por isso o anacronismo de espaço e de tempo é uma forma de apanhar as pessoas desprevenidas. Mas espero que as pessoas vão percebendo, à medida que vão lendo as histórias, que tudo aquilo, todas aquelas paranóias, tem tudo a ver connosco, com os nossos problemas e com a nossa sociedade.
O teu universo é muito povoado por referências literárias e musicais: Jorge Luis Borges, Kafka, o Jazz… Como é que vês a relação da banda desenhada com essas outras artes?
Bom, a música é mais um gosto pessoal, mais ambiência do que propriamente influência directa. A literatura é o quarto ao lado da banda desenhada e aí, sem dúvida, as influências são muitas. Com a música é diferente. Há dias estava a ler a Wislawa Syzmborska, uma poeta polaca de quem eu gosto muito, e li um excerto onde pude perceber uma coisa que eu sinto e que nunca conseguiria exprimir por palavras. A propósito da música, ela explica que a música gera muitas vezes dentro de nós uma tensão que só conseguimos resolver escrevendo ou pintando ou recorrendo a outra expressão artística. E o resultado dessa expressão pode não ter sido directamente criado pela música, mas foi graças à tensão que a música produziu que pode surgir. E essa é a relação do meu trabalho com a música. Digamos que a música não é uma influência directa, mas mais uma presença decorativa ou de ambiente.
No caso da Pior Banda do Mundo, talvez possa arriscar uma metáfora. Há um pianista de jazz que começou a ser conhecido nos anos 40/50, Thelonious Monk, que ficou conhecido por tocar sempre a nota ao lado da nota certa, e sempre uma fracção de segundo antes ou depois do momento considerado certo. E tudo aquilo produz uma música extremamente angulosa e distorcida, mas que não é menos bela por isso. De certa forma é isso que acontece com aquela galeria de personagens da Pior Banda do Mundo. Eles nunca acertaram na nota correcta da vida deles; tocaram-na sempre ao lado… E essa é, de certa forma, a melodia que as minhas personagens tocam.
A série A Pior Banda do Mundo tem sido considerada pela crítica, de modo muito unânime, como uma obra de maturidade. Sentes isso na realidade, ou seja, sentes que chegaste a um outro patamar do teu trabalho? Estás tão satisfeito como a crítica com o teu trabalho?
Sim, se não tivesse ficado satisfeito não persistiria na continuação do trabalho com a Pior Banda. Eu sempre gostei de fazer coisas muito diferentes umas das outras, quer em termos de desenho, quer em termos de narrativa. E é significativo que, pela primeira vez, tenha parado num sítio. Com A Pior Banda do Mundo criou-se um universo no qual eu me sinto perfeitamente à vontade e onde consigo contar histórias que dantes não conseguia contar. E as histórias, neste universo, surgem-me com muita facilidade. Às vezes estou a executar uma história e acabo por ter ideias para mais uma ou duas. Não sei se este é um trabalho de maturidade ou não, mas a verdade é que fiquei, pela primeira vez, sensibilizado com aquilo que criei e, para já, não excluindo fazer outras coisas, não penso abandonar este projecto da Pior Banda do Mundo tão cedo.
Então podemos contar com mais volumes para além dos seis anunciados?
Sim, estão terminados seis volumes mas eu tenho sinopses para mais. A minha preocupação fundamental é ter a certeza de que não descobri um filão fácil, estando a explorá-lo só porque é fácil. Por isso exerço uma vigilância constante para garantir que o nível de qualidade se mantém, quer nos ambientes, quer nas histórias.
Isso acaba por ter a ver com a própria noção de variação musical tão presente no jazz… É como se estivéssemos perante inúmeras variações de uma primeira frase musical que, às tantas, já não são a mesma música.
Sim, é uma comparação feliz. De facto é um trabalho interessante ouvir várias versões da mesma música porque chegamos sempre a sítios diferentes e isso é um pouco o que acontece na cidade da Pior Banda do Mundo. Para além disso, é muito fácil criar muitas histórias naquele universo. Tirando o limite que impus a mim próprio, de não ocupar mais de duas páginas com cada história, tenho liberdade total para criar histórias onde posso fazer quase tudo, inclusive introduzir personagens que podem não voltar a aparecer, enfim…a liberdade é muito grande.
José Carlos Fernandes conversou com o Beco das Imagens durante o Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora. Com enorme simpatia e disponibilidade para falar do seu trabalho e do seu universo criativo, José Carlos Fernandes respondeu às perguntas sobre a obra que tem desenvolvido, reafirmou a vontade de continuar a explorar o universo da Pior Banda do Mundo e falou-nos de outros projectos, que incluem um conjunto de argumentos para histórias curtas que serão desenhadas por Miguel Rocha e Jorge Gonzalez.
Até ao próximo fim-de-semana, pode ver-se a exposição individual do autor no segundo andar da Escola Intercultural.
Esta entrevista foi também publicada no Canal de Livros, aqui.
Vou começar pela pergunta mais ou menos clássica… Como é que começaste a desenhar?
Eu tenho uma história muito pouco característica…Em miúdo tinha algum jeito para o desenho, mas nunca fiz nada por isso, nunca trabalhei sistematicamente, nunca pratiquei. Deixei praticamente de desenhar no momento em que fui para a Faculdade mas ficou sempre um ‘bichinho’ cá dentro. E depois, assim um pouco excepcionalmente decidi que ia começar a desenhar e cerca de dois ou três meses depois surgiu a oportunidade de fazer uma banda desenhada e fiz. E foi muito menos complicado do que eu pensava, ou seja, ficou uma porcaria porque foi a primeira tentativa (risos), mas os problemas que eu julgava que eram os piores, afinal pareceram-me simples de resolver. E depois fui sistematicamente tentando resolver os problemas que tinha e que eram óbvios… E foi assim.
Mas continuaste a trabalhar na área da Engenharia Ambiental?
Ah, sim. A banda desenhada era feita nos tempos livres, nos feriados, nas férias, à noite. E isso praticamente durante dez anos. Só quando recebi a bolsa de criação literária é que resolvi fazer banda desenhada a tempo inteiro.
Sempre publicaste com uma regularidade assinalável. As histórias surgem-te com facilidade?
Sim, nunca tive problemas em criar histórias As únicas vezes em que tive alguma coisa parecida com um bloqueio foi quando achei que o que tinha feito até aí já estava arrumado e que queria subir para o ‘patamar’ acima. Mas como essas coisas não se decidem assim, tive alguns momentos em que fiquei bloqueado. Eu podia fazer o mesmo que já tinha feito antes, mas queria fazer melhor. De resto, nunca tive dificuldade em criar histórias. Aliás, levo muito mais tempo a executá-las em termos de arte final do que a definir a ideia base.
Olhando para a tua obra de um modo transversal parece haver algumas linhas comuns desde os primeiros trabalhos, sendo a mais consistente a dimensão onírica de muitos personagens. Concordas?
Sim. Há coisas que estão algures entre o surreal…mas também o surreal decorre, no fundo, da suspensão, pelo menos parcial, da racionalidade…portanto isso acaba por ir dar um pouco ao onirismo. No limite, toda a ficção é onirismo (tirando aquela que é neo-realista ou hiper realista até ao último detalhe). Mas é verdade que as minhas histórias estão muito vinculadas a coisas materiais. O meu quotidiano é um quotidiano sempre visto através de um espelho deformado. As vezes que tentei trabalhar com a linguagem do cinema não tive bons resultados, porque estou muito pouco à vontade com essa linguagem, que é muito realista. Há pessoas concretas, em lugares concretos, definidos, muito terra a terra. E as minhas bandas desenhadas vivem mais num mundo de ideias, de conceitos, de ambientes, e eu tenho a preocupação de não lhes dar um lugar e um tempo definidos. Percebe-se vagamente que as coisas se podem passar no início do século XX, mas ao mesmo tempo introduzo alguns anacronismos propositadamente para baralhar os dados, para que tudo seja válido, qualquer lugar, qualquer tempo…
E a lógica quase labiríntica da conspiração… Parece que as tuas personagens têm todas uma paranóia qualquer que as faz agir de determinada maneira, quase como se não fossem elas a controlar as suas atitudes. De onde vem essa ideia?
Todas essas obsessões acabam por ser metáforas do nosso próprio comportamento. Por exemplo, no caso da Pior Banda do Mundo, o anacronismo que eu introduzo é um bocado malicioso porque tem como objectivo apanhar as pessoas desprevenidas. As pessoas olham para aquilo e pensam ‘Bom, isto é outro lugar, outro tempo’. Mas a minha intenção é que se perceba que tudo aquilo nos diz respeito a nós, agora. Há paranóias ali que são perfeitamente contemporâneas e por isso o anacronismo de espaço e de tempo é uma forma de apanhar as pessoas desprevenidas. Mas espero que as pessoas vão percebendo, à medida que vão lendo as histórias, que tudo aquilo, todas aquelas paranóias, tem tudo a ver connosco, com os nossos problemas e com a nossa sociedade.
