6.4.04

A NÃO PERDER: EL ALMA DE ALMADA, EL IMPAR
Amanhã passam 111 anos sobre o nascimento de Almada Negreiros. Aproveitando a efeméride, a Bedeteca e o Instituto Cervantes preparam-se para inaugurar uma exposição que se arrisca a ser excepcional. Comissariada por Luis Manuel Gaspar e João Paulo Cotrim, a exposição estará patente no Palácio Galveias até 16 de Maio. Mas há mais...



El Alma de Almada El Impar
Obra gráfica (1926-1931)


A Exposição
Dedicada a uma parte da obra gráfica, que assenta na relação com o texto e com a narrativa, realizada por Almada Negreiros no período que viveu em Madrid, de 1927 a 1932, é constituída por três núcleos essenciais:

 Ilustrações para as crónicas e contos do escritor espanhol Ramón Gómez de la Serna, nas revistas La Esfera e Nuevo Mundo, as quais serão objecto de edição fac-similada, sob o título de Marginálias (trad. José Colaço Barreiros, ed. Bedeteca /Assírio & Alvim). Ilustrações múltiplas para revistas portuguesas no mesmo período.
 Bandas desenhadas e tiras cómicas publicadas em igual período no Sempre Fixe e no El Sol, na coluna “Maestros de la Historieta”.
 Finalmente serão exibidos originais de ilustrações para o jornal madrileno ABC e para revista Blanco y Negro (espólio da “Colecção Artística” deste periódico), e os seis desenhos concebidos em 1929 para La Tragedia de Doña Ajada uma orquestração de Salvador Bacarisse para poemas de Manuel Abril.

El Alma de Almada evoca um texto que Ramón Gómez de la Serna escreveu, na Gaceta Literaria, em 1927, elogiando o espírito inquieto de Almada, o seu inconformismo e a sua busca incessante de novos desafios: «Almada Negreiros es el ser impar en medio de la pintura y de la literatura portuguesa, sobre las que salta de trapecio en trapecio.»

Ramón Gómez de la Serna (Madrid, 1888 – Buenos Aires, 1963) é autor de mais de uma centena de livros, como O médico Inverosímil ou Seios (ed. Antígona), e um dos mais importantes vanguardistas europeus, que se relacionou com os Delaunay, Picasso e Diego Rivera, entre outros. Tendo visitado Lisboa em 1915, voltará várias vezes, até se fixar no Estoril, em 1924.

A exposição estará aberta ao público até dia 16 de Maio, de 3ª feira a Domingo, das 14h às 19h (encerrada às 2ª feiras e feriados).

Programa
No dia da inauguração, Juan Manuel Bonet, director do Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, dará uma conferência sobre Ramón, Almada e as vanguardas europeias, e Ruan Carlos Albert, apresentará um número especial do Boletín Ramón, revista madrilena dedicada ao estudo do autor. O programa deste dia completa-se com o lançamento das Marginálias, versão fac-similada das crónicas de Ramón Gómez de la Serna, uma co-edição Bedeteca de Lisboa/Assírio & Alvim, e do catálogo da exposição.

Em data posterior, ainda não definida, a revista Colóquio/Letras editará, igualmente, um número temático sobre as relações internacionais de artistas de vanguarda no início do século XX.

Finalmente, o grupo Barataria Teatro S.L. apresentará a peça Hasta que la boda nos separe, de Roberto Lumbreras Blanco, escrita em torno do universo e da figura de Ramón. Os espectáculos terão lugar nos dias 15, 16 e 17 de Abril, às 21h30, no auditório da Biblioteca Orlando Ribeiro, em Telheiras. A entrada é gratuita.

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