24.6.03

TIRADO DA ESTANTE Editado em 2002 pelas Edições Polvo, este é um livrinho que nos dá a conhecer as primeiras incursões de Pedro Brito na Banda Desenhada. Nascido em 1975, Pedro Brito ajudou a fundar o fanzine Mesinha de Cabeceira e as Edições Polvo. Do seu trabalho, destaca-se Pano Cru (3 volumes), Tu és a mulher da minha vida, ela a mulher dos meus sonhos (argumento) e o belíssimo Beraca.
Originalmente publicadas na Art Nove, em 1994, as aventuras de Franco mostram um traço ainda por afirmar, mas já com enorme força expressiva. As duas histórias que aqui se reunem compõem um quadro onde o ambiente suburbano é preenchido por uma personagem de contornos fugidios e carácter exageradamente tosco (sem que isso seja um defeito a apontar), um verdadeiro “pintas” capaz de qualquer biscate violento para ganhar dinheiro rapidamente. Curiosamente, apesar do lado “chico-esperto” que Franco exibe a cada passo, o nosso trolha revela-se uma vítima fácil de todos os enganos, o que dá às histórias um lado de humor capaz de atenuar qualquer brutalidade do mundo de Franco. Nas palavras de Pedro Brito, temos aqui um verdadeiro policial “cómico-chunga”, capaz de fazer rir enquanto narra episódios pouco divertidos em ambientes nada propícios ao humor.

Pedro Brito, 2002: Franco, o Trolha, Edições Polvo, Lisboa. A recomendação está feita. Ainda para mais, o livro custa um euro e muito pouco na Fnac – é preciso que se procure bem pelo maio da desordenada prateleira da BD portuguesa, algures entre os livros da LXComics (que aqui chegarão em breve).


Este é mesmo o Pedro Brito, e não o Franco...

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