O teu universo é muito povoado por referências literárias e musicais: Jorge Luis Borges, Kafka, o Jazz… Como é que vês a relação da banda desenhada com essas outras artes?
Bom, a música é mais um gosto pessoal, mais ambiência do que propriamente influência directa. A literatura é o quarto ao lado da banda desenhada e aí, sem dúvida, as influências são muitas. Com a música é diferente. Há dias estava a ler a Wislawa Syzmborska, uma poeta polaca de quem eu gosto muito, e li um excerto onde pude perceber uma coisa que eu sinto e que nunca conseguiria exprimir por palavras. A propósito da música, ela explica que a música gera muitas vezes dentro de nós uma tensão que só conseguimos resolver escrevendo ou pintando ou recorrendo a outra expressão artística. E o resultado dessa expressão pode não ter sido directamente criado pela música, mas foi graças à tensão que a música produziu que pode surgir. E essa é a relação do meu trabalho com a música. Digamos que a música não é uma influência directa, mas mais uma presença decorativa ou de ambiente.
No caso da Pior Banda do Mundo, talvez possa arriscar uma metáfora. Há um pianista de jazz que começou a ser conhecido nos anos 40/50, Thelonious Monk, que ficou conhecido por tocar sempre a nota ao lado da nota certa, e sempre uma fracção de segundo antes ou depois do momento considerado certo. E tudo aquilo produz uma música extremamente angulosa e distorcida, mas que não é menos bela por isso. De certa forma é isso que acontece com aquela galeria de personagens da Pior Banda do Mundo. Eles nunca acertaram na nota correcta da vida deles; tocaram-na sempre ao lado… E essa é, de certa forma, a melodia que as minhas personagens tocam.
A série A Pior Banda do Mundo tem sido considerada pela crítica, de modo muito unânime, como uma obra de maturidade. Sentes isso na realidade, ou seja, sentes que chegaste a um outro patamar do teu trabalho? Estás tão satisfeito como a crítica com o teu trabalho?
Sim, se não tivesse ficado satisfeito não persistiria na continuação do trabalho com a Pior Banda. Eu sempre gostei de fazer coisas muito diferentes umas das outras, quer em termos de desenho, quer em termos de narrativa. E é significativo que, pela primeira vez, tenha parado num sítio. Com A Pior Banda do Mundo criou-se um universo no qual eu me sinto perfeitamente à vontade e onde consigo contar histórias que dantes não conseguia contar. E as histórias, neste universo, surgem-me com muita facilidade. Às vezes estou a executar uma história e acabo por ter ideias para mais uma ou duas. Não sei se este é um trabalho de maturidade ou não, mas a verdade é que fiquei, pela primeira vez, sensibilizado com aquilo que criei e, para já, não excluindo fazer outras coisas, não penso abandonar este projecto da Pior Banda do Mundo tão cedo.
Então podemos contar com mais volumes para além dos seis anunciados?
Sim, estão terminados seis volumes mas eu tenho sinopses para mais. A minha preocupação fundamental é ter a certeza de que não descobri um filão fácil, estando a explorá-lo só porque é fácil. Por isso exerço uma vigilância constante para garantir que o nível de qualidade se mantém, quer nos ambientes, quer nas histórias.
Isso acaba por ter a ver com a própria noção de variação musical tão presente no jazz… É como se estivéssemos perante inúmeras variações de uma primeira frase musical que, às tantas, já não são a mesma música.
Sim, é uma comparação feliz. De facto é um trabalho interessante ouvir várias versões da mesma música porque chegamos sempre a sítios diferentes e isso é um pouco o que acontece na cidade da Pior Banda do Mundo. Para além disso, é muito fácil criar muitas histórias naquele universo. Tirando o limite que impus a mim próprio, de não ocupar mais de duas páginas com cada história, tenho liberdade total para criar histórias onde posso fazer quase tudo, inclusive introduzir personagens que podem não voltar a aparecer, enfim…a liberdade é muito grande.
29.10.03
PRÉMIOS ZÉ PACÓVIO & GRILINHO 2003
Deixamos aqui a lista dos vencedores do FIBDA deste ano:
Melhor álbum português:
O Museu Nacional do Acessório e do Irrelevante - de José Carlos Fernandes
Melhor argumento para álbum português:
Arlindo Fagundes em A Rapariga do Poço da Morte, da Editorial Caminho
Melhor desenho para álbum português:
André Carrilho em Em Lume Brando, das Edições Polvo
Melhor álbum de autor estrangeiro:
Vincent e Van Gogh de Gradimir Smudja, da Witloof Edições
Melhor álbum de tiras humorísticas:
Namoros, Casamentos e Outros Desencontros, de José Bandeira, da Gradiva
Destaque especial do júri:
Blacksad: Os Bastidores do Inquérito de Diaz Canales e Juanjo Guarnido, das Edições Asa
Clássicos da 9ª Arte:
Sin City - A Cidade do Pecado de Frank Miller, da Editora Devir
Fanzine:
Tertúlia BDZine
Ilustração:
O Circo da Lua com ilustrações de Marina Palácio e argumento de André Gago, editora Difel.
Deixamos aqui a lista dos vencedores do FIBDA deste ano:
Melhor álbum português:
O Museu Nacional do Acessório e do Irrelevante - de José Carlos Fernandes
Melhor argumento para álbum português:
Arlindo Fagundes em A Rapariga do Poço da Morte, da Editorial Caminho
Melhor desenho para álbum português:
André Carrilho em Em Lume Brando, das Edições Polvo
Melhor álbum de autor estrangeiro:
Vincent e Van Gogh de Gradimir Smudja, da Witloof Edições
Melhor álbum de tiras humorísticas:
Namoros, Casamentos e Outros Desencontros, de José Bandeira, da Gradiva
Destaque especial do júri:
Blacksad: Os Bastidores do Inquérito de Diaz Canales e Juanjo Guarnido, das Edições Asa
Clássicos da 9ª Arte:
Sin City - A Cidade do Pecado de Frank Miller, da Editora Devir
Fanzine:
Tertúlia BDZine
Ilustração:
O Circo da Lua com ilustrações de Marina Palácio e argumento de André Gago, editora Difel.
27.10.03
NOTAS SOBRE O FESTIVAL DA AMADORA – 3
No espaço infantil do FIBDA, para além de jogos educativos, encontra-se uma exposição com as pranchas originais de Um Invulgar Anjo da Guarda, de Sandrine Revel (com edição portuguesa da Witloof). Apesar do traço visivelmente pensado para um público infantil, e com um conjunto de cores suaves mas bem marcadas, o trabalho de Sandrine Revel consegue despertar o fascínio do público de todas as idades.
Os trabalhos expostos na Amadora pertencem a vários volumes da obra que a Witloof começa agora a publicar. Aqui no Beco gostámos tanto que já estamos impacientes à espera dos próximos volumes!
Colocadas a um nível adequado à estatura dos mais novos, as pranchas da autora francesa estão no piso térreo da Escola Intercultural (mesmo ao lado das pipocas).
No espaço infantil do FIBDA, para além de jogos educativos, encontra-se uma exposição com as pranchas originais de Um Invulgar Anjo da Guarda, de Sandrine Revel (com edição portuguesa da Witloof). Apesar do traço visivelmente pensado para um público infantil, e com um conjunto de cores suaves mas bem marcadas, o trabalho de Sandrine Revel consegue despertar o fascínio do público de todas as idades.
Os trabalhos expostos na Amadora pertencem a vários volumes da obra que a Witloof começa agora a publicar. Aqui no Beco gostámos tanto que já estamos impacientes à espera dos próximos volumes!
Colocadas a um nível adequado à estatura dos mais novos, as pranchas da autora francesa estão no piso térreo da Escola Intercultural (mesmo ao lado das pipocas).
26.10.03
NOTAS SOBRE O FESTIVAL DA AMADORA-2
Michel Plessix trabalha na área da banda desenhada desde os anos oitenta e a sua obra mais conhecida em Portugal, graças à edição da Witloof, é a série O Vento nos Salgueiros, adaptação do romance homónimo de Kenneth Grahame. Em torno desse trabalho construiu-se a exposição que podemos ver no FIBDA e que merece o nosso destaque.
As pranchas originais expostas no segundo andar da Escola Intercultural revelam as características que me parecem centrais neste trabalho de Plessix: a atenção ao pormenor e o olhar revelador de um fascínio incondicional pela beleza que só a infância parece conseguir encontrar. Se a leitura de O Vento nos Salgueiros, versão Plessix, nos transporta para um mundo maravilhoso e capaz de atrair leitores de todas as idades, o contacto directo com as suas pranchas permite-nos contactar com o trabalho que esteve por trás da obra, compreendendo a sua génese do ponto de vista gráfico (pena é que não haja pranchas com cor…).
Este é o fascínio de Plessix, capaz de transformar o romance de Grahame numa outra obra igualmente grandiosa e de comprovar a velha máxima que diz que todas as boas histórias, infantis ou não, são intemporais.
A exposição está, como já disse, no segundo andar da Escola Intercultural e é um dos destaques absolutos deste FIBDA.
Michel Plessix trabalha na área da banda desenhada desde os anos oitenta e a sua obra mais conhecida em Portugal, graças à edição da Witloof, é a série O Vento nos Salgueiros, adaptação do romance homónimo de Kenneth Grahame. Em torno desse trabalho construiu-se a exposição que podemos ver no FIBDA e que merece o nosso destaque.
As pranchas originais expostas no segundo andar da Escola Intercultural revelam as características que me parecem centrais neste trabalho de Plessix: a atenção ao pormenor e o olhar revelador de um fascínio incondicional pela beleza que só a infância parece conseguir encontrar. Se a leitura de O Vento nos Salgueiros, versão Plessix, nos transporta para um mundo maravilhoso e capaz de atrair leitores de todas as idades, o contacto directo com as suas pranchas permite-nos contactar com o trabalho que esteve por trás da obra, compreendendo a sua génese do ponto de vista gráfico (pena é que não haja pranchas com cor…).
Este é o fascínio de Plessix, capaz de transformar o romance de Grahame numa outra obra igualmente grandiosa e de comprovar a velha máxima que diz que todas as boas histórias, infantis ou não, são intemporais.
A exposição está, como já disse, no segundo andar da Escola Intercultural e é um dos destaques absolutos deste FIBDA.
PREVISÃO DA SEMANA
Acabada de chegar do FIBDA, que teve um fim-de-semana animado, a chuva e o cansaço não me deixam muita vontade de escrever. Ainda assim, deixarei uma nota sobre a exposição dedicada a Michel Plessix. O resto irei escrevendo com a Sílvia nos próximos dias. E o resto passa por comentários aos debates de hoje, às sessões de autógrafos, às várias exposições e a outros eventos que ocuparam a Escola Intercultural durante o fim-de-semana que agora acaba. A partir de amanhã, e espero que já com a presença da Sílvia (que está sem internet há uns dias), num Beco perto de si!
Acabada de chegar do FIBDA, que teve um fim-de-semana animado, a chuva e o cansaço não me deixam muita vontade de escrever. Ainda assim, deixarei uma nota sobre a exposição dedicada a Michel Plessix. O resto irei escrevendo com a Sílvia nos próximos dias. E o resto passa por comentários aos debates de hoje, às sessões de autógrafos, às várias exposições e a outros eventos que ocuparam a Escola Intercultural durante o fim-de-semana que agora acaba. A partir de amanhã, e espero que já com a presença da Sílvia (que está sem internet há uns dias), num Beco perto de si!
24.10.03
A ESTRELA MISTERIOSA
O Tintim distribuído hoje com o Público é A Estrela MIsteriosa. Como de costume, pode ler-se um texto a propósito aqui. E quem não se lembrou de comprar, amanhã ainda vai a tempo de o procurar no quiosque.
O Tintim distribuído hoje com o Público é A Estrela MIsteriosa. Como de costume, pode ler-se um texto a propósito aqui. E quem não se lembrou de comprar, amanhã ainda vai a tempo de o procurar no quiosque.
PROGRAMA DAS FESTAS
Este fim-de-semana, no espaço central do FIBDA (Escola Intercultural) decorrerão as seguintes sessões de autógrafos:
Sábado (dia 25)
15h – Carlos Trillo; Eduardo Risso; Kate Charlesworth; Chantal Montellier; Arlindo Fagundes; José Abrantes
16h – Chantal Montellier; Kate Charlesworth; André Carrilho; André Letria; Arlindo Fagundes; José Abrantes; Luis Louro; Pedro Brito; Miguel Rocha
17h – Kate Charlesworth; André Letria; José Abrantes; José Carlos Fernandes; José Garcês; Luis Louro; Rui Pimentel
Domingo (dia 26)
15h – Carlos Trillo; Eduardo Risso; Kate Charlesworth; Artur Correia; José Carlos Fernandes; José Garcês; José Ruy; Luis Louro
16h - Carlos Trillo; Eduardo Risso; Kate Charlesworth; Chantal Montellier; Arlindo Fagundes; Artur Correia; José Abrantes; José Carlos Fernandes; Luis Louro; Miguel Rocha; Nuno Saraiva; Rui Lacas
17h - Carlos Trillo; Eduardo Risso; Chantal Montellier; Ermengol Tolsa; Arlindo Fagundes; Artur Correia; Alain Corbel; Nuno Saraiva; José Carlos Fernandes
18h - Carlos Trillo; Eduardo Risso; Chantal Montellier; Ermengol Tolsa
(A fotografia é do Central Comics, por onde vale sempre a pena passar. As últimas actualizações incluem vários textos sobre o FIBDA, a não perder.)
Para além disso, há conferências/debates para assistir e participar, no auditório da Escola:
Sábado (dia 25)
16h – O Trabalho em Colaboração, com Carlos Trillo e Eduardo Risso
Domingo (dia 26)
16h – Cartoon, com Ermengol Tolsá
18h – A Colaboração e o Autor Completo, com David Soares, Rui Zink e José Carlos Fernandes
Amanhã, pelas 18h30, decorrerá a cerimónia de entrega dos prémios Zé Pacóvio e Grilinho nos Recreios da Amadora.
Para informações mais detalhadas sobre a programação do Festival ou sobre a localização das exposições e eventos, espreitem aqui.
Este fim-de-semana, no espaço central do FIBDA (Escola Intercultural) decorrerão as seguintes sessões de autógrafos:
Sábado (dia 25)
15h – Carlos Trillo; Eduardo Risso; Kate Charlesworth; Chantal Montellier; Arlindo Fagundes; José Abrantes
16h – Chantal Montellier; Kate Charlesworth; André Carrilho; André Letria; Arlindo Fagundes; José Abrantes; Luis Louro; Pedro Brito; Miguel Rocha
17h – Kate Charlesworth; André Letria; José Abrantes; José Carlos Fernandes; José Garcês; Luis Louro; Rui Pimentel
Domingo (dia 26)
15h – Carlos Trillo; Eduardo Risso; Kate Charlesworth; Artur Correia; José Carlos Fernandes; José Garcês; José Ruy; Luis Louro
16h - Carlos Trillo; Eduardo Risso; Kate Charlesworth; Chantal Montellier; Arlindo Fagundes; Artur Correia; José Abrantes; José Carlos Fernandes; Luis Louro; Miguel Rocha; Nuno Saraiva; Rui Lacas
17h - Carlos Trillo; Eduardo Risso; Chantal Montellier; Ermengol Tolsa; Arlindo Fagundes; Artur Correia; Alain Corbel; Nuno Saraiva; José Carlos Fernandes
18h - Carlos Trillo; Eduardo Risso; Chantal Montellier; Ermengol Tolsa
(A fotografia é do Central Comics, por onde vale sempre a pena passar. As últimas actualizações incluem vários textos sobre o FIBDA, a não perder.)
Para além disso, há conferências/debates para assistir e participar, no auditório da Escola:
Sábado (dia 25)
16h – O Trabalho em Colaboração, com Carlos Trillo e Eduardo Risso
Domingo (dia 26)
16h – Cartoon, com Ermengol Tolsá
18h – A Colaboração e o Autor Completo, com David Soares, Rui Zink e José Carlos Fernandes
Amanhã, pelas 18h30, decorrerá a cerimónia de entrega dos prémios Zé Pacóvio e Grilinho nos Recreios da Amadora.
Para informações mais detalhadas sobre a programação do Festival ou sobre a localização das exposições e eventos, espreitem aqui.
23.10.03
A DUPLA ‘MARAVILHA’ NA ESCOLA INTERCULTURAL
Eduardo Risso e Carlos Trillo são duas presenças em destaque no segundo fim-de-semana do FIBDA. O desenhador e o argumentista de obras como Borderline ou a série Fulù mantêm, desde 1989, uma parceria de trabalho que se tem revelado muito proveitosa.
Mesmo prosseguindo com os seus trabalhos individuais ou com outras colaborações (lembramos que Carlos Trillo colaborou com nomes como Horacio Altuna, Carlos Meglia ou Alberto Breccia, entre muitos outros), a dupla Risso/Trillo tem contribuido de modo inigualável para colocar a Argentina no mapa mundial da nona arte.
No próximo fim-de-semana, Eduardo Risso e Carlos Trillo estarão na Escola Intercultural para sessões de autógrafos, que começam às 15 h, e para uma conferência/debate sobre o tema “O Trabalho em Colaboração”, que decorre no Sábado, às 16h (no Auditório da Escola). Se puderem, não percam!
Eduardo Risso e Carlos Trillo são duas presenças em destaque no segundo fim-de-semana do FIBDA. O desenhador e o argumentista de obras como Borderline ou a série Fulù mantêm, desde 1989, uma parceria de trabalho que se tem revelado muito proveitosa.
Mesmo prosseguindo com os seus trabalhos individuais ou com outras colaborações (lembramos que Carlos Trillo colaborou com nomes como Horacio Altuna, Carlos Meglia ou Alberto Breccia, entre muitos outros), a dupla Risso/Trillo tem contribuido de modo inigualável para colocar a Argentina no mapa mundial da nona arte.
No próximo fim-de-semana, Eduardo Risso e Carlos Trillo estarão na Escola Intercultural para sessões de autógrafos, que começam às 15 h, e para uma conferência/debate sobre o tema “O Trabalho em Colaboração”, que decorre no Sábado, às 16h (no Auditório da Escola). Se puderem, não percam!
22.10.03
NOTAS SOBRE O FESTIVAL DA AMADORA-1
Nos próximos dias iremos publicando vários comentários sobre as exposições e eventos do FIBDA.
Começamos com a exposição dedicada a Zits. Da autoria de Jerry Scott & Jim Borgman, Zits é uma das mais populares séries de bd nos EUA e um pouco por todo o mundo. Com edição portuguesa da Gradiva, os desvarios adolescentes de Jeremy Duncan estão presentes na Amadora numa exposição retrospectiva que destaca alguns dos seus melhores momentos.
Zits começou a ser publicado em 1997 em 200 jornais e hoje sai regularmente em mais de 1000. Vencedora de vários prémios de banda desenhada e humor, a série Zits traz à Amadora a visão ao mesmo tempo complexa e divertida de um adolescente de quinze anos sobre as relações familiares.
A ver na Escola Intercultural, núcleo central do FIDBA.
Nos próximos dias iremos publicando vários comentários sobre as exposições e eventos do FIBDA.
Começamos com a exposição dedicada a Zits. Da autoria de Jerry Scott & Jim Borgman, Zits é uma das mais populares séries de bd nos EUA e um pouco por todo o mundo. Com edição portuguesa da Gradiva, os desvarios adolescentes de Jeremy Duncan estão presentes na Amadora numa exposição retrospectiva que destaca alguns dos seus melhores momentos.
Zits começou a ser publicado em 1997 em 200 jornais e hoje sai regularmente em mais de 1000. Vencedora de vários prémios de banda desenhada e humor, a série Zits traz à Amadora a visão ao mesmo tempo complexa e divertida de um adolescente de quinze anos sobre as relações familiares.
A ver na Escola Intercultural, núcleo central do FIDBA.
21.10.03
NOVIDADES EDITORIAIS
Nos stands das editoras presentes no FIBDA descobrimos algumas novidades que merecerão, certamente, destaque aqui no Beco. A Witloof publicou Vincent e Van Gogh, vencedor do prémio Melhor Álbum Estrangeiro deste ano. O autor é Gradimir Smudja e o livro, que folheámos por entre o rebuliço geral, conquista de imediato o leitor pelo traço belíssimo e pela densidade das cores, recriando as características dos quadros impressionistas e de Van Gogh em particular. Sobre ele já escreveu João Miguel Tavares aqui (no dia 13 deste mês) e nós esperamos poder acrescentar mais alguma coisa brevemente.
Também da Witloof é o álbum Um Invulgar Anjo da Guarda, de Sandrine Revel, que tem uma exposição junto do Espaço Infantil do Festival da Amadora e que estará presente no próximo fim de semana para sessões de autógrafos. As pranchas expostas revelam um universo fantástico que parece ter como público alvo os mais jovens, mas que não deixará de encantar todos os outros.
Da Polvo saiu A Vida Numa Colher – Beterraba, de Miguel Rocha, cujas pranchas já tivemos oportunidade de ver no Salão Lisboa deste ano. Este último livro de Miguel Rocha, que desde os primeiros trabalhos tem vindo a assumir um destaque merecido no panorama da bd nacional, volta a demonstrar a sábia união entre uma narrativa cuidadosamente construída e um desenho capaz de potenciar uma leitura que parece resultar da memória intensa do que se leu. Na mesma editora publica-se também uma reedição bem merecida de A Máquina de Prever o Futuro de José Frotz, de José Carlos Fernandes.
As Edições Asa lançaram durante o fim-de-semana um novo álbum de Luís Louro, Corvo - O Regresso. Ainda não vimos nada para além da capa, pelo que guardamos os comentários para mais tarde, mas é com bastante agrado que se regista o regresso daquela que é, quanto a mim, a personagem mais marcante e melhor conseguida de Louro na sua fase pós-Jim del Mónaco.
A Devir tem anunciados dois lançamentos de peso para o último fim-de-semana do Festival: As Ruínas de Babel, de José Carlos Fernandes (o terceiro volume da série A Pior Banda do Mundo) e Palestina, de Joe Sacco, finalmente traduzido em português.
Capa (da edição francesa) de Vincent e Van Gogh, vencedor do prémio Melhor Álbum Estrangeiro
Nos stands das editoras presentes no FIBDA descobrimos algumas novidades que merecerão, certamente, destaque aqui no Beco. A Witloof publicou Vincent e Van Gogh, vencedor do prémio Melhor Álbum Estrangeiro deste ano. O autor é Gradimir Smudja e o livro, que folheámos por entre o rebuliço geral, conquista de imediato o leitor pelo traço belíssimo e pela densidade das cores, recriando as características dos quadros impressionistas e de Van Gogh em particular. Sobre ele já escreveu João Miguel Tavares aqui (no dia 13 deste mês) e nós esperamos poder acrescentar mais alguma coisa brevemente.
Também da Witloof é o álbum Um Invulgar Anjo da Guarda, de Sandrine Revel, que tem uma exposição junto do Espaço Infantil do Festival da Amadora e que estará presente no próximo fim de semana para sessões de autógrafos. As pranchas expostas revelam um universo fantástico que parece ter como público alvo os mais jovens, mas que não deixará de encantar todos os outros.
Da Polvo saiu A Vida Numa Colher – Beterraba, de Miguel Rocha, cujas pranchas já tivemos oportunidade de ver no Salão Lisboa deste ano. Este último livro de Miguel Rocha, que desde os primeiros trabalhos tem vindo a assumir um destaque merecido no panorama da bd nacional, volta a demonstrar a sábia união entre uma narrativa cuidadosamente construída e um desenho capaz de potenciar uma leitura que parece resultar da memória intensa do que se leu. Na mesma editora publica-se também uma reedição bem merecida de A Máquina de Prever o Futuro de José Frotz, de José Carlos Fernandes.
As Edições Asa lançaram durante o fim-de-semana um novo álbum de Luís Louro, Corvo - O Regresso. Ainda não vimos nada para além da capa, pelo que guardamos os comentários para mais tarde, mas é com bastante agrado que se regista o regresso daquela que é, quanto a mim, a personagem mais marcante e melhor conseguida de Louro na sua fase pós-Jim del Mónaco.
A Devir tem anunciados dois lançamentos de peso para o último fim-de-semana do Festival: As Ruínas de Babel, de José Carlos Fernandes (o terceiro volume da série A Pior Banda do Mundo) e Palestina, de Joe Sacco, finalmente traduzido em português.
Capa (da edição francesa) de Vincent e Van Gogh, vencedor do prémio Melhor Álbum Estrangeiro
19.10.03
ENTREVISTA COM MAURÍCIO DE SOUSA
Maurício de Sousa dispensa grandes apresentações. A diversidade geracional que, hoje à tarde, se verificava na longa fila para os autógrafos é prova disso e do enorme fascínio que a Turma da Mónica continua a exercer sobre os leitores de todas as idades.
Nascido numa família onde as mulheres sempre tiveram um papel preponderante, Maurício fala das suas personagens femininas com um carinho visivelmente especial. E sendo a ‘Mulher’ o tema central do FIBDA deste ano, quem melhor do que a Mónica, com a sua personalidade forte e marcante, para assumir papel de destaque na galeria de personagens femininas da BD?
Maurício recebeu-nos com enorme simpatia e com toda a disponibilidade para conversar e responder às nossas perguntas. Falou do seu trabalho com a paixão de um criador dedicado, apresentou novos projectos e garantiu, para sossego geral dos seus leitores fiéis, que a Turma da Mónica terá continuidade assegurada com o trabalho da sua filha Marina, sucessora de Maurício e já com bastante prática no trabalho de fazer nascer histórias com a galeria de personagens da Turma.
A entrevista que Maurício nos concedeu foi partilhada com um repórter da universohq (que simpaticamente nos cedeu as pilhas da máquina fotográfica quando o nosso gravador começou a dar sinais de cansaço… Obrigada, Hugo!). Assim, algumas perguntas acabaram por ser comuns (para evitar repetições desnecessárias) e outras, colocadas pelo Hugo, geraram, obviamente, mais linhas de diálogo para além das que nós fomos apresentando. Colocaremos em itálico alguns apontamentos sobre as respostas dadas ao universohq, remetendo os nossos leitores para a entrevista que estará algures aqui.
Como é continuar a conviver com os mesmos personagens ao fim de tantos anos?
Como os meus personagens são inspirados nos meus filhos e a gente não se farta dos filhos, em princípio (risos), eu não me canso. Além disso, há um lado muito grande de humanidade nestes personagens e uma felicidade constante...
Então a Mónica é inspirada na sua filha?
Sim, a Mónica na realidade é a minha filha. Como a Magali é minha filha. Fui agarrando em algumas características da personalidade e até características estéticas dos meus filhos, e de alguns amigos deles, e fui criando as personagens. O Cascão, por exemplo, era um menino que brincava ali perto de nossa casa. E agora vão surgir personagens novas, como Vanda e Valéria ( que serão lançadas brevemente) ou Marcelinho, inspirado no meu filho de cinco anos que já nasceu politicamente correcto e é tão certinho e tão ‘patrulheiro’ que não dá para acreditar! Ele brinca e depois arruma os brinquedos, lava as mãos antes de comer, apaga a luz quando sai do quarto…ele já nasceu assim, certinho, e às vezes é mesmo difícil de aguentar (risos). Como eu tenho dez filhos, sempre tem personagens para serem lançados!
É o Maurício que desenha todas as histórias ou tem uma equipa a colaborar consigo?
No início da minha carreira era eu que fazia todo o trabalho sozinho. Mas hoje tenho uma equipa, e eles trabalham tão bem que eu só preciso de dar algumas orientações. O resto praticamente já não preciso de ver. E se houver alguma falha, alguma coisa errada, eu vejo na versão publicada e aviso logo o responsável.
E os argumentos?
Os roteiros a mesma coisa. Hoje em dia já são feitos por uma equipa. Mas é a única parte que passa sempre pela minha mão. Todos os dias examino os roteiros para dar algumas orientações. Mesmo que eu esteja em Lisboa, ou em Tóquio, recebo-os no computador e vou vendo e alterando ou sugerindo o que é necessário.
Respondendo à pergunta do Hugo, da universohq, sobre o modo como as pessoas chegam a desenhadores ou argumentistas de Maurício, o autor explica que aceita ver o trabalho de quem quer que chegue ao estúdio com esse objectivo. Depois, se achar que o trabalho é válido ou tem potencial, Maurício dedica-se a fazer alguns comentários e a sugerir o aperfeiçoamento em determinada(s) área(s). Mais tarde volta a ver o trabalho, para verificar se houve evolução, e repete este processo cinco ou seis vezes, durante um período que pode chegar aos dois anos. Se o trabalho final estiver à altura, então a pessoa é contratada e fica a trabalhar com Maurício e a sua equipa.
Qual é a sua personagem favorita?
É sempre aquela que estou a desenhar, porque consigo sentir-me na pele das minhas personagens. Acho que todos os autores, no momento em que estão a fazer uma personagem, eles são essa personagem. Mas talvez as personagens animais… Porque quando estou a desenhar a Mónica, eu posso ser a Mónica, uma menininha, mas não posso ir além da Mónica, não posso ser o adulto para além da Mónica. Quando desenho o Cebolinha, a mesma coisa. Mas quando desenho o Horácio, ou o Jotalhão, ou o Bidu, posso ir além das simples características animais porque posso fabular. E isso permite-me ir mais longe e colocar, talvez, algumas características e preocupações minhas. Talvez o Horácio seja realmente a personagem onde falo mais de mim próprio.
Uma das imagens de marca das suas histórias é o facto de, às vezes, aparecer nelas, um pouco como Hitchcock nalguns filmes.
Isso não fui eu que criei… Quando era apenas eu a desenhar as minhas histórias, o Maurício nunca aparecia. Isso até seria quase um culto da personalidade… Mas começou a acontecer a partir do momento em que passei a ter uma equipa a desenhar para mim e eles acharam muito ‘gira’ a ideia de me colocar nas histórias. Então eu deixei passar e agora isso acontece às vezes, principalmente em histórias que pretendem ajudar a esclarecer como é que funciona o estúdio, como é o trabalho do Maurício e dos seus auxiliares.
O seu trabalho revela, muitas vezes, uma certa preocupação social, nomeadamente com as questões do ambiente, mas não só. Pensa que a BD pode ajudar a consciencializar as pessoas para os problemas, nomeadamente o público mais jovem?
Sim, penso que sim. Desde que seja de modo suave. Principalmente porque esse tipo de histórias que nós fazemos são concebidas para serem momentos de lazer, e descontracção. Na altura da guerra havia uma personagem nos Estados Unidos chamado Ferdinando (Li’l abner), criado por Al Capp, que saía todos os dias em mais de dois mil jornais. Nessa altura, todos os personagens de BD americanos participavam de algum modo, nas suas histórias, no esforço nacional de guerra. Menos o Ferdinando, que continuava a viver as suas aventuras lá na cidadezinha de onde era. E outros autores perguntavam a Al Capp qual era a ideia dele; porque é que Ferdinando não participava no esforço de guerra, porque é que não se ‘açistava’. E Al Capp explicava que os soldados que estavam na guerra, no meio das bombas e dos tiroteios, estavam habituados a ler as histórias daquela maneira. Se ele entrasse na guerra seria uma espécie de perda de uma referência muito importante…
A Turma da Mónica não é alienada. Ela tem, aliás, uma preocupação muito grande, por exemplo, com a ecologia… Mas as histórias são um momento de ‘relax’. E se vamos passar alguma coisa, alguma mensagem, que seja de modo suave, como a gente passa para os nossos filhos. A gente não passa nada de muito cru para os nossos filhos, mas vamos passando todas as informações de modo suave para que eles possam ir adquirindo esse conhecimento e para que, quando crescerem, aí sim possam ter o retrato fiel da realidade.
Dialogando também com o universohq, Maurício falou de projectos como o da Cartilha da Fome Zero, que será lançada brevemente, e que se destina principalmente às famílias. Falou também de alguns projectos de alfabetização e de formas de levar a cultura e os livros até zonas mais isoladas do Brasil (é o que está a acontecer com as Bibliotecas Itinerantes, um projecto que ganha novos adeptos a cada dia que passa e de que Maurício fala com um entusiasmo visível).
Para além disso, ficámos a saber que os desenhos animados da Turma da Mónica passarão em breve numa televisão portuguesa, estando Maurício a tentar implementar outros projectos em Portugal, de modo a conseguir estabelecer a ponte com a Europa.
NOTA: As fotografias foram recolhidas na internet.
Maurício de Sousa dispensa grandes apresentações. A diversidade geracional que, hoje à tarde, se verificava na longa fila para os autógrafos é prova disso e do enorme fascínio que a Turma da Mónica continua a exercer sobre os leitores de todas as idades.
Nascido numa família onde as mulheres sempre tiveram um papel preponderante, Maurício fala das suas personagens femininas com um carinho visivelmente especial. E sendo a ‘Mulher’ o tema central do FIBDA deste ano, quem melhor do que a Mónica, com a sua personalidade forte e marcante, para assumir papel de destaque na galeria de personagens femininas da BD?
Maurício recebeu-nos com enorme simpatia e com toda a disponibilidade para conversar e responder às nossas perguntas. Falou do seu trabalho com a paixão de um criador dedicado, apresentou novos projectos e garantiu, para sossego geral dos seus leitores fiéis, que a Turma da Mónica terá continuidade assegurada com o trabalho da sua filha Marina, sucessora de Maurício e já com bastante prática no trabalho de fazer nascer histórias com a galeria de personagens da Turma.
A entrevista que Maurício nos concedeu foi partilhada com um repórter da universohq (que simpaticamente nos cedeu as pilhas da máquina fotográfica quando o nosso gravador começou a dar sinais de cansaço… Obrigada, Hugo!). Assim, algumas perguntas acabaram por ser comuns (para evitar repetições desnecessárias) e outras, colocadas pelo Hugo, geraram, obviamente, mais linhas de diálogo para além das que nós fomos apresentando. Colocaremos em itálico alguns apontamentos sobre as respostas dadas ao universohq, remetendo os nossos leitores para a entrevista que estará algures aqui.
Como é continuar a conviver com os mesmos personagens ao fim de tantos anos?
Como os meus personagens são inspirados nos meus filhos e a gente não se farta dos filhos, em princípio (risos), eu não me canso. Além disso, há um lado muito grande de humanidade nestes personagens e uma felicidade constante...
Então a Mónica é inspirada na sua filha?
Sim, a Mónica na realidade é a minha filha. Como a Magali é minha filha. Fui agarrando em algumas características da personalidade e até características estéticas dos meus filhos, e de alguns amigos deles, e fui criando as personagens. O Cascão, por exemplo, era um menino que brincava ali perto de nossa casa. E agora vão surgir personagens novas, como Vanda e Valéria ( que serão lançadas brevemente) ou Marcelinho, inspirado no meu filho de cinco anos que já nasceu politicamente correcto e é tão certinho e tão ‘patrulheiro’ que não dá para acreditar! Ele brinca e depois arruma os brinquedos, lava as mãos antes de comer, apaga a luz quando sai do quarto…ele já nasceu assim, certinho, e às vezes é mesmo difícil de aguentar (risos). Como eu tenho dez filhos, sempre tem personagens para serem lançados!
É o Maurício que desenha todas as histórias ou tem uma equipa a colaborar consigo?
No início da minha carreira era eu que fazia todo o trabalho sozinho. Mas hoje tenho uma equipa, e eles trabalham tão bem que eu só preciso de dar algumas orientações. O resto praticamente já não preciso de ver. E se houver alguma falha, alguma coisa errada, eu vejo na versão publicada e aviso logo o responsável.
E os argumentos?
Os roteiros a mesma coisa. Hoje em dia já são feitos por uma equipa. Mas é a única parte que passa sempre pela minha mão. Todos os dias examino os roteiros para dar algumas orientações. Mesmo que eu esteja em Lisboa, ou em Tóquio, recebo-os no computador e vou vendo e alterando ou sugerindo o que é necessário.
Respondendo à pergunta do Hugo, da universohq, sobre o modo como as pessoas chegam a desenhadores ou argumentistas de Maurício, o autor explica que aceita ver o trabalho de quem quer que chegue ao estúdio com esse objectivo. Depois, se achar que o trabalho é válido ou tem potencial, Maurício dedica-se a fazer alguns comentários e a sugerir o aperfeiçoamento em determinada(s) área(s). Mais tarde volta a ver o trabalho, para verificar se houve evolução, e repete este processo cinco ou seis vezes, durante um período que pode chegar aos dois anos. Se o trabalho final estiver à altura, então a pessoa é contratada e fica a trabalhar com Maurício e a sua equipa.
Qual é a sua personagem favorita?
É sempre aquela que estou a desenhar, porque consigo sentir-me na pele das minhas personagens. Acho que todos os autores, no momento em que estão a fazer uma personagem, eles são essa personagem. Mas talvez as personagens animais… Porque quando estou a desenhar a Mónica, eu posso ser a Mónica, uma menininha, mas não posso ir além da Mónica, não posso ser o adulto para além da Mónica. Quando desenho o Cebolinha, a mesma coisa. Mas quando desenho o Horácio, ou o Jotalhão, ou o Bidu, posso ir além das simples características animais porque posso fabular. E isso permite-me ir mais longe e colocar, talvez, algumas características e preocupações minhas. Talvez o Horácio seja realmente a personagem onde falo mais de mim próprio.
Uma das imagens de marca das suas histórias é o facto de, às vezes, aparecer nelas, um pouco como Hitchcock nalguns filmes.
Isso não fui eu que criei… Quando era apenas eu a desenhar as minhas histórias, o Maurício nunca aparecia. Isso até seria quase um culto da personalidade… Mas começou a acontecer a partir do momento em que passei a ter uma equipa a desenhar para mim e eles acharam muito ‘gira’ a ideia de me colocar nas histórias. Então eu deixei passar e agora isso acontece às vezes, principalmente em histórias que pretendem ajudar a esclarecer como é que funciona o estúdio, como é o trabalho do Maurício e dos seus auxiliares.
O seu trabalho revela, muitas vezes, uma certa preocupação social, nomeadamente com as questões do ambiente, mas não só. Pensa que a BD pode ajudar a consciencializar as pessoas para os problemas, nomeadamente o público mais jovem?
Sim, penso que sim. Desde que seja de modo suave. Principalmente porque esse tipo de histórias que nós fazemos são concebidas para serem momentos de lazer, e descontracção. Na altura da guerra havia uma personagem nos Estados Unidos chamado Ferdinando (Li’l abner), criado por Al Capp, que saía todos os dias em mais de dois mil jornais. Nessa altura, todos os personagens de BD americanos participavam de algum modo, nas suas histórias, no esforço nacional de guerra. Menos o Ferdinando, que continuava a viver as suas aventuras lá na cidadezinha de onde era. E outros autores perguntavam a Al Capp qual era a ideia dele; porque é que Ferdinando não participava no esforço de guerra, porque é que não se ‘açistava’. E Al Capp explicava que os soldados que estavam na guerra, no meio das bombas e dos tiroteios, estavam habituados a ler as histórias daquela maneira. Se ele entrasse na guerra seria uma espécie de perda de uma referência muito importante…
A Turma da Mónica não é alienada. Ela tem, aliás, uma preocupação muito grande, por exemplo, com a ecologia… Mas as histórias são um momento de ‘relax’. E se vamos passar alguma coisa, alguma mensagem, que seja de modo suave, como a gente passa para os nossos filhos. A gente não passa nada de muito cru para os nossos filhos, mas vamos passando todas as informações de modo suave para que eles possam ir adquirindo esse conhecimento e para que, quando crescerem, aí sim possam ter o retrato fiel da realidade.
Dialogando também com o universohq, Maurício falou de projectos como o da Cartilha da Fome Zero, que será lançada brevemente, e que se destina principalmente às famílias. Falou também de alguns projectos de alfabetização e de formas de levar a cultura e os livros até zonas mais isoladas do Brasil (é o que está a acontecer com as Bibliotecas Itinerantes, um projecto que ganha novos adeptos a cada dia que passa e de que Maurício fala com um entusiasmo visível).
Para além disso, ficámos a saber que os desenhos animados da Turma da Mónica passarão em breve numa televisão portuguesa, estando Maurício a tentar implementar outros projectos em Portugal, de modo a conseguir estabelecer a ponte com a Europa.
NOTA: As fotografias foram recolhidas na internet.
FIDBA - O PRIMEIRO FIM-DE-SEMANA
Estivemos na Escola Intercultural para visitar as exposições do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora deste ano e começaremos a publicar brevemente vários posts sobre o assunto. Hoje, e porque o cansaço já é muito, deixamos on-line a entrevista com Maurício de Sousa que realizámos durante a tarde, guardando os comentários às exposições para os próximos dias.
Estivemos na Escola Intercultural para visitar as exposições do Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora deste ano e começaremos a publicar brevemente vários posts sobre o assunto. Hoje, e porque o cansaço já é muito, deixamos on-line a entrevista com Maurício de Sousa que realizámos durante a tarde, guardando os comentários às exposições para os próximos dias.
18.10.03
MAIS UMA CONSTIPAÇÃO
Passei o dia entre chá de limão, aspirinas e xarope,
rodeada de revistas da Mónica e Cia. e de livros do José Carlos Fernandes…
Amanhã estarei no FIBDA para conversar com Maurício e com José Carlos Fernandes. Os resultados das conversas poderão ser lidos aqui mesmo, lá para segunda ou terça feira.
Passei o dia entre chá de limão, aspirinas e xarope,
rodeada de revistas da Mónica e Cia. e de livros do José Carlos Fernandes…
Amanhã estarei no FIBDA para conversar com Maurício e com José Carlos Fernandes. Os resultados das conversas poderão ser lidos aqui mesmo, lá para segunda ou terça feira.
17.10.03
É HOJE!
Mais logo, às 22 horas, começa oficialmente o Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora. São várias as exposições e os autores que por lá vão passar até ao primeiro fim de semana de Novembro: de Quino a Maurício de Sousa, passando por Melinda Gebbie, José Carlos Fernandes, José Villarrubia, Roberta Gregory, Michel Plessix, Miguelanxo Prado e Milo Manara entre muitos outros. As sessões de autógrafos decorrem durante os fins de semana e o Festival decorre entre as 14h e as 23h.
Mais logo, às 22 horas, começa oficialmente o Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora. São várias as exposições e os autores que por lá vão passar até ao primeiro fim de semana de Novembro: de Quino a Maurício de Sousa, passando por Melinda Gebbie, José Carlos Fernandes, José Villarrubia, Roberta Gregory, Michel Plessix, Miguelanxo Prado e Milo Manara entre muitos outros. As sessões de autógrafos decorrem durante os fins de semana e o Festival decorre entre as 14h e as 23h.
16.10.03
OS AUTORES DO FESTIVAL-4
Alvaréz Rabo nasceu em Burgos, em 1960, e o seu trabalho tem vindo a construir-se a partir de uma tradição satírica e burlesca muito marcada. Desenha regularmente desde os 25 anos, tendo publicado vários trabalhos nas revistas TMEO e El Víbora, para além de diversos fanzines.
Diz-se que o nome artístico com que escolheu ser conhecido serve para ocultar a verdadeira identidade de um simples trabalhador comercial do El Corte Inglés. O mesmo objectivo terão as meias ou os passa-montanhas com que se deixa fotografar… Como estará presente na Amadora para algumas sessões de autógrafos, supomos que o mistério faz parte da aura alternativa que tem criado desde a publicação dos seus primeiros trabalhos até ao dia em que anunciou que se retiraria do mundo da bd se não recebesse um milhar de cartas pedindo o contrário. Parece que não recebeu e parece que anunciou a retirada…Lá estaremos, no FIBDA, para confirmar!
Alvaréz Rabo nasceu em Burgos, em 1960, e o seu trabalho tem vindo a construir-se a partir de uma tradição satírica e burlesca muito marcada. Desenha regularmente desde os 25 anos, tendo publicado vários trabalhos nas revistas TMEO e El Víbora, para além de diversos fanzines.
Diz-se que o nome artístico com que escolheu ser conhecido serve para ocultar a verdadeira identidade de um simples trabalhador comercial do El Corte Inglés. O mesmo objectivo terão as meias ou os passa-montanhas com que se deixa fotografar… Como estará presente na Amadora para algumas sessões de autógrafos, supomos que o mistério faz parte da aura alternativa que tem criado desde a publicação dos seus primeiros trabalhos até ao dia em que anunciou que se retiraria do mundo da bd se não recebesse um milhar de cartas pedindo o contrário. Parece que não recebeu e parece que anunciou a retirada…Lá estaremos, no FIBDA, para confirmar!
14.10.03
OS AUTORES DO FESTIVAL-3
Maurício de Sousa nasceu em 1935, em Santa Isabel, estado de São Paulo (Brasil). A sua infância foi dividida entre Mogi das Cruzes, cidade vizinha de onde nasceu e São Paulo. Durante os estudos trabalhou na rádio e, para ajudar nas despesas, desenhou cartazes e posters.
Chegou a fazer ilustrações para os jornais de Mogi, mas o seu sonho era dedicar-se inteiramente ao desenho profissional. Reuniu todos os seus trabalhos e foi para São Paulo à procura de emprego.
Não conseguiu nada na sua área e acabou por preencher uma vaga de repórter policial no jornal Folha da Manhã. Em 1959 criou uma série de tiras em quadrinhos, Bidu e Franjinha , que ofereceu aos redactores da Folha da Manhã. Felizmente as histórias foram aceites e Maurício decidiu-se pelos desenhos, deixando para trás o jornalismo.
Nos anos seguintes, criou diversas tiras de jornal, Cebolinha, Piteco, Chico Bento, Penadinho, e páginas tipo tablóide para publicação semanal, Horácio, Raposão, Astronauta, que invadiram dezenas de publicações durante uma década.
Para a distribuição desses trabalhos, Maurício criou um serviço de redistribuição que atingiu mais de 200 jornais ao fim de dez anos.
Em 1970 começou a publicar as suas primeiras revistas de quadradinhos. A primeira revista, Mónica, foi lançada com tiragem de 200 mil exemplares. Seguiu-se, dois anos depois, a revista Cebolinha e mais tarde as de Chico Bento, Cascão, Magali, Pelezinho e outras.
Abriu um estúdio de animação, a Black & White, com mais de 70 artistas e realizou 8 longas-metragens. Mas devido às dificuldades políticas e económicas vividas no país e à lei de reserva de mercado da informática, que impedia o acesso à tecnologia de ponta necessária para a animação moderna, Maurício teve de parar com os desenhos animados, continuando apenas com as histórias em quadrinhos e seu merchandising.
Mais tarde voltaram os planos de animação e outros projectos. Entre eles a criação dos parques temáticos de São Paulo e do Rio de Janeiro e um projecto educacional, com o objectivo de conseguir a alfabetização de 10 milhões de crianças.
As revistas da Turma da Mónica e de todos os restantes personagens continuam a ser lidas por miúdos e graúdos e publicadas em diversos países de todo o mundo.
Fica aqui o site da Turma da Mónica
Maurício de Sousa nasceu em 1935, em Santa Isabel, estado de São Paulo (Brasil). A sua infância foi dividida entre Mogi das Cruzes, cidade vizinha de onde nasceu e São Paulo. Durante os estudos trabalhou na rádio e, para ajudar nas despesas, desenhou cartazes e posters.
Chegou a fazer ilustrações para os jornais de Mogi, mas o seu sonho era dedicar-se inteiramente ao desenho profissional. Reuniu todos os seus trabalhos e foi para São Paulo à procura de emprego.
Não conseguiu nada na sua área e acabou por preencher uma vaga de repórter policial no jornal Folha da Manhã. Em 1959 criou uma série de tiras em quadrinhos, Bidu e Franjinha , que ofereceu aos redactores da Folha da Manhã. Felizmente as histórias foram aceites e Maurício decidiu-se pelos desenhos, deixando para trás o jornalismo.
Nos anos seguintes, criou diversas tiras de jornal, Cebolinha, Piteco, Chico Bento, Penadinho, e páginas tipo tablóide para publicação semanal, Horácio, Raposão, Astronauta, que invadiram dezenas de publicações durante uma década.
Para a distribuição desses trabalhos, Maurício criou um serviço de redistribuição que atingiu mais de 200 jornais ao fim de dez anos.
Em 1970 começou a publicar as suas primeiras revistas de quadradinhos. A primeira revista, Mónica, foi lançada com tiragem de 200 mil exemplares. Seguiu-se, dois anos depois, a revista Cebolinha e mais tarde as de Chico Bento, Cascão, Magali, Pelezinho e outras.
Abriu um estúdio de animação, a Black & White, com mais de 70 artistas e realizou 8 longas-metragens. Mas devido às dificuldades políticas e económicas vividas no país e à lei de reserva de mercado da informática, que impedia o acesso à tecnologia de ponta necessária para a animação moderna, Maurício teve de parar com os desenhos animados, continuando apenas com as histórias em quadrinhos e seu merchandising.
Mais tarde voltaram os planos de animação e outros projectos. Entre eles a criação dos parques temáticos de São Paulo e do Rio de Janeiro e um projecto educacional, com o objectivo de conseguir a alfabetização de 10 milhões de crianças.
As revistas da Turma da Mónica e de todos os restantes personagens continuam a ser lidas por miúdos e graúdos e publicadas em diversos países de todo o mundo.
Fica aqui o site da Turma da Mónica
13.10.03
OS AUTORES DO FESTIVAL-2
Melinda Gebbie trabalha em banda desenhada há mais de três décadas e a afirmação do seu trabalho no mundo da bd está intimamente ligada com a Wimen’s Comix (responsável, no início dos anos 70, pelo fim do monopólio masculino no mundo dos comis), onde publicou algumas histórias.
A equipa da Wimmen’s Comix em 1975. Melinda Gebbie é a segunda a contar da direita, na fila de baixo.
Em 1989 começa a publicar a série Lost Girls, em co-autoria com o incontornável Alan Moore, conseguindo a proeza de reunir Wendy (a fadinha de Peter Pan), Alice (a de Carrol) e Dorothy (de O Feiticeiro de Oz) numa curiosa aventura erótica. Depois desse primeiro trabalho, a colaboração com o argumentista manteve-se em projectos como 1963 ou Supreme.
Melinda Gebbie trabalha em banda desenhada há mais de três décadas e a afirmação do seu trabalho no mundo da bd está intimamente ligada com a Wimen’s Comix (responsável, no início dos anos 70, pelo fim do monopólio masculino no mundo dos comis), onde publicou algumas histórias.
A equipa da Wimmen’s Comix em 1975. Melinda Gebbie é a segunda a contar da direita, na fila de baixo.
Em 1989 começa a publicar a série Lost Girls, em co-autoria com o incontornável Alan Moore, conseguindo a proeza de reunir Wendy (a fadinha de Peter Pan), Alice (a de Carrol) e Dorothy (de O Feiticeiro de Oz) numa curiosa aventura erótica. Depois desse primeiro trabalho, a colaboração com o argumentista manteve-se em projectos como 1963 ou Supreme.
12.10.03
A ESCOLA ENCANTA A CIDADE
Dia 13 de Outubro inagura a Mostra Internacional de Ilustração para a infância, A cor dos contos, na Escola Secundária Gil Vicente. Esta Mostra é o culminar de um conjunto de actividades desenvolvidas ao longo deste ano, integradas no projecto A Escola Encanta a Cidade.
Estarão expostos cerca de 50 originais de catorze artistas nacionais e estrangeiros: Roberto Catani, Nicoletta Ceccoli, Émilie Chollat, Alessandra Cimatoribus, Carll Cneut, Anne Herbaut, Martin Jarrie, Bernard Jeunet, Bimba Landmann, João Caetano, Henrique Cayatte, André Letria, Teresa Lima e Octavia Monaco.
A exposição estará patente ao público até dia 24 de Outubro, na rua da Verónica, 37, Lisboa, no seguinte horário: segunda a sexta-feira, das 10h às 20h; Sábado e Domingo das 14h às 20h.
Nicoletta Ceccoli
Émilie Chollat
Martin Jarrie
Alessandra Cimatoribus
Dia 13 de Outubro inagura a Mostra Internacional de Ilustração para a infância, A cor dos contos, na Escola Secundária Gil Vicente. Esta Mostra é o culminar de um conjunto de actividades desenvolvidas ao longo deste ano, integradas no projecto A Escola Encanta a Cidade.
Estarão expostos cerca de 50 originais de catorze artistas nacionais e estrangeiros: Roberto Catani, Nicoletta Ceccoli, Émilie Chollat, Alessandra Cimatoribus, Carll Cneut, Anne Herbaut, Martin Jarrie, Bernard Jeunet, Bimba Landmann, João Caetano, Henrique Cayatte, André Letria, Teresa Lima e Octavia Monaco.
A exposição estará patente ao público até dia 24 de Outubro, na rua da Verónica, 37, Lisboa, no seguinte horário: segunda a sexta-feira, das 10h às 20h; Sábado e Domingo das 14h às 20h.
Nicoletta Ceccoli
Émilie Chollat
Martin Jarrie
Alessandra Cimatoribus
11.10.03
OS AUTORES DO FESTIVAL-1
Miguelanxo Prado nasceu na Corunha (Galiza), em 1958. Frequentou o curso de Arquitectura, do qual desistiu quando decidiu dedicar-se à sua paixão pela pintura e pela escrita, que acabou por resultar numa dedicação maior à banda desenhada.
Em 1979 publica, com Xan López Domínguez, o primeiro e último número da revista Xofre. Depois de uma mudança para Barcelona, começa a publicar histórias curtas em diversas revistas e fanzines, acabando por editar, em 1985, o livro Fragmentos da Enciclopédia Délfica que inaugura a sua já longa bibliografia. Para além da banda desenhada, a obra de Miguelanxo Prado conta também com trabalhos de ilustração, pintura e colaborações na área da animação e da televisão.
Pedro e o Lobo
O traço de Prado, cuja evolução é visível num percurso pelos seus livros, revela originalidade, subtileza e capacidade de criação de espaços em planos que se aproximam muito do imaginário de algum cinema de autor.
Quotidiano Delirante II
Mas a obra de Miguelanxo Prado distingue-se por algo mais para além deste traço. As qualidades literárias do autor, perceptíveis em todos os seus álbuns, garantem ao seu trabalho a densidade narrativa que lhe transforma os livros em obras incontornáveis. Traço de Giz, por exemplo, talvez a sua obra mais conhecida, destaca-se pela originalidade gráfica, uma combinação belíssima de cor e melancolia, mas também pelo edifício narrativo, um labirinto de esperanças, medos e solidões que espelha claramente as características centrais do trabalho de Prado.
Traço de Giz
Miguelanxo Prado nasceu na Corunha (Galiza), em 1958. Frequentou o curso de Arquitectura, do qual desistiu quando decidiu dedicar-se à sua paixão pela pintura e pela escrita, que acabou por resultar numa dedicação maior à banda desenhada.
Em 1979 publica, com Xan López Domínguez, o primeiro e último número da revista Xofre. Depois de uma mudança para Barcelona, começa a publicar histórias curtas em diversas revistas e fanzines, acabando por editar, em 1985, o livro Fragmentos da Enciclopédia Délfica que inaugura a sua já longa bibliografia. Para além da banda desenhada, a obra de Miguelanxo Prado conta também com trabalhos de ilustração, pintura e colaborações na área da animação e da televisão.
Pedro e o Lobo
O traço de Prado, cuja evolução é visível num percurso pelos seus livros, revela originalidade, subtileza e capacidade de criação de espaços em planos que se aproximam muito do imaginário de algum cinema de autor.
Quotidiano Delirante II
Mas a obra de Miguelanxo Prado distingue-se por algo mais para além deste traço. As qualidades literárias do autor, perceptíveis em todos os seus álbuns, garantem ao seu trabalho a densidade narrativa que lhe transforma os livros em obras incontornáveis. Traço de Giz, por exemplo, talvez a sua obra mais conhecida, destaca-se pela originalidade gráfica, uma combinação belíssima de cor e melancolia, mas também pelo edifício narrativo, um labirinto de esperanças, medos e solidões que espelha claramente as características centrais do trabalho de Prado.
Traço de Giz
FIBDA
Como já noticiámos, o Festival Internacional de BD da Amadora vai inaugurar no próximo dia 17. Para além das exposições e das muitas actividades já anunciadas, o Festival contará com as habituais presenças de autores portugueses e estrangeiros em sessões de autógrafos, debates e conversas. Nos próximos dias, o Beco das Imagens dedicará vários posts a alguns dos autores (a todos, se o tempo chegar...) que passarão pelo FIBDA.
Como já noticiámos, o Festival Internacional de BD da Amadora vai inaugurar no próximo dia 17. Para além das exposições e das muitas actividades já anunciadas, o Festival contará com as habituais presenças de autores portugueses e estrangeiros em sessões de autógrafos, debates e conversas. Nos próximos dias, o Beco das Imagens dedicará vários posts a alguns dos autores (a todos, se o tempo chegar...) que passarão pelo FIBDA.
10.10.03
BANDA DESENHADA E CINEMA DE ANIMAÇÃO
Outubro é o mês da Banda Desenhada e do Cinema de Animação na Biblioteca Municipal de Oeiras: Amanhã, dia 11, às 16 horas - À conversa com... O realizador do filme de animação A Suspeita e da série animada As Coisa Lá em Casa, José Miguel Ribeiro e restante equipa.
De 12 a 23 de Outubro - Exposição de maquetas e ilustrações da série As coisas lá em casa na Biblioteca Municipal de Oeiras (segunda a sexta das 10:00 às 19:30,
Sábados das 10:30 às 13:15 e das 14:30 às 18:15).
Outubro é o mês da Banda Desenhada e do Cinema de Animação na Biblioteca Municipal de Oeiras: Amanhã, dia 11, às 16 horas - À conversa com... O realizador do filme de animação A Suspeita e da série animada As Coisa Lá em Casa, José Miguel Ribeiro e restante equipa.
De 12 a 23 de Outubro - Exposição de maquetas e ilustrações da série As coisas lá em casa na Biblioteca Municipal de Oeiras (segunda a sexta das 10:00 às 19:30,
Sábados das 10:30 às 13:15 e das 14:30 às 18:15).
SUGESTÕES VIA MAIL
O Hugo, do Vodka Atónito, mandou-nos uma série de links interessantes para irmos divulgando aqui. Hoje deixamos dois deles em destaque, ambos dedicados a autores brasileiros.
O primeiro, este, é o site de Níquel Náusea, a personagem criada pelo brasileiro Fernando Gonsales e que tem dado provas de longevidade no mundo da bd humorística.
O segundo é o site de Laerte, responsável pelos famosos cartoons da Folha de S. Paulo que já estão publicados no livro Deus Segundo Laerte.
Agradecemos as sugestões, Hugo. Quando quiseres voltar a escrever, o mail está às ordens.
O Hugo, do Vodka Atónito, mandou-nos uma série de links interessantes para irmos divulgando aqui. Hoje deixamos dois deles em destaque, ambos dedicados a autores brasileiros.
O primeiro, este, é o site de Níquel Náusea, a personagem criada pelo brasileiro Fernando Gonsales e que tem dado provas de longevidade no mundo da bd humorística.
O segundo é o site de Laerte, responsável pelos famosos cartoons da Folha de S. Paulo que já estão publicados no livro Deus Segundo Laerte.
Agradecemos as sugestões, Hugo. Quando quiseres voltar a escrever, o mail está às ordens.
8.10.03
BD NA BIBLIOTECA NACIONAL
Inaugura amanhã na Biblioteca Nacional uma exposição intitulada A BD é uma Arte.
As origens, a linguagem, a história, as correntes e as próprias definições da Banda Desenhada são alguns dos temas que percorrem esta exposição. Apresentando-se sob a forma de BD, este trabalho não é uma abordagem teórica da Nona Arte destinada a especialistas ou iniciados. O grande público e, sobretudo, os docentes e discentes, do ensino básico e secundário são os destinatários eleitos de “A BD é uma Arte …”
A história aos quadradinhos é um meio de comunicação diferente de todos os outros, com uma linguagem própria e artística, com regras e códigos que esta exposição pretende ajudar a descobrir.
O texto em itálico é um excerto da apresentação da exposição, que pode ser lida na totalidade aqui. As visitas são das 1oh às 19h nos dias úteis, e das 10h às 17h ao Sábado. Vamos passar por lá em breve e depois deixaremos aqui umas notas.
Inaugura amanhã na Biblioteca Nacional uma exposição intitulada A BD é uma Arte.
As origens, a linguagem, a história, as correntes e as próprias definições da Banda Desenhada são alguns dos temas que percorrem esta exposição. Apresentando-se sob a forma de BD, este trabalho não é uma abordagem teórica da Nona Arte destinada a especialistas ou iniciados. O grande público e, sobretudo, os docentes e discentes, do ensino básico e secundário são os destinatários eleitos de “A BD é uma Arte …”
A história aos quadradinhos é um meio de comunicação diferente de todos os outros, com uma linguagem própria e artística, com regras e códigos que esta exposição pretende ajudar a descobrir.
O texto em itálico é um excerto da apresentação da exposição, que pode ser lida na totalidade aqui. As visitas são das 1oh às 19h nos dias úteis, e das 10h às 17h ao Sábado. Vamos passar por lá em breve e depois deixaremos aqui umas notas.
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